87 dias depois… ela voltou!
Um dos regressos mais aguardados: a I Liga, o principal escalão do futebol português voltou, esta quarta-feira (3), novamente ao ativo – foi a A 15.ª de 39 campeonatos de futebol europeus a fazê-lo, depois deste desporto ter sido suspenso graças à da pandemia de COVID-19.
Na impossibilidade de fazermos um resumo de toda a 25ª jornada, vamos cingir-nos à análise de apenas algumas partidas que ocorreram entre quarta (3) e quinta-feira (4).
Ora, o pontapé de saída desta retoma foi dado em Portimão – os algarvios receberam em casa o Gil Vicente. Esta partida, que não se pode dizer que tenha sido uma má abertura, foi o ponto final na sequência de 12 jogos sem conseguir vencer por parte do Portimonense. A equipa de Paulo Sérgio estava, por isso, sedenta de pontos – o que se viu, no entanto, foi um Gil Vicente mais eficaz no início do jogo – tanto que, aos 6’, Sandro Lima poderia ter inaugurado o marcador mas tanto quis fintar que acabou por se atrapalhar a si próprio. Já passava da meia hora de jogo quando os algarvios tiveram a sua real oportunidade, com Hackman a trabalhar bem na área – um esforço que, no entanto, não resultou em nada, já que o passe dirigido a Jackson Martinez foi desviado pela defensiva gilista perto da linha de golo.
E assim se passaram 45 minutos! No regresso do intervalo, o jovem médio Lucas Fernandes decidiu apostar as fichas todas e, de muito longe, disparar uma verdadeira bomba – o guarda-redes do Gil Vicente, Dênis, até achou melhor ficar quietinho no sítio onde estava! Estava feito o 1-0. O resultado não sofreu alterações até ao apito final e o Portimonense somou a terceira vitória na Liga – a primeira desde que Paulo Sérgio assumiu o comando técnico – que, apesar de tudo, não é suficiente para saírem da zona de despromoção.
Já o F.C. Porto entrou em campo com camisolas a estrear: estas apresentavam os nomes dos jogadores escritos à mão, com o intuito de homenagear o pessoal médico que se encontra na linha da frente no combate à pandemia de Covid-19, e que por norma também possui o seu nome escrito da mesma forma na sua indumentária de trabalho. Muito lindo, mas pouco eficaz para aquilo que se queria na noite de quarta-feira(3) – os três pontos, para continuar a “fugir” ao rival Benfica, que estava a apenas um ponto de distância, no segundo lugar.
Faltou sobretudo eficácia aos azuis e brancos neste retorno aos relvados – os erros consecutivos, obviamente, também não ajudaram à festa. O F.C.Porto levou a “fama” de líder do campeonato a Famalicão… mas o proveito foi pouco e acabou derrotado, por duas bolas a zero. E foi assim que aconteceu: os dragões até entraram mais fortes e conseguiram construir algumas boas oportunidades, mas não passou disso. Depois de uma primeira parte sem golos (mas com várias ocasiões para os azuis e brancos) os famalicenses chegaram-se à frente: chegaram à vantagem por intermédio de Fábio Martins, depois de Marchesín errar tremendamente, aos 48’.
Aos 74’, um pontapé certeiro de Corona (o último nome que queríamos ouvir nos tempos que vivemos… mas a vida tem destas coisas!) ainda deu um novo alento à equipa de Sérgio Conceição. No entanto, a 12 minutos dos 90’, Pedro Gonçalves, “matou” a partida… e a esperança portista.
O primeiro jogo de quinta-feira (4) aconteceu no Estádio do Marítimo – foi a equipa da casa que, aos 11’ e com assinatura de Rodrigo Pinho, inaugurou o marcador, colocando-se assim em vantagem frente ao Vitória de Setúbal. No entanto, este encontro iria terminar empatado, já que o VAR anulou dois golos aos madeirenses – o primeiro seria na realidade um autogolo, aos 58’, e o outro (na baliza correta) aos 71’. Aos 82’, Guedes restabeleceu a igualdade. A equipa de José Gomes merecia mais, já que foi sem dúvida superior aos sadinos durante os 90 minutos. Na próxima jornada defrontará o F.C. Porto no Dragão, não podendo contar com Correa nem com Rodrigo Pinho, que viram amarelo e têm que cumprir castigo.
Já na Luz, mais tarde, o Benfica recebeu o Tondela e desde cedo se percebeu que os comandados de Bruno Lage não treinaram o suficiente a pontaria no período em que estiveram de quarentena… É que tentaram uma, tentaram duas, tentaram três… Mas a bola teimou em não entrar!
O Tondela foi assustando com um par de boas oportunidades, mas o Benfica teve sempre mais bola. Ao intervalo, estava tudo a zeros no Estádio da Luz.
No reatamento, um remate de Gabriel, de fora de área, passou por cima da baliza dos beirões. Aos 54’, Pizzi rematou rasteiro já no interior da grande área, vendo Cláudio Ramos negar-lhe o golo com uma grande defesa.
Bruno Lage já levava as mãos à cabeça – a “estrelinha” não esteve, certamente, com a sua equipa. Aos 75’, os encarnados voltaram a suster a respiração com um remate perigoso de Richard, que passou muito perto da baliza de Vlachodimos.
Já se haviam jogado 79 minutos nesta partida e, à excepção de Vlachodimos, todos os titulares do Benfica já tinham feito pelo menos um remate – golos? Nem vê-los!
Os encarnados desperdiçaram assim uma oportunidade de ouro para subir à liderança isolada da Liga.
Por um se ganha, por um se perde… e por não marcar consegue perder-se ainda mais!
Inês Barboa/MS
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