Comunidade

Alexandre Franco foi homenageado

O grupo MDC organizou uma cerimónia de homenagem a Alexandre Franco no Oasis Convention Centre em Mississauga. A homenagem juntou familiares, amigos e colegas que recordaram o homem e o profissional que dedicou a vida ao jornalismo.

Nascido em Moçambique, foi lá que Franco deu os primeiros passos na comunicação social. Nos anos 80 vem para o Canadá e passa pela Rádio Portugal em Montreal e pela CIRV-FM em Toronto. “Conquistámos algumas jornadas de glória no nosso tempo. Fizemos muitos relatos de futebol juntos e acompanhámos o Benfica na sua digressão pelos EUA e Canadá. Estivemos juntos na rádio (CIRV FM); na televisão (FPTV) e no jornal Milénio que depois acabou por ser adquirido por ele. Foram muitos anos de convívio, de trabalho e de companheirismo juntos. A comunidade ficou mais pobre e não me parece fácil que ele possa ser substituído”, disse Frank Alvarez, proprietário da FPTV.

Embora tenha dedicado grande parte da carreira à rádio e à televisão, nos últimos anos Franco colaborava com o Stadium, parte integrante do Milénio Stadium, que foi criada pelo próprio numa altura em que as notícias desportivas não tinham cobertura na comunidade portuguesa.

Hoje o jornal é detido pela MDC, um grupo que concentra vários órgãos de comunicação social e cujo proprietário é Manuel DaCosta. “O Alexandre tinha uma história muito longa na comunicação social de Toronto e de Ontário, mas acho que ele e outros podiam ter estado menos acomodados e ter feito mais pelo jornalismo e pela comunidade. Acredito que perderam uma boa oportunidade… Quando fizemos a parceria com o Milénio Stadium tivemos algumas divergências, mas com o tempo ele acabou por entender e aceitar a minha visão de que é preciso fazer diferente”, contou o presidente da MDC.

José Eustáquio, que foi durante muitos anos o presidente da ACAPO, a Aliança dos Clubes e das Associações de Ontário, recorda a paixão que ambos tinham por desporto. “Ao longo da vida tivemos momentos de proximidade e de distância porque nenhum de nós é fácil. Em 1990, quando comecei a trabalhar na Labatt, percebi que o futebol e os clubes eram fundamentais na comunidade portuguesa. O Alexandre estava muito envolvido com a Luso-Canadian Soccer League e com o jornal Stadium. Organizámos muitos torneios e trouxemos várias equipas de Portugal. Criei uma grande amizade com o Eusébio por causa do Alexandre”, explicou.

Eustáquio falou-nos dos altos e baixos da amizade com Franco e elogiou o seu profissionalismo.“Voltámos a aproximar-nos quando a MDC comprou o Milénio Stadium e estivemos juntos pela última vez em dezembro na passagem do ano no espetáculo do Toy no Renaissance By the Creek. Vamos sentir falta do seu profissionalismo”, contou o vice-presidente da MDC.

Franco era um homem marcado pela descolonização, mas as suas preferências políticas e opiniões fortes nunca influenciaram o exercício da sua profissão. “Ele adorava o Sporting e ninguém se apercebia disso. Tivemos também divergências na altura da guerra da LiUNA 183 porque estávamos em lados opostos”, adiantou.

Amante de bons espetáculos e de cultura, Franco sempre fez questão de apoiar os eventos do departamento de língua portuguesa da Universidade de Toronto. “Ele percebeu que tinha na Universidade de Toronto uma fonte inesgotável de matéria para o seu semanário. Não percebo porque é que alguns jornais copiam notícias de Portugal quando há tanta coisa a acontecer aqui. Quando ele não podia cobrir os nossos eventos, eu, a Ilda Januário e outras pessoas enviávamos-lhe as informações. Mas ele fazia um grande esforço para aproximar a academia da comunidade e respeito-o por isso. Ele era um homem marcado por África e eu era mais de esquerda, mas lembro-me que organizei um simpósio sobre o 25 de abril e ele foi imparcial do tratamento do tema”, disse Manuela Marujo, professora emérita da Universidade de Toronto.

A família recorda a sua energia e garante que o seu compromisso com a profissão não interferia na vida afetiva. “O meu pai era uma pessoa muito bem-disposta que estava sempre a cantar. Ele adorava ir ao teatro, ao cinema e a espetáculos. Ele apreciava a vida, era otimista e tinha uma boa energia. Eu e a minha irmã acompanhávamo-lo muito. Na nossa infância, quando vivíamos em Moçambique ele era jornalista e treinador de basketball. Sempre sentimos o quão feliz ele era no exercício da sua profissão”, disse a filha Talita Franco.

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