Futebol

Valor de João Félix desvalorizou 50% e Lampard aponta o dedo à “ética de trabalho” do jogador

UEFA Champions League Round of 16 - Borussia Dortmund vs Chelsea FC
epa10469182 Joao Felix of Chelsea reacts during the UEFA Champions League Round of 16, 1st leg match between Borussia Dortmund and Chelsea FC in Dortmund, Germany, 15 February 2023. EPA/Friedemann Vogel

 

Considerado por muitos uma das grandes promessas portuguesas, João Félix volta a atravessar uma fase menos boa na carreira. Agora em Inglaterra, o internacional luso perdeu espaço com a chegada de Frank Lampard e o técnico apontou o dedo à “ética de trabalho” do futebolista. Valor de mercado de João Félix desvalorizou 50% em quatro anos.

Corria o ano de 2018 quando, em agosto, ao minuto 87, João Félix, na altura com 18 anos, se estreava pela equipa principal do Benfica, no Estádio do Bessa, diante do Boavista, depois de entrar para o lugar de Cervi. Desde esse dia até ao final da temporada, o crescimento do avançado foi notório e até recordes foram batidos. Além de ter disputado 43 jogos, marcado 20 golos e conquistado o título nacional, o nome do internacional luso esteve nas bocas do Mundo ao tornar-se, com 19 anos e 152 dias, o português mais jovem de sempre a fazer um hat-trick nas competições europeias, superando Eusébio, e o mais jovem de sempre a conseguir marcar três tentos num jogo da competição, levando à frente nomes como Harry Kane, Romelu Lukaku, Marko Pjaca ou Paco Alcácer. O feito foi conseguido no Estádio da Luz, diante do Eintracht Frankfurt (4-2), na primeira mão dos quartos de final. Terminada a época, e apontado a vários tubarões, foi o Atlético de Madrid quem se chegou mais à frente e pagou, nada mais, nada menos, do que 120 milhões de euros – o valor da cláusula – pela transferência de João Félix. E aqui, mais um recorde: com este valor, o avançado protagonizou a venda mais cara do futebol português, superando, na época, Hulk, que trocou o F. C. Porto pelo Zenit por 60 milhões.

“Puro talento”, ouviu-se por parte dos “colchoneros”, com um vídeo filmado no Museu do Prado, onde João Félix deambula em frente aos quadros no museu mais importante da capital espanhola. A expectativa era alta – o valor assim o exigia, assim como as provas que já tinham sido dadas, que lhe valeram a distinção de “golden boy”, em 2019 – mas se na segunda época até se sagrou campeão nacional pelo clube da capital espanhola, os dias foram tornando-se mais cinzentos no Atlético de Madrid. Avançou-se com uma má relação entre o português e o treinador Diego Simeone dada a discórdia na posição que devia ocupar em campo – Félix queria atacar mais, o técnico pedia mais ações defensivas – e, já esta época, depois de uma boa imagem deixada no Mundial do Catar pela equipa das quinas, João Félix renovou pelos “colchoneros” e foi cedido por empréstimo ao Chelsea, com os “blues” a pagarem 11 milhões de euros por uma cedência de seis meses, tornando-se a quarta contratação dos londrinos no mercado de inverno, depois de Benoit Badiashile, David Datro Fofana e Andrey Santos, e integrando a lista de empréstimos mais caros de sempre.

Em Stamford Bridge, o cenário já não era fácil – o Chelsea está a fazer uma época muito aquém do esperado apesar do grande investimento – e a estreia do internacional português ficou marcada por uma expulsão, após uma entrada dura sobre Tete, diante do Fulham. Seguiram-se três jogos de suspensão mas, depois do regresso, João Félix continuou a ser uma opção inquestionável para Graham Potter. Mas, depois do despedimento do técnico e com a chegada de Frank Lampard, o atleta perdeu espaço: na terça-feira, diante do Arsenal, nem saiu do banco. O treinador não lhe nega o talento mas, questionado sobre a perda de espaço, apontou algumas questões.

“Precisa mesmo de encontrar uma estrutura e uma ideia claras para a maneira como trabalhamos sem bola, e esse é um desafio com o João. Se lhe perguntar, ele também não tem uma resposta definitiva sobre onde quer jogar. Às vezes isso pode ser uma vantagem, mas como ele não é um nove puro, preciso de algo que se pareça a isso, para a maneira como quero jogar. Essas são as coisas que o João precisa de mostrar, seja aqui ou onde quer que seja o futuro dele. Enquanto treinador, conto com as coisas que os jogadores me dão. O imenso talento é uma coisa que talvez tenhamos tido ou não, mas ele também precisa de ter ética de trabalho. Não estou a dizer que ele não tem isso, até porque trabalhou com o Simeone – um treinador que exige muito jogo coletivo -, mas ao mesmo tempo para encontrar o caminho aqui ele tem de entender a curto prazo o que quero. Aí ele poderá mostrar o seu talento, uma vez que ele faz as outras coisas”, afirmou em conferência de imprensa depois do apito final.

Com ética de trabalho ou não, a verdade é que a quebra de forma do internacional português reflete-se, também, em valores. Em 2019, quando assinou pelo Atlético de Madrid, o valor de mercado de Félix estava fixado em 100 milhões de euros, segundo o “Transfermarket”. Agora, vale “apenas” 50 milhões. Em Espanha, não perdoam e falam num “caso”: o jornal espanhol “AS” dá “razão” a Diego Simeone quando este não dava protagonismo ao internacional português, considerando que há um “caso” com o jogador, que mais uma vez vê o futuro incerto. É esperar para ver.

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER