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Sequelas

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Ainda que com o conflito entre Rússia e Ucrânia – que nos tem tocado a todos e que felizmente tem criado uma enorme onda de solidariedade mundial para com o povo o ucraniano – o tema “Covid” tenha ficado um pouco para “segundo plano” o que é certo é que ele ainda está bem presente no nosso dia a dia e continua, infelizmente, a acabar com muitas vidas. Entre aqueles que conseguem recuperar da doença, não são raros os casos em que são reportadas sequelas associadas à infeção.

Embora o coronavírus afete principalmente os pulmões, alguns problemas cardíacos, doenças renais e até diabetes podem vir a surgir meses após a cura – mesmo em casos que a pessoa teve apenas sintomas leves. Embora ainda não exista uma resposta concreta para o porquê de tal acontecer, alguns estudos indicam que tal pode ser o resultado de uma inflamação severa causada pelo SARS-CoV-2 ou consequência de uma outra doença pré-existente, que acaba por se manifestar após tomar contacto com a Covid.

Mas para além destes problemas surgem agora novas descobertas alarmantes: o estudo “SARS-CoV-2 is associated with changes in brain structure in UK Biobank”, publicado no passado dia 7 de março na revista científica Nature, sugere que a infeção pode também causar alterações no cérebro. Os investigadores chegaram a esta conclusão após encontrarem diferenças significativas em exames de ressonância magnética feitos antes e após a infeção.

Tendo em conta que o projeto britânico “Biobank” tem vindo a registar diversos indicadores de saúde de mais de 500 mil pessoas, com idades compreendidas entre os 51 e 81 anos, já antes da pandemia, possuem uma oportunidade única para perceberem de que forma é que a doença pode impactar a vida das mesmas.

Neste estudo foram analisados dados de 785 participantes, entre março de 2020 e abril de 2021. Os investigadores compararam TAC’s e ressonâncias magnéticas dos 401 participantes que testaram positivo à Covid-19 (antes e quatro meses e meio após a infeção) e chegaram à conclusão que estes perderam mais 0,2% a 2% de tecido cerebral em comparação com os não infetados.

Mas as más notícias não ficam por aqui: estas pessoas mostraram ainda “uma pior função executiva, levando um tempo significativamente maior a completar a tarefa A e, particularmente, a tarefa B do Trail Making Test [uma ferramenta usada para ajudar a detetar deficiências cognitivas associadas à demência e testar a velocidade e a função de processamento cerebral]”, ainda que de forma temporária.

Os investigadores não conseguiram, até ao momento, perceber se tais sequelas são ou não permanentes, mas relembram que o cérebro tem a capacidade de “sarar”.

Ainda que estas conclusões sejam temporárias e careçam de mais estudos, os investigadores referem que existe “a possibilidade de que as consequências de longo prazo da infeção por SARS-CoV-2 possam contribuir ao longo do tempo para a doença de Alzheimer ou outras formas de demência”.

“Como as mudanças anormais que vemos nos cérebros dos participantes infetados podem estar parcialmente relacionadas à perda do olfato, é possível que ao recuperá-lo possa fazer com que essas anormalidades cerebrais se tornem menos acentuadas ao longo do tempo”, aponta Gwenaëlle Douaud. “Da mesma forma, é provável que os efeitos nocivos do vírus diminuam ao longo do tempo após a infeção. A melhor maneira de descobrir seria examinar estes participantes novamente daqui a um ou dois anos”.

Resta-nos esperar para ver… e fazer a nossa parte para acabar de vez com esta pandemia!

Inês Barbosa/MS

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