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IPMA celebra o melhor da música portuguesa

Canções e melodias que ultrapassam fronteiras. Promover e celebrar os artistas de descendência portuguesa que conseguem, através de seu talento, reconhecimento e destaque em outras partes do mundo e levam consigo um pouco de Portugal para onde forem. Foi com essa ideia que nasceu o Internacional Portuguese Music Awards (IPMA), que neste ano, na sua nona edição, realizada no último sábado (25 de setembro), pela segunda vez online por causa da pandemia, premiou artistas em 14 categorias, com os indicados vindos de sete países diferentes.

A apresentação foi de Catarina Furtado e o evento aconteceu no Teatro da Trindade, em Lisboa. As performances ficaram por conta de nomes conhecidos pelo público, como Carminho, Cristóvam, Piruka, Cremilda Medina, Nikita Afonso, Tabu e Anjos. A transmissão online permitiu que os espectadores fossem transportados para diferentes cenários e palcos espalhados pelo mundo e conferissem o talento desses nomes com raízes portuguesas que se destacam internacionalmente.

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Peter Serrado. Crédito: Carmo Monteiro

Neste ano, para marcar a parceria firmada entre o IPMA e o Camões Entertainment Group, baseado aqui no Canadá, um evento de transmissão aconteceu na sede do MDC Media Group, em Toronto. Organizadores, convidados e artistas locais prestigiaram a festa. Entre eles os idealizadores dessa premiação que destacaram a importância dessa parceria para ampliar ainda mais a visibilidade para artistas. Para David Saraiva, co-fundador e diretor executivo do IPMA, essa união de forças vai expandir o alcance da premiação e mostrar o que de bom os descendentes de portugueses produzem. Uma soma na qual todos ganham. José Xavier, também co-fundador e diretor executivo, destaca: “A participação de artistas canadianos na premiação tem sido constante, o que pode aumentar ainda mais a partir de agora. Tenho muita satisfação de estar aqui em Toronto, nessa festa de exibição”.

O Canadá é o lar de uma das maiores diásporas portuguesas do mundo, com quase meio milhão de pessoas vindas de diversas partes de Portugal. Um celeiro em potencial para diversos talentos, o que não passa desapercebido pelo presidente do Camões Entertainment Group, Manuel DaCosta que explica por que decidiu investir nesse projeto: “A música lusófona, aqui no Canadá, nunca foi bem explorada e acho que os nossos artistas, principalmente os mais novos, não têm tido a oportunidade suficiente para expandir suas carreiras. A ideia da parceria é ser uma oportunidade para que eles tenham mais um veículo para explorar os seus talentos e claro, a partir daí, alcançar uma projeção internacional”.

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Ruby Anderson. Crédito: Carmo Monteiro

E artistas da cena local do MDC Music, com ascendência portuguesa, como Ruby Anderson e Peter Serrado, mostraram o seu valor e talento em cima do palco e encantaram a plateia. Serrado, inclusive, já foi premiado em 2019 na categoria novos talentos do IPMA e participou da premiação em Boston, nos Estados Unidos. Ele sabe da importância desse reconhecimento para abrir portas na carreira: “Minha experiência de estar em Boston, antes da pandemia e participar do evento foi muito enriquecedora. Para o ano que vem já estou a trabalhar em novas canções para inscrever na premiação, e meu novo álbum será lançado em fevereiro de 2022”. O gerente do MDC Music, Reno Silva, fala que os artistas compartilham o mesmo orgulho de terem raízes portuguesas, e dessa forma honram a sua origem, sempre mantendo a ligação com a comunidade e o trabalho e desenvolvido pela MDC serve para que esses jovens talentos ganhem seu espaço na indústria musical.

Na edição deste ano da premiação a canadiana Nikita Afonso foi a vencedora numa das principais categorias “Canção do Ano” com “I Don’t Think I’m Doing This Right”. The RedBeds, de Portugal foram escolhidos como Novos Talentos.

