Promessas, promessas…

Depois de uma estreia que prometia muito mas que se ficou apenas pela promessa, Jorge Jesus tem a oportunidade de se redimir na nova época do campeonato português, que hoje (18) começa. O Benfica defronta o Famalicão nesta primeira jornada.

Na terça-feira (15), assistimos à (nova) estreia de Jorge Jesus enquanto treinador das águias, na terceira ronda eliminatória da Liga dos Campeões, desta vez jogada apenas a uma mão – as expectativas estavam bem altas, afinal os 81 milhões de euros gastos em novos reforços aquecem o coração de qualquer adepto. O que aconteceu esteve, no entanto, bem longe de lhes oferecer tranquilidade.

Verdade seja dita, no entanto, que durante a primeira parte só deu Benfica. Ainda que tenham demorado alguns minutos até perceber o posicionamento do PAOK, equipa treinada pelo português Abel Ferreira, os encarnados passaram a dominar a partida a partir do primeiro quarto de hora de jogo.

Ainda assim, haveriam de pagar caro pela falta de eficácia demonstrada durante estes primeiros 45 minutos – Everton e Pedrinho conseguiram criar oportunidades de golo, muitas delas oferecidas de mão beijada a Haris Seferovic que por sua vez não correspondeu em nenhuma delas.

Aos 30 minutos o Benfica teve uma grande oportunidade de desbloquear o marcador, quando Pizzi, de livre direto, remata e a bola bate com estrondo no poste da baliza de Zivkovic.  Quando Felix Brych, árbitro da partida, apitou para intervalo, continuava tudo a zero e, convenhamos, este até nem seria um resultado injusto, apesar do claro domínio encarnado.

Mas tudo mudou no segundo tempo: não sabemos se Abel Ferreira deu um discurso inspiracional, mas o que é certo é que o PAOK entrou com mais garra e a querer chegar ao golo. Tanto quiseram… que conseguiram. Aos 63 minutos, numa boa combinação, Giannoulis desmarca Akpom e este devolve o esférico ao ala esquerdo, que só teve que encostar para fazer o 1-0.

Já depois de Jorge Jesus lançar Darwin e Vinícius para render Pedrinho e Seferovic, foi uma cara bem conhecida do clube da Luz a tornar ainda mais difícil – para não dizer impossível, como se veio a verificar -, a continuidade das àguias na prova milionária.

Zivkovic, o extremo sérvio ex-Benfica, deu a machadada final marcando o segundo golo dos gregos ao minuto 75, quando apareceu solto, afastou Grimaldo e rematou ao primeiro poste da baliza de Vlachodimos. O Benfica ainda tentou correr atrás do prejuízo, mas sem sucesso. Rafa ainda reduziu no quarto minuto dos cinco dados pelo árbitro da partida como compensação. Lá se foi o sonho milionário – resta-lhes, agora, a Liga Europa.

Quem se ficou a rir foi o F.C. Porto, que será a única equipa portuguesa na fase de grupos da próxima edição da Liga dos Campeões. A eliminação do Benfica significa um lucro adicional para os azuis e brancos – isto porque no triénio 2018-2021, a UEFA destina a Portugal cinco milhões de euros de “market pool”, relacionado com os direitos televisivos, sendo que 55% deste valor se destinaria ao campeão nacional (F. C. Porto) e 45% ao vice-campeão (Benfica). Tendo em conta que a equipa de Jorge Jesus ficou pelo caminho na Champions, a parcela de 2,25 M€ passa para a “mão” dos azuis e brancos. No total, o F.C. Porto vai assim receber 5M€.

Todas as atenções se viram agora para a época 2020-2021 do campeonato português que hoje (18) se inicia, embora “assombrado” por um clima de grande incerteza. Nos últimos dias têm vindo a público diversos anúncios de infeções por Covid-19 entre diversas equipas que compõem a competição (entre elas o Sporting que contava, até fecho desta edição, com 10 infetados, entre eles o treinador Rúben Amorim) – O secretário de Estado do Desporto e da Juventude, João Paulo Rebelo, assegurou, no entanto, estar “confiante” para o arranque da Liga, apesar da realização de algumas partidas da jornada inaugural poderem estar em risco.

Inês Barbosa/MS