Ilha de Santa Maria – Passado, Presente e Futuro O novo livro de Jorge Arruda apresentado em Toronto
A ilha de Santa Maria está indissociavelmente ligada à vida de muitos açorianos que um dia saíram da sua terra à procura de um futuro diferente daquele que as ilhas podiam oferecer naqueles tempos difíceis. Era lá que apanhavam o avião que os ligava ao mundo. Muitos, se não a imensa maioria, sem fazerem ideia da história que a ilha e, em particular, aquele aeroporto encerram. Jorge Arruda, por força das circunstâncias da sua vida profissional, muito ligada à gestão de aeroportos, conhece bem a ilha, a sua história, a sua importância estratégica e a relevância que terá no futuro. Por entender que é importante partilhar o saber, Jorge Arruda publicou recentemente o seu quinto livro, desta vez inteiramente dedicado a Santa Maria, Passado, Presente e Futuro. Através desta obra conhecemos a história da ilha que foi a primeira do arquipélago dos Açores a ser descoberta, mas também ficamos a saber que este pedaço de terra rodeada de mar terá uma importância grande na futura gestão do espaço aéreo.
Tivemos a oportunidade de conversar um pouco com Jorge Arruda, mesmo antes de acontecer o lançamento da sua obra na Casa dos Açores de Toronto, o que acontecerá hoje, cerca das 7:30 pm e percebemos como surgiu esta ideia de dedicar o seu quinto livro a esta ilha. “Desde a minha meninice que ouvi falar de Santa Maria. Por causa dos meus tios que começaram a emigrar para o Canadá. A minha avó recebia cartas do Canadá, mandava cartas que nós escrevíamos para os meus tios e íamos aos embarques. Ainda no campo de Rabo de Peixe, em Santana, não é? E depois, o tempo passou, e mais tarde fui trabalhar para a SATA e cheguei a ser Diretor do Aeroporto de Santa Maria”.
Santa Maria é uma ilha cheia de história, que se cruza naturalmente com a história de Portugal, mas também com a história universal, nomeadamente quando a Europa enfrentava a segunda Guerra Mundial e a ilha passou a ter uma significativa importância estratégica quando os Estados Unidos da América se interessaram em usar a parte mais plana da ilha para fazer uma base militar, como explica Jorge Arruda – “Eles tiveram que regularizar a plataforma, asfaltar a pista, pôr tudo operacional. Limparam aqueles terrenos todos que eram de uma terra de muita argila, fizeram muitos trabalhos e escavaram até encontrar rochas e fizeram aquela pista com 4000 e tal metros de comprimento. E isto veio dar uma força muito grande à Europa, e à NATO. E depois os aviões civis também vieram para cá a partir da altura que o aeroporto de Santa Maria ficou construído e a Base Aérea foi transferida para a Terceira. E a aeronáutica civil tomou conta de Santa Maria porque o aeroporto foi transformado em aeroporto internacional, passando a ser o ponto de partida para as grandes viagens entre os Açores, o Continente, a América, Canadá e o resto do mundo”.
Estas e muitas outras histórias da história da Ilha de Santa Maria, fazem parte deste livro que Jorge Arruda traz até ao Canadá, que ainda realça a atualidade e as perspetivas de futuro, que de novo ligam a ilha ao espaço aéreo.
MB//MS
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