Canadá

COVID-19: Feds com pacote de medidas que representa mais de 3% do PIB canadiano

Nos últimos dias, à medida que os números de COVID-19 iam crescendo no Canadá, o Governo Federal anunciou um pacote de medidas no valor de $92 milhões, um montante que representa mais de 3% da riqueza que o país gera num ano.

O primeiro pacote de $10 mil milhões foi anunciado na passada sexta-feira, 13 de março, pelo Ministro das Finanças, Bill Morneau. As empresas que estão a viver dias negros devido à pandemia mundial do novo vírus vão poder usar esta linha de crédito que vai ser disponibilizada pelo Governo através do Business Development Bank of Canada e do Export Development Canada. O dinheiro serve para continuar a assegurar a produção e as exportações canadianas.

Na altura Morneau avançou, na conferência de imprensa, que esta linha de crédito foi uma ferramenta eficaz durante a crise de 2008 e que agora, com a crise de COVID-19, será novamente eficaz e que a maior parte do dinheiro vai ser direcionado para pequenas e médias empresas.

Ainda na sexta-feira 13, o Governador do Banco Central do Canadá, Stephen Poloz, anunciou também em simultâneo um corte na taxa de juro de referência que vai permitir às empresas obter empréstimos mais em conta.

Para tranquilizar os mercados instáveis, o Office of the Superintendent of Financial Institutions  (OSFI), a entidade que regula as instituições financeiras do país, também anunciou um pacote adicional de $ 300 mil milhões em capacidade de empréstimo de forma a que os grandes bancos possam garantir liquidez na economia canadiana.

Esta quarta-feira (18 de março), o PM Justin Trudeau anunciou um novo pacote de medidas extraordinárias no valor de $82 mil milhões que vai servir sobretudo para adiar a apresentação dos impostos e ajudar as pequenas empresas a pagar salários.

Trudeau sublinhou aos jornalistas que “estes grandes gastos e as receitas federais atrasadas não vão levar o país à recessão” porque “decisões prudentes tomadas nos últimos cinco anos colocaram o Canadá numa posição económica forte para enfrentar a crise”.

Na sua mensagem ao país o PM disse que agora os canadianos têm de se preocupar com a sua saúde e não como vão pagar as suas contas. “Não importa quem você é ou o que faz, este é um momento em que você deve se deve concentrar na sua saúde e na dos seus vizinhos, não se você perderá o seu emprego ou se vai ter dinheiro para comprar mantimentos e medicamentos”, disse.

No pacote de medidas extraordinárias os trabalhadores independentes que precisem de ficar em casa e não se qualifiquem para atestado médico vão poder receber até $900 por quinzena durante 15 semanas, o que deverá custar ao Governo mais de $10 mil milhões. Para os trabalhadores que fiquem desempregados e que não se qualifiquem para o subsídio de desemprego o Governo vai disponibilizar $5 mil milhões. O Canada Child Benefit vai receber cerca de $2 mil milhões e os estudantes com empréstimos não vão pagar juros durante seis meses.

Os apoios para os sem-abrigo vão ser duplicados e o período para a apresentação de impostos vai ser prolongado até 1 de junho. Os indígenas vão receber $305 mil milhões e estão ainda previstas medidas de apoio às famílias com rendimentos baixos e adiamento do prazo para pagar as hipotecas.

O PM disse que há um desejo “real” entre os partidos políticos da oposição em ajudar os canadianos e assegurou estar confiante de que as medidas pudessem passar rapidamente no Parlamento.

Na segunda-feira (16 de março) o Canadá fechou as fronteiras para todas as pessoas, exceto para cidadãos canadianos, residentes permanentes, americanos, membros de tripulação de voo, diplomatas e alguns familiares de canadianos. Num anúncio nacional Trudeau disse que “esta era a altura de os canadianos regressarem a casa”, fazendo já prever que medidas mais duras estavam a ser preparadas.

Apenas quatro aeroportos canadianos estão autorizados a receber voos internacionais: Vancouver, Calgary, Toronto e Montreal. A Canada Border Servives Agency reforçou o número de funcionários nos aeroportos e o controlo está agora mais apertado. Os passageiros que acabaram de aterrar têm que informar as autoridades canadianas se têm tosse, dificuldade em respirar ou febre, os principais sintomas do COVID-19. Caso a resposta seja negativa ficam a saber que durante os próximos 14 dias devem ficar de quarentena, por prevenção. Se, por outro lado, tiverem algum dos sintomas é-lhes entregue uma máscara, preenchem um formulário e são obrigados a apresentar-se nas próximas 24 horas junto das autoridades de saúde locais.

Na quarta-feira (18 de março) o Canadá e os EUA concordaram em restringir as viagens não essenciais entre a fronteira dos dois países de forma a tentar controlar a disseminação do vírus. Ambas as partes garantiram que os fornecimentos estão garantidos, desde comida até combustível e medicamentos. A medida vai manter-se durante 30 dias e há casos excecionais.

O Ministro para a Segurança Pública, Bill Blair, informou que estudantes internacionais, trabalhadores com vistos e trabalhadores temporários estrangeiros vão continuar a poder entrar no Canadá, partindo do princípio que respeitam o pedido do Governo e cumprem a quarentena durante 14 dias.

Em 2019, segundo as Statistics Canada, 25 milhões de americanos entraram no Canadá e 43,8 milhões de canadianos entraram nos EUA. De acordo a Deputy Prime Minister, Chrystia Freeland, o comércio que atravessa a fronteira todos os dias representa cerca de $2,7 mil milhões.

A Ford, a GM e a Honda anunciaram esta semana que vão suspender a produção automóvel na América do Norte. Abaixo seguem os últimos dados disponibilizados pelo Governo Federal em relação ao número de infetados com COVID-19 no país. Nove pessoas já morreram e as províncias com mais infetados são a Colúmbia Britânica e Ontário.

O Ministro das Finanças informou esta quinta-feira (19 de março) que os fundos de emergência “devem estar disponíveis dentro de duas ou três semanas”.

See the current situation – Areas in Canada with cases of COVID-19 click in the link below.

https://www.canada.ca/en/public-health/services/diseases/2019-novel-coronavirus-infection.html

Joana Leal/MS

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