Editorial

Democracia ou Autocracia?

Editorial

Democracy or Autocracy-canada-mileniostadium
Cartoon by Stella Jurgen

Os sábios deste mundo continuam a pontificar sobre o que é melhor para nós, sem compreenderem que as resoluções de Ano Novo são inúteis. Quando 2021 acabou, o mundo começou o novo ano com um suspiro coletivo, na esperança de que se avizinhem tempos melhores. Contudo, continua o tumulto da pandemia e uma batalha cumulativa de resistência às vacinas e a lei e ordem enraízam-se nas mentes de muitos, a aceitação de uma rebelião irá acelerar-se, o que irá mudar a diáspora global para sempre: no final do ano passado, cerca de 4 milhões de americanos e 130,000 britânicos estavam a sair dos seus empregos a cada mês.

Não foram despedidos. Parece que simplesmente se foram embora. Estes dois exemplos de rebelião na força de trabalho, que seriam impensáveis antes da pandemia, são agora a norma por todo o mundo. Os especialistas sugerem que agora é fácil arranjar trabalho e a Covid semeou a insatisfação por todo o lado. É possível que os trabalhos que agora vemos serem abandonados fossem de natureza entediante, mas permanece o facto de que as pessoas estão a mostrar o dedo do meio ao mundo corporativo e sugere que querem mais e melhor. Na minha opinião, este é um exemplo de um movimento coordenado muito maior no processo de pensamento da sociedade e no método de governo imposto pelo governo nos cidadãos. Como é que podemos ter lucidez sobre os próximos passos quando os nossos líderes providenciam uma mensagem confusa no dia-a-dia? A revolta com a incerteza em questões relacionadas com a escolaridade, o custo dos alimentos, o custo da energia, as medidas inflacionárias na habitação são algumas das condições que contribuem para atitudes de rebeldia vistas em todo o mundo.

Não se pode negar que é necessário um canto de sereia para recriar as nossas vidas, mas pode-se sugerir que essa convocação tem de vir do topo na forma de liderança. Os governos ainda acham que a aplicação de regras rígidas e o recurso à força para controlar a população são a fórmula a seguir, mas a longo prazo são a receita para o falhanço. O facto de as vacinas não terem sido obrigatórias no início da pandemia resultou no desenvolvimento de um ponto de vista autocrático pelos anti vacinas. Este grupo que compõe entre 15% a 20% da população do mundo desenvolvido uniu-se a uma força política clandestina, o que por si só destabilizou a ordem mundial. Os governos têm sido incapazes ou relutantes na adoção de uma política firme devido à sua ambição política e nós estamos a pagar o preço das decisões cobardes que estão a ser tomadas. Erin O’Toole pede “acomodações razoáveis” para os canadianos não-vacinados. No meu ponto de vista, não deve existir razoabilidade para qualquer pessoa que não queira ser vacinada, a não ser que existam contextos que impeçam a administração da vacina. Pessoas não vacinadas não têm os mesmos direitos daqueles que fizeram a coisa certa e, por isso, deve ser impedido o acesso a certas necessidades da vida…

Sim, vivemos num país democrático, governado por autocracias locais, provinciais e federais. A verdade é que a implementação de novas leis para lidar com a pandemia irá permanecer mesmo depois que a Covid esteja controlada. Estamos no início de um novo ano, porém parece que o início dos anos é tão nublado quanto todas as outras partes da Covid. Vamos continuar a envergonhar aqueles que pensam que os seus direitos humanos incluem espalhar doenças e medo independentemente dos nossos direitos. Os anti vacinas são arrogantes, egoístas, presunçosos e destrutivos. Estão a promover atitudes que serão levadas para outras partes das nossas vidas, assim como é evidente nos locais de trabalho. Talvez a negação de cuidados médicos seja uma abordagem razoável para mudar a atitude destes indivíduos.

Por todo o mundo, a corrente política está a aumentar e o papel do Estado a expandir.

Não ignore o seu papel no processo político e não permita que um grupo de descontentes se apresente em nome das sociedades liberais.

Fique bem.

Manuel DaCosta/MS


Democracy or Autocracy-canada-mileniostadium
Cartoon Stella Jurgen

Democracy or Autocracy?

While the wiseheads of the world continue to pontificate about what is best for us as we go about our lives, not understanding that New Year’s resolutions are pointless.  When 2021 ended the world began the new year with a collective sigh, hoping for better times ahead.  However, as the turmoil of the pandemic continues and a cumulative battle of resistance to vaccines and law and order entrenches in the minds of many, an acceptance of rebellion will accelerate, which will forever change the global diaspora:  At the end of last year an average of 4 million Americans and 130,000 Britons were leaving their jobs per month.  They weren’t fired.  It seems they just picked up and left. 

These two examples of the rebellion within work forces, which was unthinkable before the pandemic is now the norm across the world.  Pundits suggest that jobs are now easy to get and covid has sown dissatisfaction everywhere.  It could be that the type of jobs being abandoned were tedious in nature but the fact remains that people are giving the middle finger to the corporate world and suggesting they want more and better.  In my view this is an example of a much larger concerted movement in the thought process of society and the method of governance being imposed on citizens by governments.  How can we be clear headed about next steps when our leaders provide confusing messaging on a daily basis?  The upheaval of uncertainty about schooling, food costs, energy costs, inflationary measures on housing are but a few contributory conditions to the rebellious attitudes being seen throughout the world.

There is no denying that a siren call to recreate our lives is needed but it could be suggested that this call has to come from the top in the form of leadership.  Governments still think that employing strict rules and using force to control populations is the way to go but in the long-term is a recipe for failure.  The fact that vaccines were not made mandatory at the start of the pandemic has resulted in the development of an autocratic viewpoint by the anti-vaxxers. This group composing 15% to 20% of the population of the developed world has meshed into an underground political force, which on its own has destabilized world order.  Governments have been unable or unwilling to put their foot down because of political ambition and the rest of us are paying the price for the spineless decisions being made.  Erin O’Toole urges “reasonable accommodations” for unvaccinated Canadians.  In my view there should be no reasonability for anyone unwilling to be vaccinated unless there are conditions preventing receptivity of the vaccine.  Unvaccinated people do not to have the same rights as those who have done the right thing and should be prevented access to some of the necessities of life…

Yes, we live in a democratic country being governed by Federal, Provincial and Local autocracies.  The fact is that the implementation of new laws to deal with the pandemic will remain long after covid is controlled.  We are at the start of a new year but it seems that the years’ beginning is now as misty as every other part of covid.  Let’s continue to shame those who feel their human rights include spreading disease and fear regardless of our own rights.  Anti-vaxxers are arrogant, selfish, pompous and destructive.  They are promoting attitudes, which will carry into other parts of our lives as can be seen in workplaces.  Perhaps the denial of healthcare would be a reasonable approach to change these individuals attitudes. 

Across the world the political current is swelling and the role of the state is expanding.

Don’t ignore your role in the political process and allow a small group of malcontents to take over in the name of liberalistic societies.

Be Well.

Manuel DaCosta/MS

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER