Pfizer garante que fez oferta para entrega de vacinas em 2020 mas Brasil não respondeu

O gestor da Pfizer para a América Latina disse esta quinta-feira que a empresa fez várias ofertas de vacinas contra a covid-19 ao Brasil, garantindo entregar até 1,5 milhões de doses em 2020, mas não recebeu respostas do Governo.
Segundo Carlos Murillo, a empresa norte-americana enviou propostas oferecendo até 70 milhões de doses de vacina ao Brasil em agosto passado, mas não obteve resposta.
“A nossa oferta de 26 de agosto, como era vinculante, e como estávamos nesse processo com todos os governos [de outros países] tinha validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o Governo do Brasil não rejeitou, mas tampouco aceitou”, afirmou Murillo.
A declaração ocorreu durante um depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado brasileiro que investiga as respostas dadas à pandemia de covid-19.
De acordo com os números apresentados pelo executivo, que listou várias ofertas enviadas pela Pfizer ao Governo brasileiro, o país poderia ter recebido 1,5 milhão de doses ainda em 2020.
Se tivesse aceitado a melhor proposta da Pfizer, o Brasil já teria recebido 18,5 milhões de vacinas até ao momento, sendo 1,5 milhões de doses entregues em dezembro, outras 3 milhões no início deste ano e mais 14 milhões até junho.
O Governo brasileiro só firmou um contrato para compra de vacinas da Pfizer em 19 de março de 2021, quando divulgou a aquisição de 100 milhões de doses do imunizante. O país deverá receber 14 milhões de doses da Pfizer ainda no segundo trimestre do ano.
Nesta semana, o Brasil anunciou que assinou um contrato para comprar outras 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela empresa norte-americana.
A aquisição de vacinas da Pfizer é uma das polémicas da gestão do Governo liderado pelo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, na pandemia de covid-19.
Bolsonaro, um cético em relação ao perigo da pandemia, chegou a criticar a Pfizer em dezembro passado, alegando que a empresa e outras farmacêuticas deveriam procurá-lo para vender vacina e não o contrário, criticando a falta de apresentação de documentos sobre as vacinas à agência reguladora de medicamentos do país.
No entanto, documentos apresentados pela Pfizer indicam que a empresa havia feito várias propostas ao Governo brasileiro desde agosto.
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