Desporto

100 milhões… e sem títulos!

Jorge Jesus prometeu arrasar, mas acabou arrasado. O regresso do treinador que havia sido tricampeão pelo clube da Luz, depois de uma época fantástica no Flamengo, juntamente com o incrível investimento no plantel – perto de 100 milhões de euros – fizeram com que os adeptos benfiquistas sonhassem com a “reconquista”. Pois se há plano que de facto saiu furado foi este! A época 2020/21 terminou com o Benfica no terceiro lugar – o pior desde há 12 anos – e a equipa também não foi propriamente feliz em nenhuma das outras competições em que participou.

Isto já para não falar que não foi só falta de “estrelinha de campeão” – o que se viu em campo, não raras vezes, deixou adeptos e entusiastas do desporto rei de queixo caído…e não pelas melhores razões! Razões para festejar só mesmo do lado dos minhotos, já que para além de arrecadarem mais um troféu, fizeram-no em ano… de centenário!

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Créditos: DR

O declínio, se assim lhe podemos chamar, do clube da Luz teve início na quinta jornada – primeiro perdeu na deslocação ao reduto do Boavista (3-0) e depois na receção ao Sporting de Braga (3-2). Isto já depois de falhar a entrada na Champions. Disseram adeus à liderança, mas com uma diferença de pontos que era totalmente “aceitável” e que possibilitava, a qualquer momento, uma reviravolta. Mas o caso mudou – e de que maneira – de figura: entre janeiro e fevereiro a diferença pontual para o primeiro lugar passou de dois para 11 pontos.

Interessa referir, apesar de tudo, que o fator “Covid” teve também grande influência nesta questão: entre dezembro e fevereiro o clube teve 17 jogadores infetados, já depois de Weigl, Darwin e Taarabt terem enfrentado a doença em novembro. Na 15ª ronda, por exemplo, Jorge Jesus praticamente não tinha disponíveis os jogadores que habitualmente constituíam o onze inicial, mas o Nacional, o adversário da jornada, recusou-se a adiar a partida.

O fosso entre Benfica e Sporting tornou-se ainda maior à 20ª jornada: eram 15 pontos que separavam os dois rivais. O primeiro lugar já não passava de uma miragem, e alcançar o acesso direto à Champions passou a ser o grande objetivo do clube da Luz. Mas também esse objetivo fracassou, graças à surpreendente derrota frente ao Gil Vicente na 27ª jornada e ao empate na Luz com o F.C.Porto na 31ª.

A estes desaires juntam-se ainda mais três: os encarnados caíram nas meias-finais da Taça da Liga, nos 16 avos de final da Liga Europa e, no passado domingo (23), perderam a final da Taça de Portugal e viram o Braga levantar o seu terceiro troféu nesta competição.

Em boa verdade, para este último resultado muito contribuiu a expulsão prematura de Helton Leite, logo aos 17’, depois do guardião encarnado sair da baliza e derrubar Abel Ruiz fora da área. O árbitro da partida, Nuno Almeida, não hesitou e mostrou a cartolina vermelha ao guarda-redes. Jorge Jesus sacrificou Pizzi e colocou Vlachodimos na baliza.

Não se pode dizer que as águias tenham baixado os braços – ou as asas… – mas os minhotos carregaram a partir deste momento e mostraram que tinham vindo para esta final para alcançar altos voos. Após diversas ameaças, Ricardo Horta esteve muito perto de inaugurar o marcador aos 41’, mas Otamendi surgiu no sítio certo à hora exata para fazer um grande corte.

Já perto do intervalo o Benfica também teve duas boas oportunidades – primeiro por Seferovic e depois por Weigl – mas quem haveria de marcar, já em período de descontos, seria mesmo o Braga. Lucas Piazón foi o autor do golo, que surgiu na sequência de uma má saída de Vlachodimos depois de um corte incompleto de Vertonghen.

O Braga continuou a ser dono e senhor da partida na segunda parte, apesar de Rafa, Darwin e Nuno Tavares, lançados por Jorge Jesus, terem aplicado um novo ritmo aos encarnados. Aos 67’ e 68’ Darwin e Rafa, respetivamente, estiveram muito perto de empatar a partida.

Já na reta final da partida o Braga chegou ao 2-0,  depois de uma grande recuperação de Ricardo Esgaio perante Rafa. O lateral tocou para Abel Ruiz, este assistiu Ricardo Horta e o número 21 estabeleceu o resultado final que foi uma grande alegria para os minhotos… e (mais) um balde de água fria para os encarnados.

Ainda assim, Luís Filipe Vieira garantiu, após a cimeira dos presidentes na Mealhada, que Jorge Jesus vai permanecer no Benfica na próxima temporada. Veremos se na próxima temporada não será outro “ai Jesus” para os benfiquistas!

Inês Barbosa/MS

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