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25 DE SETEMBRO DE 2020

Está disponível mais uma edição do Milénio Stadium!

Edição 1503 – 25 de setembro de 2020

 

Milenio Stadium - edição 1503 - 2020-09-25
Milenio Stadium – edição 1503 – 2020-09-25

 

Olhando para trás, para a minha chegada a Toronto, a 30 de janeiro de 1970, num dia de neve e frio, foi nesse momento que começou a instrução dos meus olhos. De repente, à minha volta estavam corpos de diferentes cores, aos quais não estava habituado e que nunca tinha visto com os meus próprios olhos. Imagine o medo de um mundo estranho, para o qual não estava precavido e a julgar mentalmente como deveria ver todos aqueles que não fossem brancos. Com a suposição de que a cor branca era a raça predominante, o nascimento da ignorância com o qual tinha sido doutrinado devia-se à inseminação de informação no meu cérebro que resultava de um sistema desenhado para manter as pessoas pouco cultas e para não levantarem questões.

Ao avançar com a minha educação e ao livrar-me dos medos e preconceitos, o meu lado ignorante ainda questiona se os meus olhos são daltónicos e se o critério do que eu vejo é baseado numa igualdade moral ou se ainda carrega o peso da discriminação. Toronto é a casa de todas as etnias do mundo e emerge uma questão simples: “O que vemos uns nos outros quando andamos pela rua?” Talvez um olhar rápido ao formato corporal que é depois transformado para caber num determinado estereótipo baseado na etnia nos traga algum conforto ao nosso cérebro, baseado na superioridade intelectual, mas a realidade é muito diferente.

Os tempos desafiadores que enfrentamos hoje enfatizam os sentimentos de codificação de cores nas ações daqueles que cometem crimes contra a sociedade. As suposições sobre os motivos que conduzem as suas ações nunca analisam completamente o porquê de “estas pessoas serem problemáticas”. Porque não apenas celebrar as cores diferentes e integrar o conceito de inclusão nos nossos cérebros, de forma a viver em harmonia sem o lixo que nos entope a cabeça?

Infelizmente, isto não é concretizável porque a diferenciação cultural vence quase sempre sob a lógica. Enquanto se considera que as raças individuais têm uma qualidade genética relativamente uniforme, os velhos conceitos de raça permanecem. Ser africano, asiático, europeu, indígena ou ser da Oceânia ainda nos diferencia. Há cerca de 1.2 a 1.8 milhões de anos atrás, os primeiros espécimes do Homo sapiens desenvolveram uma pele mais escura. A pele clara emergiu depois dos humanos saírem das grandes altitudes de África. Todos os humanos são 99.9 % idênticos, por isso, porque é os nossos olhos questionam as diferenças dos outros quando não se parecem connosco? Talvez seja devido ao conceito de subclasse que sugere que as “minorias” estão sistematicamente em desvantagem comparando com os brancos e que ao invés de se identificarem com a classe trabalhadora, cultura, comunidade e política, formam os seus próprios grupos e uma classe separada de desprivilegiados. O debate entre classe e desprivilegiados irá sempre existir enquanto os nossos olhos escolherem ver cor em vez do indivíduo. Nenhuma mente está imune desse processo de pensamento, que nos conduz para sítios onde preferíamos não ir. O que causa isso? Retire um minuto para imaginar a cara das pessoas num mundo rodeado de natureza e animais que projetam vozes sem qualquer rancor ou discriminação.

Se está realmente preparado para isso, então o caminho para o não racismo é possível. Feche os olhos e abrace o arco-íris.

 

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