Lançamento de livro em Montreal: Mulheres Portuguesas no Quebeque: Caminhos da Liberdade

Foi com grande expectativa que regressei a Montreal, depois de uma longa ausência de cinco anos, para participar no lançamento do livro da autoria das organizadoras Aida Baptista e Joaquina Pires, assim como no colóquio do jornal Luso-Presse e LusaQ-TV, organizado por Norberto Aguiar.
A antologia de 40 textos sobre histórias de vida contadas na primeira pessoa foi lançada na Associação Portuguesa do Canadá (APC), no dia 27 de março, com retumbante sucesso. A sala da Associação encheu por completo e foi abundante a venda dos livros, num ambiente muito agradável. As autoras dos textos e suas famílias, amigos, conhecidos e outros interessados da comunidade escutaram, com grande interesse, as apresentações de Paula Ferreira – presidente da Casa dos Açores do Quebeque -, e de Joaquina Pires.
Além das apresentações de Paula e Joaquina, algumas das autoras dos textos presentes, foram chamadas para falar das razões que as levaram a querer escrever as suas histórias. O chamamento para se levantarem e enfrentar a audiência foi feito de maneira aleatória por meio de uma bela flor-de-lis de cartão azul, símbolo da província, onde estava inscrita uma citação tirada do texto de cada autora. Além de tornar emocionantes as apresentações, o tempo parece que voou, antes de se passar ao momento musical e ao convívio. Os aperitivos e bebidas foram doados pelos comerciantes da comunidade portuguesa, que há muito conhecem e têm grande estima pelas atividades voluntárias a que se dedica Joaquina.
Joaquina também apresentou a todos, além de algumas autoras dos textos, a sua antiga chefe de trabalho, na Câmara Municipal de Montreal, com quem mais aprendeu e enriqueceu o seu trabalho de 28 anos como Conselheira em Desenvolvimento Comunitário e Relações Interculturais, o que contribuiu para ajudar a melhorar a situação das minorias étnicas na cidade.
No sábado dia 29, primeiro dia do Colóquio intitulado A Comunidade Portuguesa – Uma visão do passado, presente e futuro, a Aida fez a análise do livro no painel consagrado ao Dia da Mulher, coordenado por Paula Ferreira, pessoa que fez o elo entre os dois eventos.
Foi com emoção mas com competência e sinceridade, que Joaquina, ativista e moradora da comunidade portuguesa nos últimos 60 anos, apresentou as suas razões para convidar a Aida a ser coorganizadora, cuja antologia MENINA E MOÇA ME LEVARAM, lhe serviu de inspiração, e onde também havia contribuiu com um texto. Recorreu à mesma editora portuguesa, AlmaLetra, que fez um excelente trabalho de paginação, publicação e distribuição. Joaquina foi a responsável pela seleção das mulheres que contribuíram com um texto. Muitas mais foram convidadas, mas nem todas se sentiram com coragem para participar. A Aida, por sua vez, assumiu a revisão e organização dos textos.
No colóquio, a Aida fez uma primeira análise dos textos desta antologia, MULHERES PORTUGUESAS NO QUEBEQUE: CAMINHOS DA LIBERDADE. A audiência de prestigiosos convidados vindos também de fora da cidade e dos Estados Unidos, puderam ficar a conhecer a publicação e levar consigo exemplares. Para mim, e para o pequeno grupo de membros do Núcleo de Leitura da Casa do Alentejo de Toronto, foi um prazer voltar a Montreal e celebrar, desta maneira, a escrita e o mês da Mulher.
Os nossos parabéns às organizadoras pelo grande investimento que fizeram nesta nova antologia, que vai ajudar a documentar a história das luso-canadianas no Quebeque, até aqui ignorada.
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