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Já chegámos?

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Proporcionar a aprendizagem e a aquisição de conhecimento, capacidades, valores, crenças e hábitos, forma a base da educação. Este processo que começa quando somos ainda crianças, providencia o alimento para as nossas mentes e preenche vazios que nos irão guiar para o resto da vida. Os males coletivos da sociedade estão muitas vezes ligados à falta de instrução, de orientação e falta de satisfação, principalmente durante os nossos anos de formação. Tal como com a comida, a educação torna-nos naquilo que somos e revê-se na forma como nos comportamos. Na semana passada, no editorial do Milénio, sugeriu-se que a combinação das redes sociais, dos jogos de computador e a falta de ligações pessoais criam uma sociedade de jovens desprovidos de muitas das ligações que precisamos para sobreviver numa sociedade complexa, com todas as suas exigências pessoais para trabalhar e aproveitar.

Com o prolongamento da guerra entre educadores e o Governo do Ontário, continuo à procura de respostas e/ou motivos que levam indivíduos inteligentes a não conseguirem concordar com um sistema que não interrompa a vida das famílias recorrentemente. As respostas e os motivos parecem ser simples, mas não são. Hoje, a perturbação à educação pode ter impactos sérios, com durabilidade de vários anos, na vida desses indivíduos. Ambos os lados desta disputa sugerem que estão a contestar e negociar o melhor para as crianças e suas famílias. Eu sugeria o contrário. Todo o processo foca-se em manter e elevar as posições financeiras do sindicato dos professores e o posicionamento político do partido no poder. O sindicato dos professores e a sua liderança tornaram-se partidos políticos cujo principal objetivo é a substituição do partido no poder, porque a mensagem desse partido não corresponde ao seu agrado. Estes sindicatos tornaram-se fortes entidades políticas com estrutura para alterar a forma como as nossas crianças são educadas e para instalar o receio político aos eleitos, forçando-os a submeterem-se à sua agenda. Deveriam ter este tipo de poder? O comportamento dos sindicatos sugere que não e, do meu ponto de vista, a educação deveria ser legislada como um serviço essencial.

A aquisição de conhecimentos não deveria ser um privilégio controlado pelos sindicatos ou educadores, alguns dos quais não são nada mais que protecionistas egoístas de um ambiente considerado exclusivo para alguns negócios financiados pelos contribuintes, sem qualquer respeito pelo nosso trabalho árduo. Esperar por uma pensão, independentemente de ser bom ou não no seu trabalho, sem quaisquer implicações ou fiscalização, não é um bom exemplo para as nossas crianças ou para os pais cujas vidas estão constantemente a ser agitadas por indivíduos que só querem proteger o pote de ouro no final do arco-íris. Está na altura de desarmar estas instituições e redesenhar um sistema que respeite famílias e uma sociedade que exige excelência na forma como as mentes são moldadas.

Doug Ford e Stephen Lecce dizem que a paciência para com os sindicatos de professores do Ontário não vai durar eternamente. E a sua resposta é providenciar $60.00 por dia aos pais para a despesa de ter alguém que tome conta dos seus filhos? A interrupção do quotidiano destas pessoas vale muito mais que isso. Os líderes dos sindicatos e do Governo deveriam ter vergonha por estarem a usar crianças e as suas famílias como peões num jogo de xadrez onde os únicos vencedores são os próprios jogadores. Ford afirma que os professores temem os sindicatos. A sério? Onde estão os contraprotestos da greve?

O que precisamos é a combinação da socialização e comunicação com uma liderança exemplar por aqueles que estão no poder para existir uma melhoria da sociedade. O bater no peito pelas organizações poderosas não apresenta uma via para o aperfeiçoamento do sistema de educação, nem providencia certezas aos pais cujas vidas estão constantemente a ser interrompidas por demagogos interessados apenas em si mesmos.

Digam às vossas crianças que estão quase lá, mas que têm de mudar um sistema erguido por dinossauros.

 

in english

Are we there yet?

Facilitating learning and the acquisition of knowledge, skills, values, beliefs and habits, forms the base of education. This process installed starting when we are children provides food for our minds and fills voids which will guide us for an entire lifetime. The social ills of society are very much tied into the lack of education, guidance and fulfillment gathered particularly in our formative years. As with food, knowledge makes us who we become and how we behave. In last week’s Milénio editorial it was suggested that the combination of social media, computer games and the absence of personal connection create a society of young people devoid of many of the connections we require to survive a complex society with all its personal demands for work and play.

As the war between educators and Government of Ontario continues, I continually look for answers and/or reasons why intelligent thinking individuals cannot agree on a system which would not interrupt the lives of families every few years. The answers and reasons appear to be simple, but they are not. The disruption to education today can have serious impact in the lives of individuals for many years to come. Both sides in this feud suggest that they are disputing and negotiating for the betterment of children and their families. I would suggest otherwise. The entire process is about maintaining or enhancing the financial positions of teachers unions and the political positioning of the party in power. The teachers unions and their leadership have become political parties with their main aim being displacement of the party in power because the parties message is not to their liking. These unions have become strong political entities with a framework in place to change the course of how our children are educated and to instill political fear into elected officials forcing them to kowtow to their agenda. Should they have tis amount of power? The behavior of the unions suggests not, and in my view, education should be legislated as an essential service.

The acquisition of knowledge should not be a privilege controlled by unions or educators, some whom are nothing more than self-serving protectionists of an environment considered exclusive to a brand of business funded by taxpayers without any respect for our hard work. Waiting for a pension, regardless if you are good or bad at your job without any respect for our hard work. Waiting for a pension, regardless if you are good or bad at your job without any implications or oversight is not a good example for our children or to parents whose lives are being continually disrupted by individuals who care only about protecting that pot of gold at the end of the rainbow. It’s time to dismantle these institutions and redesign a system that respects families and a society which demands excellence in how minds are shaped.

Doug Ford and Stephen Lecce suggest that patience with Ontario’s teachers unions will only last for so long. Their answer is to provide $60.00 per day for daycare to parents? The disruption to people’s daily lives is worth a lot more than that. The heads of the unions and the Government should be embarrassed for using children and families as pawns in a chess game where the only winners are the chess players. Ford says that teachers are terrified of their unions. Really?! Where are the counter protests to the strikes?

Socializations and communication combined with exemplary leadership by those in charge is what’s needed to be provided for the betterment of society. Chest thumping by powerful organizations will not resolve how we make the educational system better and how we provide certainty to parents whose lives are constantly disrupted by demagogues interested in themselves only.

Tell your children they are almost there, but that they have to change a system put together by dinosaurs.

Manuel DaCosta

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