Poilievre diz que Carney está a aproveitar-se de uma falha ética

O primeiro-ministro indigitado, Mark Carney, respondeu aos ataques dos conservadores sobre os seus ativos financeiros, tomando medidas para cumprir as regras de conflito de interesses aplicáveis aos titulares de cargos públicos eleitos, quatro meses antes do prazo previsto. “Carney já transferiu todos os seus bens, com exceção do seu património imobiliário pessoal, para um fundo cego”, afirma um comunicado da equipa de Carney. “O documento assinado foi enviado ao comissário de ética [domingo à noite, 9]”.
Um porta-voz de Carney disse que o novo líder liberal “também vai apresentar todos os relatórios exigidos pelo comissário de ética muito antes do que a lei exige”. O gabinete do comissário confirmou que “esteve de facto em contacto com a equipa de Carney”, mas que “não pode entrar em detalhes sobre o que foi discutido”.
Carney tomou a iniciativa depois de o líder conservador Pierre Poilievre o ter acusado de se colocar em posição de esconder e manter “milhões de dólares em interesses que vão contra” o Canadá e os canadianos.
Poilievre disse que Carney está em posição de o fazer porque encontrou uma “lacuna” na Lei do Conflito de Interesses que lhe permite adiar a alienação dos seus ativos até 120 dias depois de se tornar primeiro-ministro. De facto, qualquer pessoa poderia encontrar a mesma “lacuna” de 120 dias a que Poilievre se refere, bastando ler a Lei do Conflito de Interesses que o governo conservador de Stephen Harper escreveu e transformou em lei em 2006. A lei estipula que as pessoas que assumem cargos públicos têm de apresentar um “relatório confidencial” ao comissário de ética, descrevendo em pormenor as suas participações financeiras no prazo de 60 dias a contar da data em que assumem o cargo público. Depois, a lei diz que, no prazo de 120 dias após a pessoa ter assumido um cargo público, tem de se desfazer dos bens que controla.
Depois de os titulares de cargos públicos apresentarem um relatório detalhando os seus ativos controlados, o comissário decide quais os ativos que devem ser alienados.
O titular de um cargo público tem então duas opções para alienar os seus ativos: pode vendê-los ou colocá-los num fundo cego.
Se o titular de um cargo público optar por vender os seus bens controlados, tem de o fazer através de uma “transação em condições normais de mercado”, o que significa que não pode vender os bens a amigos, familiares ou parceiros de negócios.
CBC/MS
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