Comunidade

Germano retrata raízes da humanidade em acrílico

Nova exposição da Peach Gallery

As raízes e os erros da humanidade na tela com todos os seus contraste e nuances. Este é o principal tema da mostra “Presence” da autoria de Alfredo Germano que está a expor pela primeira vez no Canadá. A exposição pode ser visitada na Peach Gallery em Toronto no 722 da College Street.

“É uma crítica a tudo o que os seres humanos fazem de mal. Não só ao capitalismo, mas também a todos os outros ismos. Todos eles têm as suas virtudes, mas quando são mal aplicados são muito negativos. Trabalho em acrílico e a minha corrente é abstracionista. Se bem que esta exposição é mais surrealista”, disse Germano, artista plástico, ao nosso jornal.

Com um espírito crítico muito apurado, Germano retrata a dor e o sofrimento daqueles que são explorados e alerta para as novas máscaras da escravatura contemporânea. No século XXI a extrema direita voltou a ganhar força em várias partes do globo e a cor, a raça e o género continuam a ser o rastilho que alimenta a discriminação, o racismo e a xenofobia.

“As pessoas preocupam-se cada vez menos com os outros. Somos muito individualistas e estamos muito adormecidos, isso vê-se na questão dos refugiados, o tema da minha última exposição. Na política, a viragem à direita, não em Portugal, mas no mundo em geral, força-me a exprimir a minha mágoa por certas conquistas sociais terem ido por água abaixo. Isso tem de parar porque há gente a sofrer, sobretudo os grupos mais vulneráveis”, defendeu.

Formado em Sociologia pela Universidade de Toronto, Germano trabalhou mais de 30 anos no Canadá na área da assistência social e já realizou várias exposições individuais e coletivas em Portugal. Ao Milénio Stadium, o luso-canadiano relembrou que a democracia não é um dado adquirido e elogiou a tolerância dos portugueses. “Temos de lutar pela democracia todos os dias. Os portugueses preocupam-se com os outros e são um povo tolerante. Nasci em Lisboa, mas agora vivo no Minho e lá noto que as pessoas aceitam bem as diferenças dos outros”, adiantou.

A paixão pela arte nasceu aqui, do outro lado do Atlântico, e deverá ser a inspiração para o próximo trabalho. “Comecei a interessar-me por arte quando vivi no Canadá e tive a sorte de conhecer grandes artistas, como William Ronald, Gordon Rayner, Richard Gorman e Walter Moss. Curiosamente nunca tive muita afinidade por paisagens canadianas porque todo o pintor as retratou. Mas fiz algumas pesquisas e acredito que sou capaz de exprimir os arvoredos e os lagos deste país através da minha técnica”, revelou.

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