Editorial

Ó bebé!

milenio stadium - bebe - natalidadensplash

 

 

E nós que nos rebelamos contra todas as tentações de sermos livres e decidimos ter filhos. Uma decisão extremamente pessoal que deve ser bem considerada e pesquisada para garantir que é feita uma decisão responsável. A procriação tem sido um condicionamento animalesco natural desde o início dos tempos. A questão é se estão todos aptos para serem pais, se reúnem as condições necessárias para ter filhos, e além disso, porque é que alguns pais têm tantos filhos e outros tão poucos? E quando têm filhos, quem cuida deles?

O censo de 2021 somou mais de 2.2 milhões de crianças com idades até aos cinco anos no Canadá. Apenas 52% dessas crianças estavam em infantários, licenciados ou não, no início de 2022. Desde o início da pandemia que encontrar cuidados infantis a preços acessíveis tornou-se numa enorme preocupação para os pais. Portanto, se 52% das crianças estão na creche, onde estão as outras 48%? Já sabemos que a maioria dos pais ficam em casa com os filhos no primeiro ano do seu nascimento, mas depois do primeiro ano e até ter 5 anos, muitos permanecem fora do sistema escolar. Em 2022, quatro em cada 10 pais relataram dificuldades na procura por um infantário, resultando em consequências negativas para encontrar trabalho, fazendo com que muitos adiem o seu regresso ao mercado laboral. Tal como demonstram as estatísticas, ter filhos pode acarretar consequências económicas severas, tendo em conta a capacidade familiar de manter um emprego regular, e assim influenciar a capacidade de melhorar o seu estilo de vida. Os governos estão sempre preocupados com a taxa de natalidade e o tamanho das famílias, considerando que o bem-estar de um país depende da multiplicação geracional para garantir uma economia saudável. Em tempos, países desenvolvidos encorajavam as famílias a não terem muitos filhos, sendo a China um exemplo. Agora a China está bastante preocupada com a sua população envelhecida e se a classe demográfica jovem insuficiente colocará o seu futuro económico num caminho precário.

Olhando para Portugal e para o Canadá, onde a taxa de natalidade ronda as duas crianças por família, e a comparação entre os jovens e idosos é cerca de 50%, o futuro não parece brilhante economicamente, a menos que aumentem a média de crianças através da imigração. Comparativamente, as populações africanas estão a aumentar a sua taxa de natalidade para uma média de cinco crianças por cada mulher. E a idade média da população é de 18 anos, garantido uma mão de obra saudável.

Considerando que, em 2022, existiram 134 milhões de nascimentos e 67 milhões de mortes, a população mundial aumentou 65.81 milhões, ou seja, 0.84%. Estima-se que até 2080 ocorrerão 120 milhões de mortes por ano, mas os nascimentos permanecerão por volta dos 130 milhões, o que significa que o crescimento da população mundial terminará. Com o fim do crescimento populacional, as economias entrarão em colapso devido à população envelhecida, doenças, etc.

A realidade das sociedades em países desenvolvidos centra-se na distribuição desigual da riqueza. 2% da população arrecada 98% da riqueza deste país, o que significa que muitas crianças nascem em famílias de baixos rendimentos, em bairros desfavorecidos, o que aumenta significativamente os desafios de saúde, financeiros e sociais, portanto as crianças são rotuladas como estando “em risco”. A criminalidade instala-se desde cedo na sua vida e os desafios sociais e de aprendizagem permanecem. A incidência de separações em algumas etnias que aceitam a promiscuidade complicam ainda mais a criação dos filhos em lares monoparentais.

Uma criança não escolhe onde e de quem nasce, e mais do que nunca cabe aos possíveis pais analisar sem preconceitos se devem trazer um filho ao mundo, dadas as circunstâncias sociais que existem hoje. Nem todos os pais estão aptos a serem pais, no entanto, uma taxa de natalidade saudável é imperativa para o bem-estar de um país.

A pressão de criar um filho não pode ser medida em dólares e cêntimos. A medida tem de ser feita em sacrifícios pessoais pela assunção de responsabilidade pela vida da criança. Dar à luz significa desistir da sua liberdade pessoal. É preciso coragem para fazer isso.

Muitas vezes a vida parece um longo naufrágio, cujos escombros são a amizade, a fama e amor.

Editorial in english

Oh Baby!

And we rebel about all temptations of being free and decide to have children. A very personal decision which should be well considered and researched to ensure that a responsible decision is made. Procreation has been a natural animalistic conditioning since the beginning of time. The questions are if everyone is fit to be a parent, can you afford to have children, plus why some parents have so many children while others have few? And once you have children, who is minding them?

The 2021 census counted more than 2.2 million children five years or younger in Canada. Only 52% of these children were in licensed or unlicensed child care in early 2022. Since the onset of the pandemic, finding affordable care remains a major concern for most parents. So if 52% of children are in daycare, where are the other 48%? We know most parents stay home the first year after giving birth, and after the first year up to the age of 5, many children remain out of school. Four in ten parents have reported difficulty finding childcare in 2022, resulting in negative consequences to find regular work, meaning that many had to postpone returning to work. As can be observed from statistics, having children can have severe economic consequences in a family’s ability to keep regular employment, thus the ability to enhance their lifestyle. Governments are always concerned about birthrates and the size of families as the country’s well-being depends on generational multiplication to ensure a healthy economy. There was a time that developed countries encouraged families not to have too many children, with China being an example. China is now very worried that an aging population and insufficient populations of younger generations will put their economic future in a precarious path.

Looking at Portugal and Canada where birthrates are about 2 children per family and the comparison of young to old being about 50%, the future does not look bright economically, unless they increase children’s averages through immigration. As a comparison, the populations in Africa are growing to a birthrate averaging 5 children per woman. The population average age is about 18 years, ensuring a healthy labour pool.

Consider that there were 134 million births in 2022 and 67 million deaths, so the world’s population increased by 65.81 million or 0.84%. It’s projected that by 2080 there will be 120 million deaths per year with births remaining at around 130 million, meaning that the growth of the world population will come to an end. With the end of population growth, economies will collapse due to aging populations, disease, etc.

The reality of societies in developed countries is that wealth is not distributed evenly. 2% of the population own 98% of the wealth in this country, meaning that many children are born into low-income families in disadvantaged neighbourhoods which significantly increases facing health, financial and social challenges thus children being labeled “at risk”. Criminality sets in early in life and social and learning challenges follow. The incidence of parental separations in some ethnicities accepting promiscuity further complicates the raising of children in single parent homes.

A child cannot choose where and from whom they are born and it’s incumbent more than ever on potential parents to analyze without self-bias if they should bring a child into this world, given social circumstances that exist today. Not every parent is fit to be a parent but a healthy birth rate is imperative for the well-being of a country.

The pressures of raising children cannot be measured in dollars and cents. The measurement has to be done in personal sacrifice for the assumption of responsibility for life of the child. Giving birth means giving up your personal freedom. It takes courage to do that.

Life often seems like a long shipwreck of which debris are friendship, fame and love.

Manuel DaCosta/MS

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Não perca também
Close
Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER