Canadá

Designer Peter Nygard detido por suspeita de abusos sexuais

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The fashion designer Peter Nygard attends the 17th Annual Night Of 100 Stars Oscar Gala in Beverly Hills, California. – Canadian police announced on December 15, 2020 the arrest of fashion executive Peter Nygard at the request of the US justice system, which is seeking his extradition to stand trial for sex crimes (Photo by Chad Buchanan / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)

 

O designer canadiano Peter Nygard foi detido na sequência de múltiplas acusações de abusos sexuais de mulheres e de pedofilia, vítimas que atraiu, ao longo de 25 anos, com promessas de oportunidades no mundo da moda.

Nygard, de 79 anos, foi detido na segunda-feira pelas autoridades canadianas a pedido das autoridades dos Estados Unidos da América (EUA). A prisão preventiva foi decretada hoje pelo tribunal de Winnipeg, no Canadá, e ainda não há data para a sessão que vai decidir a fiança, apesar de haver outra sessão agendada para 13 de janeiro. Questionado pela France-Presse (AFP), o advogado do designer recusou comentar o processo.

Entre as acusações de Peter Nygard está também a de tráfico sexual, que surgiram depois de uma rusga do Departamento Federal de Segurança (BFI, na sigla inglesa), aos gabinetes do designer em Nova Iorque, nos Estados Unidos, no início do ano.

A rusga surgiu depois de dez mulheres processarem Nygard, que alegam que o ‘barão da moda’ canadiano atraiu mulheres jovens e pobres para a casa que tinha nas Bahamas com dinheiro e promessas de trabalho no mundo da moda. Várias denunciantes, de acordo com o processo que deu entrada nas instâncias judiciais de Nova Iorque, explicitam que tinham entre 14 e 15 anos quando Nygard lhes deu álcool e drogas e depois as violou.

Peter Nygard negou todas as acusações e atribuiu as culpas a uma disputa que tem com um vizinho bilionário naquele país das Caraíbas. Quando anunciaram as acusações, as autoridades explicitaram que Nygard utilizou o prestígio que tinha no mundo da moda para perseguir as vítimas – que, em alguns dos casos, já tinham historial de abusos – de modo a submete-las às suas exigências.

O designer terá utilizado os recursos do Grupo Nygard, entre os quais os funcionários, para recrutar raparias menores. Estes funcionários terão utilizado a força, fraude e coerção para coagir as raparigas, que foram abusadas sexualmente por Peter Nygard e outras pessoas.

O designer abusava das raparigas e prometia, como contrapartida, apoio financeiro e uma carreira de modelo, mas acabava por controlar todos os movimentos das vítimas para as isolar. A acusação também sustenta que o designer apelidava as vítimas de “namoradas” ou “assistentes” e que as obrigava a acompanha-lo em viagens, para poder continuar os abusos sexuais.

Nygard também terá coagido as vítimas a recrutar outras menores para perpetrar os abusos. O designer também pressionava as raparigas a terem relações sexuais com outros homens em clubes de ‘swing’ em Nova Iorque, Miami, Los Angeles e na cidade canadiana de Winnepeg, e costumava fazer “trocas” com os empresários e amigos para poder fazer relações sexuais com outras raparigas.

O escândalo é adensado pelas “Pamper Parties”, em Marina del Réu, na Califórnia, e nas Bahamas, nas quais várias mulheres, algumas das quais menores, eram drogadas para serem depois violadas. Para silenciar as vítimas, Peter Nygard pagava habitualmente elevadas quantias, que costumavam ser de milhares de dólares, indica ainda a investigação do FBI.

Ao todo, 57 mulheres, incluindo 18 canadianas, estão juntas neste processo judicial, que alega também que a empresa de Nygard subornou as autoridades das Bahamas e que utilizou a “influência considerável na indústria da moda” para encontrar vítimas naquele país, nos Estados Unidos e no Canadá.

JN/MS

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