Brasil

Maioria do Supremo do Brasil confirma decisão que declarou Sergio Moro parcial

epa09135813 Supporters of former president Lula da Silva demonstrate outside the Supreme Court of Brazil in Brasilia, Brazil, 14 April 2021. The Supreme Court is to decide on an appeal whether to uphold a ruling to annull all sentences against former Brazilian president Lula da Silva. EPA/Joedson Alves

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro formou hoje maioria para manter a decisão que declarou o ex-juiz Sergio Moro parcial ao condenar o antigo Presidente Lula da Silva no caso do apartamento tríplex do Guarujá.

Por sete votos contra dois, a maioria do plenário decidiu manter a decisão anteriormente ditada pela segunda secção do STF, que, no mês passado, considerou Moro parcial ao condenar Lula, no âmbito na operação Lava Jato, decisão que levou o ex-presidente à prisão por 580 dias.

A sessão foi suspensa após um pedido do juiz Marco Aurélio, que solicitou mais tempo para analisar o processo, e será retomada na próxima quarta-feira. Além de Marco Aurélio, falta ainda votar o presidente da Supremo, Luiz Fux.

Os magistrados Gilmar Mendes, Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Rosa Weber votaram pela confirmação da decisão da segunda secção enquanto que Edson Fachin e Luís Roberto Barroso votaram pela revogação da mesma.

Lewandowski destacou que votar contra Moro não significar ser favorável à corrupção.

“A corrupção é um mal a ser erradicado entre nós e de forma definitiva, porque tanto mal causa ao progresso da nação. Isso é evidente. Não quero deixar a impressão de que os que votaram a favor da suspeição do ex-juiz Sergio Moro são coniventes com a corrupção”, afirmou o juiz

Ao ser mantida a suspeição de Sergio Moro no caso tríplex, o processo precisará de ser retomado do ponto zero pelos investigadores.

Na decisão proferida em março pela segunda secção, e agora confirmada pela maioria do plenário, os magistrados citaram conduções coercitivas, espetacularidade do caso, intercetações telefónicas e quebras de sigilo como argumentos para considerar a parcialidade de Moro.

Na mesma sessão, antes de ser votado o caso de Moro, os magistrados decidiram que os processos de Lula terão de ser reiniciados na Justiça Federal do Distrito Federal, após a 13ª Vara Federal de Curitiba ter sido considerada incompetente para julgá-los.

Edson Fachin, por exemplo, defendeu que os casos passassem para Brasília (Distrito Federal), porque há, na Justiça Federal daquela cidade, processos que apuram a suposta organização criminosa, com participação de Lula, que teria desviado dinheiro público.

Já Alexandre de Moraes entendeu que as acusações contra Lula, que estavam em Curitiba, são casos específicos e não ocorridos no contexto da organização criminosa. Assim, argumentou que as ações deveriam seguir para a Justiça de São Paulo, Estado onde estão localizados o tríplex do Guarujá, a quinta de Atibaia, e terreno do Instituto Lula, todos alvos do processo.

Apesar de as condenações de Lula no âmbito da Lava Jato de Curitiba terem sido anuladas, isso não quer dizer que o antigo Presidente brasileiro tenha sido inocentado já que os casos serão então remetidos para a justiça do Distrito Federal, que os vai reavaliar e pode receber novamente as denúncias e reiniciar os processos anulados.

Com a decisão, porém, Lula da Silva voltou a ser elegível e recuperou os seus direitos políticos.

JN

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER