Segundo a Organização Mundial de Saúde, a terra está à beira do fracasso moral. A moralidade é uma palavra frequentemente usada para descrever como o nosso comportamento afeta as atitudes “normais” da sociedade. Devido à luta contra a doença e contra a democracia, certamente que o mundo de hoje não é o mesmo universo que conhecíamos há um ano atrás. A ignorância é um inimigo que alimenta a desinformação, o sectarismo e as notícias falsas, e mesmo com o acumular dos mortos, desrespeitados em contentores refrigerados e em valas comuns, nós continuamos a permitir a suspensão dos nossos direitos democráticos em troca da esperança do desaparecimento desta pandemia e do regresso ao mundo conturbado que conhecíamos antes da covid-19. As pessoas estão fora de controlo, com problemas financeiros e de saúde mental, e aqueles que deveriam liderar parecem não saber qual o buraco que devem tapar primeiro devido à incompetência no Governo, em várias partes do mundo, dando origem à ascensão de pensamentos extremistas. Somos canários numa mina de carvão, à espera da próxima rajada de más noticias para compreendermos o caminho que devemos seguir para evitar o colapso das nossas vidas por completo.
A separação devido ao confinamento conduz a ansiedade, ataques de pânico e comportamento agressivo. As atitudes destrutivas e a nossa natureza rebelde levaram as pessoas a obter algum tipo de normalidade proveniente de redes socias e outros media alternativos, que muitas vezes promovem o ódio contra os pilares legislativos da sociedade. Os canadianos, e não só, tornaram-se complacentes no que diz respeito à proliferação dos grupos de extrema-direita e não podemos continuar a fingir que não existe esta intrusão nas nossas vidas. Os grupos de ódio sempre existiram, alimentando-se dos nossos preconceitos e inseguranças, mas agora estão a ser encorajados e estão a revelar-se como se o mundo estivesse pronto para uma mudança na aceitação de comportamentos.
A propagação de Trumpistas, fascistas, e visões protecionistas que incluem pronunciações de extrema-direita para encorajar a mudança, são lideradas por patifes que estão a ocupar grande parte do espaço das redes sociais. Começam a surgir questões sobre Trump e a sua doutrinação pelos KGB nos últimos 40 anos e esta pode ser a faísca que a Rússia, e outros países extremistas, precisam para criar instabilidade no mundo e para recrutar visionários, com visão limitada, que irão aceitar a retórica antissocial que sugere que o mundo deve ser visto através de um único processo de pensamento, conduzido pelo ódio ao sistema. Os extremismos de direta estão a crescer globalmente em termos de mobilização violenta, protestos, informação enganadora e ódio coordenado e online. É frequentemente categorizado por um nacionalismo definido etnicamente e sexualmente em termos de poder branco. Estima-se que no Canadá existam cerca de 130 grupos de extrema-direita, mais 30% desde 2015. Porquê uma subida tão acentuada? Deve-se à insatisfação com a liderança política e com o Governo ou deve-se à forma como os mundos baseiam o seu equilíbrio de poder na raça, na política e na disparidade financeira? Os media providenciam plataformas para nomes como Threepercenters, Qanon, Neonazis, Proudboys, anti-vaxxers, Maga, guardiões do juramento, e muitos outros, que elevem o seu perfil e assim legitimam a sua causa. Em tempos em que temos de sarar, honrar os nossos mortos e proteger aqueles que sofrem, a procura de controvérsia para encher as notícias e a criação de avaliações pode não ser a melhor abordagem.
O mundo não está prestes a mudar e os problemas que existiam antes da Covid continuam aqui. As ideologias de países como a China e Rússia, e outros, continuam e permanece a repressão de ideologias como religiões, raças, e o ódio pelos imigrantes, pelas pessoas indígenas, pelas mulheres, pelas comunidades LGBTQ e outros grupos de minorias que estarão connosco até ao fim dos nossos dias. Como pessoas, iremos sugerir que são os outros que fazem atos de perseguição e rotulamos de acordo com essa ideia, mas infelizmente cada um de nós está, em parte, a contribuir para uma sociedade onde a bondade e a inclusão estão a desaparecer. Levante-se contra aqueles que querem retirar-nos os nossos direitos democráticos, mas de uma forma pacifica, sem extremos. Fique bem.
Manuel DaCosta/MS
Extreme World
According to the World Health Organization the earth is on the brink of a moral failure. Morality is a word often used to describe how our behavior affects the “normal” attitudes of society. Today’s world is certainly not the same universe we knew one year ago because of the fight against disease and democracy. Ignorance is an enemy that fuels misinformation, sectarianism and fake news and even as the dead pile up and are disrespected in refrigerated containers and in mass graves, we move on allowing the suspension of our democratic rights in exchange for hope that this pandemic will disappear, and we can return to the screwed-up world we knew before covid-19.
People are spiraling out of control with financial and mental health issues and those who should lead don’t appear to know which hole to plug first because of incompetence in governing giving rise to extremist thinking in many parts of the world. We are canaries in a coal mine waiting for the next batch of bad news to figure out what is the path we should follow to avoid the complete collapse of our lives. Separation due to lockdown leads to anxiety, panic attacks and aggressive behavior. Destructive attitudes and our rebellious nature have driven people to get some type of normalcy derived from social and other alternative media sources which often promote hate against the lawful pillars of society. Canadians and others have become complacent about the proliferation of right-wing extremist groups and we can no longer pretend that this intrusion in our lives doesn’t exist.
Hate groups have always been around feeding on our prejudices and insecurities but now they have become emboldened and are coming out as if the world is ready for a change on how behaviors are accepted. The propagation of Trumpist, fascist and protectionist views which include extreme right-wing pronunciations to inspire change are led by near-do-wells and are taking over a large part of social media space. Questions are beginning to surface about Trump and his indoctrination by the KGB for the last 40 years and this could be the spark that Russia and other extremist countries need to further create instability in the world and to recruit tunnel visionaries who will accept anti-social rhetoric suggesting the world be viewed through a singular thought process driven by hate of establishment. Right wing extremism is growing globally in terms of violent mobilization, protests, disinformation and coordinated hate, on-line. It is often characterized by racially, ethnically and sexually defined nationalism in terms of white power. It is estimated that in Canada there are 130 far-right active extremist groups up 30% from 2015. Why such an acute growth? Is it because of displeasure about political leadership and governance or about how we view the worlds balance of power based on race, politics and financial disparity? The media has provided platforms for names such as Threepercenters, Qanon, Neo-Nazis, Proud boys, anti-vaxxers, Mega, oath keepers and many others raising their profile and this legitimizing their causes. Looking for controversy to fill news and create ratings may not be the best approach in times when we need healing to honour our dead and to protect those who suffer. The world is not about to change and the problems that existed prior to Covid are still here. The ideologies of countries such as China and Russia and others remain and suppression of ideologies such as religions, races, and hatred of immigrants, indigenous people, women, LGBTQ communities and other minority groups will be with us for our lifetimes. As people, we will suggest that’s it’s others thar are doing persicutive acts and will label them accordingly, but unfortunately, it’s each of us that are contributing in part to a society where kindness and inclusion are quickly disappearing. Stand up against those who want to take your democratic rights but in a peaceful way without extremes. Be well.
Manuel DaCosta/MS
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