Editorial

Seguros – Doçura ou Travessura?

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Cartoon Stella Jurgen

 

Quando pensa em seguros, o que lhe vem à cabeça? Normalmente, a palavra proteção contra qualquer eventualidade. Supostamente, em troca de um pagamento Premium, irá garantir uma compensação numa perda especifica, em caso de danos, doença ou morte. As seguradoras reúnem os riscos dos clientes para tornar os pagamentos mais acessíveis para o cliente.

A questão dos seguros pode invocar sentimentos de medo porque a indústria tem-se tornado tão complexa que a maioria não compreende até onde vai a cobertura da sua apólice. São poucos os que leem as letras pequenas, escritas por alguns dos melhores advogados do mundo, daí a necessidade de existir outro advogado para interpretar a apólice.

Esta semana, o Milénio Stadium analisa o negócio dos seguros e o seu impacto na vida das pessoas. A maioria das pessoas é afetada pelo seguro imobiliário e automóvel e por isso, geralmente, essas apólices não são complicadas, dependendo do número de processos de reivindicações que tenham. A Covid-19 reforçou o foco nas empresas de seguros e na forma como os negócios estão a ser afetados pelas condições implementadas que poderão contribuir para a falência de pequenas e médias empresas. Certos setores de negócio estão a ser afetados com base no serviço que oferecem. Restaurantes, empresas de entretenimento, remoção de neve e outros negócios semelhantes, têm visto aumentos astronómicos no valor das suas apólices ou até a recusa da renovação do seu seguro. Enquanto o Governo encerra determinados negócios devido à pandemia que está a afetar o sustento das pessoas, às seguradoras foi-lhes permitido circular livremente e criar um caminho de destruição nunca antes visto, devido à sua recusa de renovar ou garantir apólices.

Esta semana, as instalações de cuidados de longa duração viram-se perante a possibilidade de terem de fechar as suas portas no próximo ano, porque as empresas de seguros recusam-se a oferecer cobertura contra infeções como a gripe ou Covid. Como é que as seguradoras têm esse poder e porque é que o Governo, que prometeu valores de seguros mais baixos, não nos defende? A mudança drástica e repentina nas atitudes e políticas destas empresas está a causar incerteza e a contribuir para complicar ainda mais o sonho daqueles que pensavam que a livre empresa estava bem e viva no Canadá, apenas para ser controlada pela burocracia governamental e agora pela opressão.

Alguns dirão que a fraude de seguros e o ambiente litigioso são fatores que contribuem para o aumento do valor dos seguros ou para a sua recusa. Embora exista consenso de que a proliferação das empresas de advogados que lidam com lesões corporais tem contribuído para um ambiente cada vez mais litigioso, assemelhando-se às atitudes dos EUA, além disso, parece que a amálgama de empresas de seguros que monopolizam este setor são a principal causa das condições atuais.

Supostamente as empresas de seguros existem para nos proteger, em troca de um determinado pagamento. Estas já não são as organizações amigáveis com as quais podemos contar, como vemos nos anúncios televisivos. Tornaram-se em gigantes sem rosto que estão prontos a recusar-nos proteção. Durante momentos difíceis, as seguradoras puxam-nos o tapete debaixo dos nossos pés, sem compaixão ou perceção do estrago que causam.

Estas atitudes de predador não nos irão ajudar a enfrentar estes tempos incertos de dor enquanto experienciamos a sociedade atual.

Fique bem.


Editorial in english

 

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Cartoon by Stella Jurgen

Insurance – Trick or Treat

When you think of insurance, what comes to your mind?  Generally, the word protection against a possible eventuality. Supposedly it will provide compensation for a specified loss, damage, illness or death in return for payment of a premium.  Insurance companies pool clients’ risks to make payments more affordable for the insured.

The subject of insurance can conjure up sentiments of fear because the industry has become so complex that most don’t understand the extent of what a policy really covers.  Very few ever read the small print written by some of the best lawyers in the world, so it takes another lawyer to interpret the policy.

This week’s Milénio Stadium discusses the business of insurance and its impact on people’s lives.  The extent which insurance affects most people encompasses only housing and vehicles and therefore these policies are generally not complicated depending on the number of claims you have.  Covid-19 has heightened the focus on insurance companies and how businesses are being affected by conditions being implemented which may contribute to the bankruptcy of many medium and small businesses.  Certain business sectors are being affected based on the type of services being offered.  Restaurants, entertainment, snow plowing and similar types have seen astronomical rises in premiums or outright refusal to renew insurance policies.  While governments close down businesses because of the pandemic bringing people’s livelihoods to the brink, insurance companies have been allowed to roam free and create a path of destruction rarely seen before, with their refusal to renew or provide new policies. 

This week, long-term care facilities announced that they may have to close their doors next year because insurance companies are refusing coverage against infections such as the flu or Covid.  How can these companies have this power and why is the government that promised lower insurance premiums not stand in our defense?  The drastic and sudden change in the attitudes and policies of these companies are causing uncertainty and contributing to further complicate the dream of many that thought the free enterprise in Canada was alive and well only to be controlled by governmental bureaucracy and now insurance bullying.

Some will say that insurance fraud and a litigious environment are contributing factors in rising rates or outright refusal of insurability.  While there is a consensus that the proliferation of law firms dealing with personal injury has contributed to an increasingly litigious environment mirroring USA attitudes, it would appear that amalgamation of insurance companies further monopolizing the industry is the major cause of current conditions.

Insurance companies exist to supposedly protect us in exchange for the payment of our money.  They are no longer the friendly organization that we can count on as shown on TV commercials.  They have become faceless behemoths ready to refuse to protect you.  In time of need insurers pull the rug from under our feet with no compassion or understanding of the damage they cause.

These predatorial attitudes will not help us get through the uncertainty of times of pain as we are experiencing in today’s society.

Be Well.

Manuel DaCosta/MS

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