Comunidade

Casa do Alentejo quer construir lar de idosos

“Temos uma casa acolhedora e com capacidade para receber qualquer evento cultural”

Joana Leal

Rosa de Sousa é a sócia número um da Casa do Alentejo. Em dia de aniversário a fundadora adiantou que para já o grande objectivo é construir um centro de idosos para a comunidade portuguesa.
Rosa confunde-se com a história da Casa do Alentejo. Faz parte da instituição desde o início e em dia de festa, apesar do cansaço, era uma mulher realizada. “Nós começámos

Mena Nunes com algumas das suas obras

com uma brincadeira. Num jantar juntámos mais de 350 alentejanos que nos pediram para criar a Casa do Alentejo. Foi assim que o projeto nasceu, nunca pensámos que chegasse tão longe”, explica.
A direção quer construir um centro de idosos, uma valência que faz falta à comunidade. “É um sonho antigo mas para já não estamos autorizados a construir nesta área. Vamos ver o que acontece no futuro”, revela a fundadora. Ao contrário do que se possa pensar, o núcleo fundador da Casa incluía até açorianos. E embora tenha nascido com o propósito de divulgar a cultura alentejana acabou por ser um guardião da cultura portuguesa no Canadá. Actualmente tem dois funcionários mas a maioria da mão-de-obra continua a ser de voluntários.
João Ferreira é o actual presidente da Casa do Alentejo. “Eu sou presidente mas se for preciso coloco um avental e trabalho como os outros. Não tenho nenhum problema com isso. Há 20 anos tínhamos aqui dois barracões. Hoje temos uma casa acolhedora e com capacidade para receber qualquer evento cultural”, avança.
A Casa do Alentejo foi pioneira na organização das semanas culturais em Toronto e para além da música, no aniversário houve espaço para a pintura. A mostra é da autoria de Mena Nunes e tem patentes ao público cerca de 24 quadros que vão desde o acrílico à pintura. A artista plástica concluiu em 2009 um Bacharelato em Animação no Sheridan College e desde aí que se dedica à pintura. Em declarações ao Milénio Stadium, Mena Nunes admite que gosta de pintar sobretudo pessoas. “Mas nas aguarelas é sobretudo paisagens. A minha preferida é o inverno no Canadá”, refere.
Manuel da Costa é um dos empresários luso-canadianos mais bem-sucedidos da comunidade. O fundador do grupo de comunicação “Camões Entertainment” marcou presença no evento e defendeu a criação de um novo paradigma cultural. “A cultura portuguesa está a desaparecer em Toronto. Perante esse facto temos que mudar de estratégia. Não sei se será ou não através do inglês mas se não fizermos nada a nossa cultura está condenada”.
A ACAPO – a Aliança dos Clubes e Associações Portuguesas de Ontário – elogiou a resiliência da direção da Casa do Alentejo. “Ao longo dos anos esta instituição tem apostado forte no desenvolvimento de eventos culturais. A Casa do Alentejo tem uma visão que merece o nosso reparo e nós sabemos que não é fácil fazê-lo”, afirma José Eustáquio. Questionado sobre as dificuldades financeiras que alguns clubes enfrentam, a ACAPO lamenta a falta de estratégia de alguns clubes e sugere fusões. “Porque é que [os clubes] não são mais unidos e fazem uma casa própria? Vejamos o caso do Minho. Existem várias casas que representam a mesma região. Acho que nos próximos anos fará mais sentido seguirmos o exemplo da Casa dos Açores ou da Casa das Beiras”, sustenta.
A luso-canadiana Elizabeth Gouveia abriu o concerto de Ricardo Ribeiro. A fadista que se estreou nesta casa foi acompanhada por Sérgio Santos no baixo; Pedro Joel na viola de fado e Hernâni Raposo na guitarra portuguesa.

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