Comunidade

Marta Pereira da Costa celebrou Carlos Paredes em Toronto

Credito: Francisco Pegado

A Casa do Alentejo de Toronto foi o palco de um concerto memorável com Marta Pereira da Costa, em homenagem ao centenário de nascimento de Carlos Paredes, uma das figuras mais emblemáticas da música portuguesa. Marta Pereira da Costa, a primeira mulher a tocar profissionalmente a guitarra portuguesa, subiu ao palco para interpretar algumas das peças mais marcantes do repertório do mestre da guitarra, com a sua maestria e sensibilidade características.

O evento foi uma ocasião única para a comunidade portuguesa em Toronto, reunindo uma audiência de apreciadores da música tradicional e da guitarra portuguesa. O centenário de Carlos Paredes, celebrado em 2025, serviu como um pretexto para refletir sobre o legado duradouro do mestre da guitarra, cuja obra transcendeu fronteiras e influenciou gerações de músicos. Com técnica impecável e uma profunda compreensão do estilo de Paredes, Marta Pereira da Costa prestou-lhe uma homenagem emocionada, ao mesmo tempo que trouxe à tona a sua própria abordagem inovadora ao instrumento. A sua presença e talento evidenciam a contínua evolução da guitarra portuguesa, símbolo da cultura portuguesa, ao mesmo tempo que abrem caminho para novas interpretações e experimentações.

A Cônsul-Geral de Portugal em Toronto, Ana Luísa Riquito, expressou a satisfação de o Consulado Geral ser co-patrocinador deste evento: “conseguimos um pequeno orçamento no nosso plano anual de atividades culturais, e esta foi a primeira das nossas iniciativas culturais deste ano, organizada em conjunto com o Instituto Camões, o Centro da Língua Portuguesa na Universidade de Toronto, com a professora Anaísa Gordino e com a Casa do Alentejo. Esta é uma atividade que nos fala muito ao coração, porque é uma homenagem ao grande Carlos Paredes. Ele foi muito mais do que um compositor e músico virtuoso; era um artífice, um poeta das 12 cordas da guitarra portuguesa, que marcou profundamente o nosso imaginário sonoro da ‘portugalidade’. Ter aqui uma discípula dele, que é mulher e tem dado novas latitudes à guitarra portuguesa, é particularmente emocionante para nós, porque Carlos Paredes é de todos nós e das nossas comunidades, em primeiro lugar.”

Em conversa sobre o concerto, Marta Pereira da Costa partilhou a sua emoção e gratidão por poder prestar homenagem a Carlos Paredes no centenário do seu nascimento. “Foi uma noite inesquecível, muito especial, até porque já não vinha cá há 13 anos. Na altura, estava a dar os meus primeiros passos na guitarra portuguesa. Em 2012, fiz a minha estreia e foi o meu primeiro concerto a solo em Toronto. Voltei em 2013 aqui à Casa do Alentejo, e agora, em 2025, depois de muita aprendizagem, muitas viagens e muitos palcos pelo mundo, voltar aqui, onde fui tão feliz, tem um sabor especial. E fazer isso numa data tão importante, o centenário do nascimento da grande referência do instrumento que toco, a guitarra portuguesa, que é o Carlos Paredes, é ainda mais significativo”, afirmou Marta, visivelmente emocionada.  

Sobre a responsabilidade de interpretar Carlos Paredes, a guitarrista e compositora disse que “Carlos Paredes é uma referência incontornável na guitarra portuguesa, e poder levar a sua música até à comunidade portuguesa em Toronto é uma honra. “A sua obra tem sido uma enorme inspiração ao longo da minha carreira e, ao interpretar as suas composições, sinto-me como se estivesse a continuar um legado precioso”. Marta também falou sobre as dificuldades de ser mulher num campo artístico tradicionalmente dominado por homens. “A luta ainda não acabou, mas já existem mais mulheres a tocar guitarra portuguesa, e isso é um reflexo das mudanças que estamos a promover. No início, foi difícil, mas acredito que estamos a quebrar barreiras e a criar espaço para que mais mulheres sigam o mesmo caminho. Isso é um orgulho e uma responsabilidade enorme.”

Marta Pereira da Costa enfatizou a relevância de eventos como este, que permitem à comunidade portuguesa no estrangeiro manter a ligação com as suas raízes culturais. “A música tem o poder de aproximar as pessoas, de contar histórias e de celebrar a nossa identidade. Em Toronto, a Casa do Alentejo tem um papel fundamental nesse processo, e é um privilégio poder partilhar este momento com todos.”

Francisco Pegado/MS

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