A queda de água furiosa continua a conduzir os nossos espíritos para um oceano de sonhos perdidos. Esta pandemia estabeleceu novas normas e regras para as nossas vidas que mudam com mais frequência do que o vento, criando confusão e desespero. De acordo com um estudo com 230 000 pessoas nos EUA, uma em cada três pessoas afetadas pela Covid foram diagnosticadas com uma doença neurológica ou de saúde mental seis meses após serem infetadas. Como iremos regressar ao normal nestas circunstâncias? A tentativa de Doug Ford de inspirar Ontário ao dizer “Sejam Felizes” foi vista como um hino oco e inexpressivo para aqueles que já estão no fundo e não têm para onde ir. Viver e trabalhar em Toronto e na GTA tem-se tornado numa forma desequilibrada de viver a vida.
Todos os dias, as estatísticas do governo que descrevem a terceira onda do vírus são nada mais do que lembretes deprimentes de que o nosso confinamento permanecerá por muito tempo. As autoridades têm falhado na informação e orientação dos cidadãos desta província, a informação que providenciam é confusa e por isso muitos continuam a desobedecer às regras. Uma das desvantagens de viver/trabalhar na GTA é a ausência de uma discussão abrangente sobre a questão da habitação e a discussão continua sobre as atitudes de confronto entre inquilinos e senhorios. Geralmente, os inquilinos são descritos como vítimas de proprietários gananciosos que não têm compaixão por aqueles que têm de arrendar uma casa. Como é que se mede a justiça desta relação? Os senhorios não podem aumentar as rendas, expulsar inquilinos indisciplinados, os tribunais estão fechados, no entanto, os senhorios têm de continuar a pagar os impostos que estão a aumentar, o custo cada vez mais elevado do aquecimento, da luz, das hipotecas e uma quantidade inumerável de custos da cidade que nos aparecem na caixa de correio todos os meses.
Falando por experiência própria, sempre que um inquilino decide mudar-se, o apartamento requer reconstrução e limpeza, porque os inquilinos acham que destruir a casa faz parte do jogo. Isto não significa que todos os inquilinos são iguais, mas é típico encontrar condições repugnantes, mais apropriadas a porcos do que a humanos. A polarização dos inquilinos por grupos organizados tem criado uma atmosfera de medo, onde os senhorios podem ser descritos como pessoas sem coração simplesmente por pedirem que a renda seja paga. Como as políticas são adotadas por partidos políticos oportunistas que proclamam os inquilinos como as vítimas da sociedade e passam a mensagem de que os proprietários que se sacrificaram através do seu trabalho árduo não têm direitos, os inquilinos sentem-se capazes de abusar do sistema. A imposição de medidas tributárias sobre aqueles que têm trabalhado, danifica o espírito e a ambição para fazer mais pelos menos afortunados da sociedade.
Com as pessoas a adotarem o conceito de trabalhar através de casa, o mercado imobiliário tornou-se numa parte importante do nosso ambiente confortável e não apenas quatro paredes dentro das quais dormimos. Poder-se-ia questionar a produtividade do trabalho feito a partir de casa, contudo é um fenómeno que será “normal” por mais um tempo. Ainda há pouco tempo, várias pessoas abandonavam a cidade para pastagens mais verdes fora do centro da cidade, mas estão agora a regressar e a perceber que arrendar um apartamento inclui participar numa guerra de licitação, espelhando a venda de uma casa. O Canadá está agora em segundo lugar no destino de imigração de chineses ricos e estas elites irão continuar a pressão inflacionária sobre a habitação, pressionando a oferta. Estamos a entrar numa era de transferência de riqueza sem precedentes.
A próxima década irá acompanhar a transferência de um trilião de dólares de pais para os seus filhos. 55 por cento dos millennials consideram que faz parte da obrigação de um pai deixar uma herança. Esta estatística absurda reflete a desconexão entre trabalho árduo e aqueles que dizem merecer. E que tal trabalhar arduamente para o que ganha? As gerações preguiçosas que esperam que compensem a sua falta de ambição, retratam a crise da habitação e outros problemas sociais atuais. As próximas gerações serão, na sua maioria, preguiçosas e irresponsáveis, conduzindo este país ao dogma socialista de esquerda desprovido de respeito por aqueles que trabalham arduamente e providenciam quatro paredes para o seu conforto. E que tal um pouco de respeito pela sua casa?
Fique bem.
Live/Work in mortar boxes
The raging waterfall continues to take our spirits to an ocean of lost dreams. This pandemic has established new norms and rules for our lives which change more often than the wind creating confusion and despair. One in three people affected by Covid was diagnosed with a neurological disease or mental health issue six months after the infection on a study of 230.000 people in the USA. How will we return to normal under these circumstances? Doug Ford‘s attempt at inspiring Ontario by saying “Be Happy” came across as a hollow and expressionless anthem to those who are already at the bottom with nowhere to go. Living and working in Toronto and GTA has become an unbalanced way of life.
Each day government statistics outlining the third wave of the virus show nothing more than depressing reminders that our confinement will be with us for a long time. Many continue to flaunt the rules due to confusing information coming from the authorities which fail to inform and guide the citizens of this province. An underbelly of live/work in the GTA is the lack of comprehensive discussion regarding how people are housed and the continuous discussions regarding the confrontational attitudes between tenants and landlords. For the most part, tenants are being portrayed as victims of avaricious landlords who have no sympathy for those who have to rent a home. How do you measure the fairness in the relationship? Landlords cannot raise rents, evict unruly tenants, tribunals for the most part are shut down but landlords have to continue to pay raising tax rates, increased costs for heat, hydro, mortgages and a myriad of city costs which show up at the mail box each month.
Speaking from personal experience, every time a tenant decides to move the apartment requires reconstruction and cleaning because tenants feel destructing their home is part of the game. This is not to suggest that all tenants are the same but coming across disgusting conditions more fitting of pigs than humans has become a typical condition. The polarization of tenants by organized groups has created an atmosphere of fear where landlords can be portrayed as heartless people from simply asking that the rent be paid. As collectivist policies are adopted by opportunistic political parties who proclaim that tenants are society’s victims and messaging that landlords who sacrificed through hard work have no rights, tenants feel empowered to abuse the system. The imposition of tax measures on those who have laboured cripples spirits and the ambition to do more for those less fortunate in society. As people have adopted the concept of working from home, real estate has become an important part of our comfortable environment and not just four walls we sleep within. One could question the productivity of work at home but it’s a phenomenon which will be “normal” for a while longer.
Not long ago many were abandoning the city for greener pastures outside of the city center but are now returning and finding that renting an apartment include participating in bidding wars reflecting the sale of a home. Canada is now number two in immigration destinations for rich Chinese and these elite will continue inflationary pressures on housing thus pressuring supply. We are entering an era of unprecedented wealth transfer.
The next decade will see one trillion dollars transferring from parents to children. Fifty-five per cent of millennials say that it’s a parent’s obligation to leave an inheritance. This nonsensical statistic is a reflection of a disconnect between hard work and those who say they deserve. How about working hard for what you get? Lazy generations who expect others to cover their lack of ambition is mirroring the crisis of housing and other societal issues today. Generations to come will be near-do-wells for the most part taking this country to leftist socialist dogma devoid of respect for those who work hard and provide four walls for their comfort. How about some respect for your home?
Take care.
Manuel DaCosta/MS
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