Mosaico da língua portuguesa em Festival de Curtas Metragens
Nove bandeiras, uma por cada um dos países onde se fala a nossa língua. Este foi o cenário escolhido pelo Instituto Camões para assinalar o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, no Metro Hall, em Toronto.
O mosaico da língua portuguesa esteve representado no Festival de Curtas Metragens que foi organizado pelo Arte Institute e que trouxe até nós nove curtas. “Percursos”, de Mauro Pereira (Angola); “Hora di bai” (Time to go), de Samira Vera-Cruz (Cabo Verde); “Manuel”, de Bruno Carnide (Portugal); “Mina Kiá” (Little Maid), de Katya Dória Aragão (São Tomé e Príncipe); “Hapiness lives here”, de Gladys Mariotto (Brasil); “Bastien”, de Welket Bunguét (Guiné Bissau); “María Adá”, de Rubén Monsuy (Guiné Equatorial); “Tatana”, de João Ribeiro (Moçambique) e “Mensajeiru”, de Francisca Maia (Timor Leste).
Em declarações ao Milénio Stadium, o Coordenador de ensino de português no Canadá, José Pedro Ferreira, falou sobre a importância desta efeméride. “É um dia especial dedicado à celebração da língua que pretende chamar a atenção para a diversidade cultural que existe nos vários países de língua oficial portuguesa. Estas curtas apresentam-nos uma espécie de mosaico daquilo que é a vida quotidiana, das realidades, dos sonhos e aspirações nessas comunidades”, sublinhou.
Para além do cinema, destaque para uma exposição sobre José Saramago, o único Nobel da literatura português. Autor de várias obras, em diferentes géneros literários, este ribatejano recebeu o Prémio Nobel da Literatura a 8 de outubro de 1998. “Esta exposição transporta-nos para as primeiras horas e os primeiros dias depois de José Saramago ter conhecimento que lhe foi atribuído o Prémio Nobel”, divulgou.
Saramago estava no aeroporto de Frankfurt, a caminho de Madrid, e tinha como destino final a ilha de Lanzarote, nas Canárias, quando ouviu, através dos microfones, que tinha vencido o Nobel. Mais tarde terá lamentado o facto de estar sozinho nesse momento – “a alegria, se se está sozinho, é nada”.
A rapidez com que a vida muda, em segundos, está patente nesta mostra intitulada “José Saramago: 20 anos de Prémio Nobel”. Saramago tem origens humildes e por razões económicas fez apenas o ensino secundário. Desempenhou várias atividades profissionais durante a vida, publicou o primeiro romance em 1947 (“Terra do Pecado”) e foi só em 1976 que passou a viver em exclusivo da sua paixão – a literatura. Nasceu a 16 de novembro de 1922 e morreu a 18 de junho de 2010.

O Instituto Camões promete continuar a promover a cultura e a língua portuguesa no Canadá, onde existem cerca de 75 escolas que ensinam a língua. “Já entrei em contacto com 85% da nossa rede, que é muito grande e tem 18 direções e 75 escolas”, informou.
As próximas atividades do Instituto Camões são as visitas de escritores infanto-juvenis e o Festival Internacional de Autores de Toronto.
Joana Leal
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