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The Manic Boys and Girls Club. Crédito: Carmo Monteiro

Para a edição de 2022, quando o IPMA completa 10 anos, o público pode esperar uma grande celebração para marcar esse aniversário. “Será muito especial. Queremos honrar a nossa história e a proposta é fazer o maior evento de premiação da nossa história”, disse David Saraiva.  E os artistas de descendência portuguesa espalhados pelo mundo que estiverem interessados em concorrer, podem se inscrever até 30 de novembro. Uma chance para verem a sua música ganhar projeção em plateias mundo afora.

 

Confira abaixo a lista completa dos vencedores de 2021

Videoclipe do Ano

“Bela” by Djodje, Direção de Wil Soldiers (PORTUGAL)

Melhor Performance Instrumental

“Medusa” por In.dia (PORTUGAL)

Melhor Performance em Quarentena

“Various Songs” de Syro (PORTUGAL)

Melhor Performance de World Music

“Aguenta (ft. Lura)” por Mário Marta (PORTUGAL)

Melhor Performance Tradicional

“Cio da Terra” de Maria Monda (PORTUGAL)

Melhor Performance de Fado

“Ai Mas Ai De Mim (ft. Cristina Branco)” por LST Lisboa String Trio (PORTUGAL)

Melhor Performance de Dança

“MOTM (Magic Of The Moment)” de GAMIIX e Moses Christopher (PORTUGAL/FRANCE)

Melhor Performance de Rap / Hip-Hop

“Voar” por Moses Christopher and ELITE 4K (PORTUGAL/FRANCE)

Melhor Performance de Rock

“Connect” por Jump The Fall (USA)

Melhor Performance Pop

“Acordar” por Syro (PORTUGAL)

Melhor Performance ‘Música Popular’

“A Guitarra Vai Tocando” de Maurício Morais (USA)

Novo Talento

The RedBeds (PORTUGAL)

Canção do Ano

“I Don’t Think I’m Doing This Right” by Nikita Afonso e Ty Falcoa (CANADA/USA), escrita por Nikita Afonso e Ty Falcoa

Escolha do Público

“Amar do Zero (ft. Pedro Gonçalves)” – Lookalike (PORTUGAL)

Lizandra Ongaratto/MS


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José Xavier e David Saraiva. Créditos: Carmo Monteiro

IPMA: Há 9 anos a mostrar o talento português

Premiar o melhor da música portuguesa produzida um pouco por todo o mundo foi o grande propósito dos IPMA – International Portuguese Music Awards. A entrar no décimo ano de existência deste evento, o Milénio Stadium teve a oportunidade de conversar com David Saraiva e José Xavier (mais conhecido por Zack), dois dos seus fundadores e grandes dinamizadores.

Depois da pandemia, que obrigou a organização a reinventar-se e montar espetáculos virtuais, os IPMA preparam-se para um regresso aos palcos, ainda mais forte quanto à determinação de fazer sempre mais e melhor. Os dois fundadores deste projeto acreditam que a parceria estabelecida e anunciada há uns meses com a Camões Entertainment ajudará a projetar ainda mais esta verdadeira montra do talento musical português.

Milénio Stadium: Como surgiram os IPMA e qual foi o principal propósito?

David Saraiva: O conceito começou em 2012, com o nosso primeiro espetáculo a ocorrer em 2013.  O objetivo era (e é) reconhecer e honrar a música criada por artistas de ascendência portuguesa.

José Xavier: A ideia foi apresentada por um dos nossos parceiros da altura – criar um evento de premiação internacional para apresentar músicos portugueses já com histórico.

MS: Que papel tem desempenhado esta premiação na divulgação da música portuguesa no mundo?

DS:  Há um aspeto de descoberta ou revelação no que fazemos.  Muitos dos artistas que acabam por ser nomeados nem sempre são nomes familiares, por isso adoramos o facto de apresentarmos às nossas comunidades artistas e músicas de que anteriormente nunca tinham ouvido falar.

JX: Mas este espetáculo de prémios desenvolveu entretanto algum “vapor’’ e fornece uma plataforma sólida para todos os artistas portugueses de todo o mundo mostrarem o seu talento. O IPMA descobriu e concedeu prémios a quase 100 artistas desde o seu início.

MS: Sentiram que estes quase dois anos de pandemia quebraram um pouco a missão a que se propuseram, já que a cerimónia passou a ser online?

