Editorial

O que irrita o Papa

O que irrita o Papa - editorial-mileniostadium
Cartoon by Stella Jurgen

O Papa Francisco está chateado, e se ele está chateado então Deus deve estar irritado, então, o que causou isto? O facto de as pessoas estarem a optar por animais de estimação em vez de crianças, o que ele considera ser um ato egoísta que prejudica a nossa humanidade. Chegou a esta conclusão ao argumentar que os casais estão a escolher animais em vez de filhos, sugerindo que a sua decisão de renunciar à parentalidade conduziria ao fim da humanidade e ao detrimento da civilização. Declarou, “Nós vemos que as pessoas não querem ter filhos ou apenas um e mais nenhum, mas têm dois cães, dois gatos ou mais, que estão a ocupar o lugar das crianças. Esta negação da parentalidade e maternidade diminui-nos.”

Apesar de os seus comentários poderem ser contestados, será que ele está errado? Eu sugeriria que ele está a criar uma discussão, que certamente abordará duas questões importantes que afetam a sociedade, sendo elas a diminuição da taxa de natalidade nos países desenvolvidos e a atenção que as pessoas estão a dar aos animais, que neste momento já se aproxima do irracional quando consideram os animais como família. Claro que esta comparação não se aplica a todas as partes do mundo devido a diferenças culturais e ao nível de pobreza. Em África, por exemplo, a taxa de natalidade é muito superior em comparação com as nações desenvolvidas e a maioria dos animais são considerados alimento, como na China. Alguém um dia disse que nunca devemos esperar um trabalho perfeito de seres humanos imperfeitos, criando o argumento de que há crianças concebidas ou animais adotados como animais de estimação por pessoas que não deveriam ser pais ou donos de animais. E depois ainda existe a encruzilhada onde os animais de estimação são considerados membros da família e o seu tratamento supera o amor demonstrado pelos filhos. 

São muitos os que argumentam sobre os variados benefícios de ser dono de um animal de estimação, portanto, supostamente, não se trata da saúde do animal, mas sim do dono. A gestão da solidão e da depressão podem ser influenciadas pela companhia de um animal, contudo, não deveriam estas duas condições ser geridas por outros num nível permanente, em vez de existir a dependência de um animal? Não se está a sugerir que os animais não têm lugar na nossa vida; no entanto, a radicalização das relações com animais de estimação que sugerem que os animais têm qualidades genéticas e valores adquiridos que os tornam humanos são um absurdo. Ao longo dos últimos 15,000 anos assistimos à evolução de um vínculo humano-animal. A evolução deu-se para os animais fornecerem proteção e serviço às pessoas, e isto pode incluir caça, cultivo, alimento e outras tarefas necessárias para a vida quotidiana. A progressão não pretendia a humanização e transformação dos animais para que passassem a substituir as crianças. Sim, muitos indivíduos de mentes fracas e disposições regressivas, podem exigir um brinquedo vivo para fingirem que estão integrados na sociedade ao passearem um cão quando, na verdade, são incapazes de se integrarem antropologicamente na sociedade. Muitos gastarão mais com os seus animais de estimação do que em comida e conforto para a família. Será que isto pode ser considerado normal?

O Papa está correto, a sociedade está a tomar um rumo onde a procriação e o cuidado a crianças se está a tornar secundária nas suas vidas. A civilização só pode sobreviver e ser equilibrada se continuarmos a garantir a distribuição igualitária de seres humanos por todo o mundo, para garantir que a humanidade não está excessivamente desequilibrada, de forma contra evolucionária. 

Sim, tenha animais de estimação, mas trate-os como animais e tenha e ame os seus filhos para garantir que sobrevive uma sociedade com visão de futuro, para o bem de uma humanidade iluminada. 

Fique bem. 

Manuel DaCosta/MS


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Cartoon by Stella Jurgen

PPP… Pope’s Pet Peeve

Pope Francis is upset and if he is angry then God must be annoyed, so what has him unzipped? The fact that people are opting for pets over children, which he considers to be a selfish act and takes away our humanity. He reached this conclusion by arguing that couples are choosing animals instead of children, suggesting their decision to forego parenthood leads to loss of humankind and a detriment to civilization. He stated, “We see that people do not want to have children or just one and no more, but they will have two dogs, two cats and more which are taking the place of children. This denial of fatherhood and motherhood diminishes us.”

While his comments may be challenged by many, is he wrong? I would suggest that he is creating a discussion, which certainly will address two important issues affecting society which are the diminishing of birth rates in developed countries and the attention pets are getting by people, which now borders on the irrational by considering pets members of families. Of course, the comparison does not apply to all areas of the world because of cultural differences and poverty. In Africa as an example, birth rates are much higher than in developed nations and most animals are used for food such as in China. Someone once said that one should never expect to see perfect work from imperfect human beings creating the argument that many children are conceived, and animals adopted as pets by people who should not become parents or animal owners. And then there is the crossover where pets are considered members of the family and their treatment surpasses the love shown for children.

Many argue that there are many health benefits of owning a pet so supposedly it’s not about the health of the pet but pet owners. The management of loneliness and depression can be influenced by a pet’s companionship but should these two very serious conditions not be managed by other means on a permanent level, instead of dependance on an animal? It is not being suggested that pets do not have a place in our lives; however, the radicalization of pet relationships by suggesting that a pet has genetic qualities and inherited values that makes it humanlike is absurd. Over the past 15,000 years a human-animal bond has evolved. The evolution was for animals to provide protection and service to people, and this could be for hunting, farming, food, and other tasks necessary for day-to-day life.  The progression was not to humanize and transform them to the point that they take the place of children. Yes, many individuals of weak minds and regressive dispositions may require a live toy to pretend they are integrated in society by walking a dog when in fact they are unable to integrate anthropologically into society.

Many will spend more on their pets than on food and comfort for the family.  Can this be considered normal?

The Pope is correct, society is leaning in a direction where the procreation and care of children is becoming secondary in their lives. Civilization can only survive and be balanced by continuing to ensure that equitable distribution of humans throughout the world continues, to ensure the balance of humanity is not lopsided excessively in counter-evolutionary ways.

Yes, have your pets but treat them like animals and have and love your children to ensure that a forward-thinking society survives for the sake of an enlightened humanity.

Be Well.

Manuel DaCosta/MS

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