Luso-descendente distinguido pelo Portuguese Canadian Walk of Fame
Andrew Arruda tem apenas 28 anos e já está no Top 30 da Forbes, uma das revistas mais conceituadas do mundo empresarial. No sábado, o Portuguese Canadian Walk of Fame entregou-lhe uma estrela. A organização visa distinguir individualidades com ADN português, que se destacaram no desenvolvimento do país, em várias áreas.
Manuel DaCosta, mentor e chairman do Portuguese Canadian Walk of Fame, espera que outros jovens sigam o exemplo de Arruda. “Nós ficámos muito impressionados com as conquistas deste jovem em tão pouco tempo. Espero que o tomem como um exemplo a seguir, sobretudo aqueles que pensam que não vale a pena lutar”, sublinhou.
A família de Arruda é natural dos Açores, da ilha de São Miguel e o jovem advogado cresceu próximo da baixa de Toronto. Depois de concluir os seus estudos, Arruda decidiu inovar e criou a ROSS Intelligence, uma empresa de inteligência artificial. Ou melhor dizendo, conseguiu ensinar um computador a pensar como um advogado.
A ROSS Intelligence foi criada em 2015, na Universidade de Toronto, com outros dois colegas. Atualmente a start up tem escritórios em Silicon Valley, na Califórnia e em Toronto. Segundo a empresa, com esta ferramenta de trabalho cada advogado pode poupar até 30% do seu tempo de trabalho. Em menos de quatro anos, a ROSS já assinou com a Dentons, a maior empresa de advogados do mundo.
Arruda já colaborou com o melhor da imprensa mundial, The New York Times, BBC, Bloomberg, The Washington Post, Forbes e The Financial Times. Em declarações ao Milénio Stadium, a propósito da distinção que agora o coloca ao lado de outros portugueses no Portuguese Canadian Walk of Fame, Arruda garante que este reconhecimento é diferente. “É muito especial ser reconhecido pela minha própria comunidade. Espero poder inspirar as novas gerações da mesma forma que outros me inspiraram”, disse.
A determinação e a resiliência da comunidade portuguesa é essencial no dia-a-dia de Andrew. “Costumo dizer que o risco que corri ao ir para Silicon Valley com os meus dois sacos de hóquei com roupa não é nada quando comparado com o que os meus avós e os meus pais devem ter sentido quando embarcaram no avião para o Canadá”, admitiu.
Na cerimónia de reconhecimento, Arruda recordou a família e garantiu ter herdado do pai a ética de trabalho. “O meu avô era pescador de bacalhau e enquanto ele estava ausente a minha avó salgava o peixe e a vendia-o a bons preços. Costumo dizer que ela era uma corretora de bolsa de peixe açoriano. Imaginem o que ela era capaz de fazer na Bay Street [centro financeiro de Toronto] se tivesse acesso à educação que eu tive?”, referiu.
O jovem talento frequentou colégios privados e estudou em três universidades – Toronto, Saskatchewan e Sorbonne. Do vasto curriculum de Andrew Arruda, conta-se um verão em Lisboa na Embaixada do Canadá, no departamento dos negócios estrangeiros, comércio e desenvolvimento. A receita para o sucesso é muito tradicional. “Trabalhar duro, é tão old fashion quanto isso (risos). Ter uma boa atitude e ser optimista, todas as manhãs acordo e digo para mim próprio – this is the best day of my life”, avançou.
O Portuguese Canadian Walk of Fame distinguiu outras três individualidades – António Dionísio, que revolucionou o sector sindical e fundou uma das maiores bolsas escolares do país; Tony Lima, proprietário do grupo Limen, uma das maiores construtoras do país e, a título póstumo, Alberto de Castro, um pintor que se distinguiu na arte naïf.
Peter Serrado encerrou as comemorações do evento e no próximo ano a Comissão espera poder também reconhecer mulheres luso-canadianas.
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