DS: De modo algum.  Acredite ou não, existem na realidade algumas coisas positivas que ocorreram para os IPMA durante este período de tempo.  Foi uma boa altura para refletir sobre onde estávamos, quais são os nossos objetivos futuros, e descobrir como lá chegar.  Embora os dois últimos espetáculos tenham sido virtuais, mantivemos a “forma IPMA” de fazer coisas em que nos desafiamos a produzir espetáculos de alta qualidade.  Se compararmos os nossos espetáculos virtuais de 2021 e 2020, verifica-se uma melhoria óbvia, em todos os aspetos.  Penso que também aprendemos a olhar mais para os IPMA numa perspetiva de um programa de televisão – essas lições serão transferidas para todos os programas futuros.

JX: Os últimos dois anos abrandaram de facto o aspeto do desempenho AO VIVO do espetáculo, mas por outro lado, também deram energia e tempo aos IPMA para expandir o alcance da cultura portuguesa para outras partes do mundo.

MS: Que impacto e recetividade têm tido os IPMA em Portugal?

DS: O nosso alcance em Portugal tem crescido ano após ano.  Vemo-lo no número de submissões que recebemos.  A quantidade de cobertura de imprensa também aumentou e conseguimos que alguns dos nomes mais respeitados na televisão portuguesa, como Sónia Araújo e Catarina Furtado, participassem nos nossos programas recentes.  Também vemos uma diferença quando procuramos artistas para atuar – quando os contactamos, é provável que já tenham ouvido falar dos IPMA e estejam familiarizados com o conceito e os seus objetivos.

JX: Sentimos que o espetáculo dos IPMA desenvolveu um grande respeito entre todos os principais artistas portugueses, muitos dos quais já atuaram no evento. O espetáculo vai ser transmitido na RTPi num futuro próximo. Visite ipmaawards.com para mais informações.

MS: Com a vossa experiência, o que é que nos podem dizer da implantação da música portuguesa no mundo?

DS: A maioria da imigração do povo português para outros países abrandou, como todos sabemos.  Portanto, é cada vez mais importante que façamos o que pudermos para tentar celebrar a nossa cultura e envolver as gerações mais jovens, tanto quanto possível.  Continuar a descobrir e promover talentosos artistas lusos em todo o mundo é uma forma de o fazer.  Eles continuam a criar grande música, ano após ano, e isso dá-nos esperança.

JX: Os prémios IPMA receberam submissões de todo o mundo, incluindo a Malásia. Isso penso que já diz muito da implantação da música portuguesa no mundo. Temos, aliás, muita curiosidade em ver que países se submetem para 2022! Aproveito para lembrar que o prazo de submissão é 30 de novembro de 2021.

MS: Quais são os principais obstáculos que os portugueses espalhados pelo mundo sentem para se fazerem ouvir?

DS: Portugal é ainda um país pequeno, por isso pode haver menos oportunidades, de certo modo, para os artistas portugueses.  Contudo, vivemos na era da Internet e nunca houve tantas ferramentas à nossa disposição para ajudar a promover a música e a espalhar a palavra.  Para os artistas que estão a criar música de qualidade e trabalham arduamente nas suas carreiras, o futuro parece promissor.

MS: Que perspetivas têm para o futuro dos IPMA, agora que oficializaram uma parceria com a Camões Entertainment?

DS: Queremos continuar a expandir o nosso alcance e melhorar em tudo o que fazemos atualmente.  Chegámos à conclusão de que, para atingir determinados objetivos, precisávamos de formar alianças deste tipo.  É isso que torna a nossa parceria com a Camões Entertainment tão excitante.  Expandirmo-nos mais para o Canadá só faz sentido, dada a população portuguesa que aí reside.  Vemos muitas coisas boas a sair desta relação.

JX: Estamos muito satisfeitos e honrados por ter a Camões Entertainment a bordo para ajudar a expandir os IPMA não só para o Canadá, mas também para outras partes do mundo. Aguardamos com expectativa a continuação do seu apoio durante muitos mais anos.

Visite ipmaawards.com para mais informações.

Catarina Balça/MS

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