Comunidade

Dicas para entrar no mercado de trabalho canadiano

A procura de um emprego no mercado de trabalho nem sempre é uma tarefa fácil, sobretudo para os imigrantes. No entanto existem dicas preciosas que ajudam a preparar uma entrevista de emprego, a melhorar o seu currículo e a sua apresentação nas redes sociais.

Painel de oradores do encontro

O encontro “Ultrapassando as barreiras para se conseguir um emprego no Canadá” aconteceu sexta-feira passada (1) na Câmara Municipal de Toronto e foi organizado pela Federação de Empresários e Profissionais Luso-Canadianos (FPCBP); o Conselho de Cidadania de Ontário (CONCID) e a Associação de Estudantes Brasileiros da Universidade de Toronto (BRASA).

Prefiram a via legal

Em declarações ao Milénio Stadium, Ana Beltrame, Cônsul-Geral do Brasil em Toronto, sublinhou a importância da informação e alertou os novos emigrantes. “Acho que é uma grande oportunidade para a aprender a obter um bom emprego no Canadá, sobretudo em Toronto que é uma cidade tão competitiva. Para quem está a pensar emigrar recomendo que procurem os canais competentes e que venham pela via legal, não sejam ingénuos e não acreditem em atalhos vendidos por pessoas sem escrúpulos”, informou.

Em 2018 o Consulado-Geral do Brasil em Toronto registou, em média, 25 pedidos por dia para a transcrição da Carteira Nacional de Habilitação. O documento é obrigatório para todos os cidadãos brasileiros que queiram legalizar a sua carta de condução no Canadá e é indicador de que os brasileiros continuam a querer emigrar para o Canadá.

Ana Beltrame, Cônsul-Geral do Brasil em Toronto

Beltrame falou ainda sobre a solidariedade que existe entre a comunidade brasileira e portuguesa. “Vocês estão cá há mais tempo e têm empresas que criam postos de trabalho. A nível de habitação, os brasileiros moram em áreas da cidade onde os portugueses já moraram”, exemplificou.

O encontro contou com cinco palestrantes que têm uma vasta experiência no mercado de trabalho canadiano e que em comum têm o Brasil. Fabio Crespin, manager da United Way Greater em Toronto (UWGT); Jamile Cruz, co-fundadora da I & D 101; José Cabral, consultor de carreiras no ensino superior; Ingrid Coifman, coordenadora de voluntariado na West Neighbourhood House e Peter Hawkins, co-fundador da MELLOHAWK Logistics, o único empregador de origem canadiana do painel.

LinkedIn vs Facebook

Os palestrantes falaram sobre a necessidade de um imigrante não se sentir inferiorizado até porque o conhecimento é universal. A capacidade de trabalhar em equipa, a resolução de problemas complexos e a apresentação de resultados são competências importantes em qualquer mercado de trabalho, inclusive o canadiano. “Equilibrem a humildade com a vaidade, temos que conseguir vender-nos”, avançou Fabio Crespin.
O currículum vitae deve conter palavras chave que os empregadores procuram, uma vez que grande parte da pesquisa para recrutamento é feita de forma automática por computadores. Na era da imagem e das redes sociais existem trabalhadores responsáveis por avaliar o nosso perfil antes de uma eventual contratação. Os especialistas avisam que “a fotografia do LinkedIn não pode nem deve ser a mesma do Facebook ou do Instagram, tem de refletir competência, profissionalismo e seriedade”, adiantou Peter Hawkins.

Uma das formas de adquirir experiência canadiana pode ser através do voluntariado porque aumenta a rede de contactos e melhora o inglês. “Muitos dos newcomers não sabem que o voluntariado é uma boa forma de adquirir aquela experiência canadiana tão exigida antes de entrar no mercado de trabalho. É uma boa forma de experienciar a cultura de trabalho numa numa corporação não governamental sem aquela pressão profissional de já ter todas as respostas. Além do mais é crucial conhecer pessoas novas para ter cartas de recomendação”, contou Ingrid Coifman.

Coordenadora da West Neighbourhood House

Coifman era jornalista no Brasil e no Canadá acabou por se apaixonar pelo voluntariado. “Nós recebemos muito mais do que damos. Hoje os newcomers têm um inglês mais avançado e isso já lhes permite fazer voluntariado no mercado canadiano. Mas para aqueles que não estão tão confortáveis podem sempre fazer voluntariado no brasileiro ou no português porque aqui os invernos são muito rigorosos e é sempre bom conhecer gente nova. Se não encontrarem logo a vossa profissão de sonho não desistam porque em algum momento lá na frente ela vai acabar por surgir”, disse.

Networking e voluntariado

José Cabral, em representação da FPCBP, explicou a importância de adaptar o currículo à vaga de trabalho e de perceber quais são os nossos objetivos. “A cultura canadiana é muito diferente, aqui o currículo não pode ter foto e no máximo tem duas páginas. O propósito é nós ajudarmos enquanto imigrantes seniores porque sabemos que existem vagas”, explicou.

Seja estratégico, é outra das dicas que os experts sugerem. “Eu costumo dizer, who am I, what is out there e how do do I get there?. No networking temos que contactar com pessoas que vão adicionar valor à nossa rede de profissionais. O LinkedIn serve para partilhar conhecimento, não é como as outras redes sociais tradicionais onde partilhamos o menu do almoço e a festa do escritório”, justificou Cabral.

Os participantes receberam uma carta de baralho e no final cada um teve a oportunidade de se apresentar num pequeno grupo com a mesma carta. O objetivo do jogo foi treinar a técnica do “elevator pitch” e fazer networking.

Joana Leal

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