QATAR2022

E (quase) tudo Marrocos levou

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O sonho português de levantar a taça do Mundial chegou ao fim – e graças a um adversário que não se pode dizer que não tenha sido improvável. Afinal, apesar da seleção africana chegar à partida contra Portugal com apenas um golo sofrido, nunca antes uma seleção deste continente havia atingido as meias-finais desta competição – na realidade, apenas os Camarões, em 1990, o Senegal, em 2002, e o Gana, em 2010, conseguiram alcançar os quartos de final de um Campeonato do Mundo.

E, desta vez, foi preciso um único golo, apontado por Youssef En-Nesyri perto do final da primeira parte, para os marroquinos selarem o histórico triunfo – de lembrar que esta seleção foi o vencedor do Grupo F – tendo empatado com a Croácia (0-0) e triunfado perante a Bélgica (2-0) e o Canadá (2-1), sendo que o único golo sofrido foi um autogolo de Aguerd – e afastou a Espanha nos oitavos de final, no desempate por grandes penalidades.

Na partida frente a Portugal, o onze orientado por Walid Regragui viu a seleção lusa ter sempre mais posse de bola mas nem por isso se acanhou: a grande estratégia de Marrocos passou por jogar num bloco baixo, criando uma verdadeira muralha defensiva, e apostando em rápidos contra-ataques. E resultou.

Faltou imaginação, criatividade e até um pouco mais de garra ao grupo de Fernando Santos para travar a seleção marroquina que, aliada ao inquestionável mérito, também foi tendo a sua pontinha de sorte.

Prova disso foi, por exemplo, a bola na barra de Bruno Fernandes, logo após o golo de Marrocos, um remate colocado de Félix, travado por uma enorme defesa de Bono, o remate de primeira de Cristiano Ronaldo ou o cabeceamento de Pepe, que rasou o poste, já em período de compensação.

A somar a tudo isto tivemos também diversas situações que comprovaram que a eficácia não queria nada com a seleção lusa nesta partida: Gonçalo Ramos atirou ao lado aos 58’ e pouco depois Bruno Fernandes também não conseguiu ser certeiro.

Já o golo que valeu a vitória a Marrocos ficou a dever-se a um grande erro de Diogo Costa: após cruzamento da esquerda, En Nesyri ganhou asas para cabecear para uma baliza que ficou “sem dono” após uma má saída do guarda-redes do F.C. Porto.

Estava, assim, desfeito o sonho português.

Nos restantes jogos dos quartos de final assistimos à eliminação de uma das maiores candidatas ao título: a seleção brasileira. Depois de um empate a zero no fim do tempo regulamentar, os golos surgiram finalmente no prolongamento: Neymar igualou Pelé como melhor marcador de sempre pela seleção brasileira ao atirar para o fundo da baliza croata aos 106’, e Petkovic empurrou a decisão para as grandes penalidades ao empatar aos 117’. Rodrygo e Marquinhos falharam as suas tentativas a partir da marca dos onze metros e permitiram que a Croácia seguisse em frente.

Também a partida entre Países Baixos e Argentina teve que ser decidida através da marcação de grandes penalidades: os argentinos estiveram a vencer por 2-0 (Molina, aos 35’, e Messi, aos 73’ de penálti) mas consentiu o empate, num bis de Weghorst (83’ e 90+11’). Depois do resultado não sofrer alterações no prolongamento, Virgil van Dijk e Steven Berghuis permitiram a defesa do guardião argentino no desempate por grandes penalidades, fazendo com que a sua seleção ficasse pelo caminho. Do lado dos argentinos, Enzo Fernández também falhou a sua tentativa.

Finalmente, a atual campeã França derrotou a Inglaterra por 2-1, garantindo a última vaga para as meias-finais: Tchouaméni inaugurou o marcador com um grande golo, mas Kane empatou aos 54’, de penálti. Já aos 78’ Giroud voltou a colocar os gauleses em vantagem e aos 84’ Kane desperdiçou a oportunidade de levar o jogo para prolongamento, enviando a bola para as nuvens na cobrança de nova grande penalidade.
Nas partidas referentes às meias-finais, a Argentina foi a primeira a apurar-se para a final ao bater a Croácia por 3-0, numa nova noite de inspiração e magia de Messi. Apesar de uma boa entrada croata, foi o astro argentino o autor do primeiro golo (34’), a partir da marca dos onze metros, após Julián Álvarez ter sido travado em falta por Livakovic.

O avançado do Manchester City viria a dilatar a vantagem da albiceleste apenas cinco minutos depois, no seguimento de um rápido e letal contra-ataque da Argentina.

Já aos 69’, Messi voltou a colocar a “cartola” de mágico – fez quase desaparecer Gvardiol, que se mostrou incapaz de travar o feitiço do argentino, e deixou para Julián Alvarez tocar para o bis.

Na grande final, a Argentina terá como adversária a França, que venceu Marrocos por 2-0. Os gauleses marcarão, assim, presença na final desta competição pela segunda vez consecutiva (venceram a edição anterior, batendo na final a Croácia por 4-2).

Logo aos 5’, numa jogada de insistência, Theo Hernández surgiu na frente de Bounou e não hesitou em atirar certeiro para desfazer o nulo – foi a primeira vez neste Mundial que os marroquinos sentiram o que é estar em desvantagem. Talvez por isso – e ao contrário do que se pudesse pensar – decidiu acionar o “plano B” e a verdade é que esteve por diversas vezes perto de restabelecer a igualdade.

Já depois de Ounahi, com um potente remate de fora da área, obrigar Lloris a aplicar-se, a equipa orientada por Deschamps esteve perto do 2-0, mas o poste negou o golo a Giroud.

Com a baliza francesa a sofrer diversas e perigosas ameaças, começava a parecer que o empate poderia surgir a qualquer momento. Mas a esperança marroquina morreu aos 79’, pelos pés de Kolo Muan.

Ficaremos a saber quem é a grande vencedora deste Mundial no domingo (18), pelas 10h00.
Já Marrocos e Croácia discutem o terceiro e quarto lugar no sábado (17), também às 10h00.

Inês Barbosa/MS

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