Comunidade

7.ª edição do Portuguese Canadian Walk of Fame

O Portuguese Canadian Walk of Fame (PCWF) voltou a reconhecer a excelência da comunidade portuguesa que se fixou no Canadá. Desde 2015 que o Comité não entregava o prémio a uma mulher e este ano a sorte coube a Meaghan Benfeito que se tem distinguido no panorama mundial do desporto. Compromissos de agenda impediram a atleta de comparecer à cerimónia no Camões Square no 722 da College Street.

“Quando fundei o PCWF foi com o objetivo de expor os talentos que temos na nossa comunidade nas mais variadas áreas. Nós, portugueses, não temos por hábito reconhecer aqueles que realmente fazem a diferença na sociedade. Uma jovem como a Meaghan serve para dar o exemplo aos líderes de amanhã, ela tem-se destacado no desporto e na filantropia e isso tinha de ser reconhecido. No próximo ano precisamos que as mulheres saiam da sombra e que se nomeiem umas às outras para que lhes possamos prestar a devida homenagem porque elas foram fundamentais na construção da nossa comunidade”, adiantou Manuel DaCosta ao Milénio Stadium.

O Comité reconheceu ainda Jack Prazeres, empresário do ramo da construção civil e filantropo; Mário Silva, especialista em direitos humanos e, a título póstumo, Mário Coelho Tomaz, o fundador da primeira livraria portuguesa de Toronto – a Portuguese Book Store.

“Sabe muito bem ser reconhecido pela nossa comunidade, afinal de contas não é todos os dias que isto acontece. Mas fiquei surpreso porque achamos sempre que existem outras pessoas que merecem muito mais do que nós …”, disse Prazeres.

“Já fizemos muito ao longo destes anos, mas a igualdade é uma luta constante. Em 1994 estas ideias ainda estavam muito longe de acontecer, felizmente hoje a comunidade LGBTQ+ é mais aceite e a nível de direitos humanos Portugal tem vindo a evoluir muito. Eu não sou pessimista e acredito que neste momento estamos a viver a melhor fase da história da humanidade”, sublinhou Mário Silva, que atualmente é professor na Universidade de Ryerson.

“É difícil chegar ao patamar que o meu pai atingiu porque quando ele abriu a nossa primeira livraria ainda não existia internet. Ele começou por disponibilizar o jornal A Bola, depois seguiram-se outros jornais. Recordo-me que na altura do 25 de abril de 1974 não tínhamos muitas fontes de informação para acompanhar o que se passava em Portugal”, explicou a filha Jenny Tomaz Coimbra.

O documentário “Colónia do sonho”, da autoria de Bill Moniz, foi exibido na Peach Gallery no arranque da cerimónia do PCWF e tudo leva a crer que a história dos portugueses no Canadá continue a inspirar o produtor.
“Este documentário coloca uma questão e a pergunta é se realmente a primeira colónia de europeus no Canadá foi fundada por portugueses. Sempre ouvi dizer que esta informação era verdadeira, mas quando fui investigar verifiquei que alguns historiadores discordavam desta tese. Penso que faltam maiores pesquisas, sobretudo no campo da arqueologia. Existe um cemitério na Ilha do Cabo Bretão, na Nova Scotia, onde se julga estarem os restos mortais desses colonos. Tenho outro projeto na forja sobre a vida daquela que poderá ter sido a primeira mulher portuguesa a emigrar para o Canadá em 1814”, informou.

A cerimónia terminou no FountainBlu e contou com a presença de vários rostos conhecidos da comunidade. Ana Bailão, vice -presidente da Câmara Municipal de Toronto sublinhou na ocasião que “o Portuguese Canadian Walk of Fame muito ajuda a demonstrar e deixar registado as muitas contribuições que fazemos para esta sociedade que tão bem nos acolheu. Acho que devemos honrar todos os agraciados, mas também usá-los como exemplo para os mais novos.” Por outro lado, Julie Dzerowicz fez questão de ler a todos os presentes a declaração que teve oportunidade de apresentar, recentemente, no Parlamento Federal onde sublinha o papel importante que a comunidade portuguesa tem tido no desenvolvimento da sociedade canadiana, afirmando-se orgulhosa por isso, sublinhando que este é já o segundo ano que o Canadá dedica o mês de junho à herança cultural portuguesa. Julie terminou o seu discurso saudando todos os agraciados com uma estrela no PCWOF afirmando que são uma inspiração, não apenas para os portugueses, mas para todos os canadianos. Por fim, coube a Armindo Silva, um homem reconhecido por todos pelo trabalho que, ao longo dos 58 anos que já leva de vida no Canadá, desenvolveu sempre em prol da afirmação e reconhecimento do valor da comunidade portuguesa na sociedade canadiana, o papel de Keynote Speaker. Armindo Silva começou por recordar que, desde cedo, sentiu que a aposta na educação seria fulcral para termos uma comunidade qualificada e reconhecida em vários setores da sociedade.

É que, para Armindo Silva, é de extrema importância que tenhamos um bom perfil comunitário para o nosso valor ser reconhecido e isso passa pelo nível de qualificação que os seus membros apresentam, quer a nível individual ou coletivo. Daí a importância de termos entre nós role model’s que iniciativas como esta do Portuguese Canadian Walk of Fame acabam por promover e evidenciar. Armindo Silva terminou o seu discurso agradecendo a Manuel Dacosta a sua visão quando lançou este evento anual de promoção da comunidade luso-canadiana.
O dinheiro angariado pelo Portuguese Canadian Walk of Fame 2019 vai ser entregue na totalidade e em partes iguais a três associações não governamentais – o Luso Canadian Charitable Society, o Abrigo Centre e o Famous People Players.

Joana Leal

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