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Português está com a família num bunker em Kherson, cidade tomada pelos russos

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Oleksandr Kovalchuk casou com uma ucraniana e vive em Portugal, mas em outubro foi a Kherson, perto da península da Crimeia​​​​​​, ter o segundo o filho. Nos primeiros dias da guerra, chegou a refugiar-se na cave de casa e depois num bunker com a mulher e os dois filhos, um de dois anos e um bebé com pouco mais de três meses. E abrigado tem-se mantido porque de Kherson já não consegue sair: a cidade está tomada pelos russos.

Oleksandr Kovalchuk, de 26 anos, nasceu na Ucrânia, mas veio para Portugal com 11 anos, onde se manteve até agora. Tal como os pais, que cá vivem, adquiriu a nacionalidade portuguesa. Em outubro do ano passado, um mês antes de o filho nascer, viajou com a mulher, de 23, para a Ucrânia.

“A minha esposa quis que a nossa segunda criança nascesse aqui. Viemos para cá para ela ter o parto”, começa por contar ao JN. Em Portugal, reside em Albufeira, onde tem casa, embora os pais estejam em Guia, uma antiga freguesia em Pombal (distrito de Leiria).

 

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“No dia 24 de fevereiro, logo pela manhã, a minha esposa chegou a casa a correr. Disse-me que tinha começado a guerra e perguntou o que íamos fazer”, recorda. “Pensamos logo em arrumar as malas e ir embora”. Mas os ataques logo começaram e nem deram tempo à família para concretizar qualquer plano.

“Quando bombardearam uma ponte aqui perto [Antonovsky], fugimos para a nossa cave, mas ela é tão pequenina que podíamos ficar enterrados se alguma coisa caísse ali”, sublinha. Por isso, abandonaram a casa térrea onde residem e deslocaram-se para um abrigo subterrâneo mais seguro, desta vez na cave de um restaurante.

Nesta altura, os militares russos já tinham bloqueado a terra dos pais da mulher, a cidade de Kherson, com 290 mil habitantes, a norte da Crimeia. “Infelizmente, não conseguimos ir embora porque eles estavam em todo o lado. Não deixam ninguém entrar nem sair, mesmo com crianças, mesmo com bebés. A cidade está invadida pelos militares russos”, reafirma.

As informações que lhe chegam sobre carros de civis, que são atacados com projéteis explosivos, demovem-no de qualquer fuga. E os temores da população, assegura, aumentam quando se leem relatos de pessoas que, durante saídas à rua, são aliciadas, por exemplo, “com pão grátis”, para se tornarem “escudos humano”.

“A minha filha, nestes últimos dois dias, está em estado de choque, sobretudo quando ouve um barulho de explosão”, conta Oleksandr, revelando que chegou a contactar a Embaixada de Portugal na Ucrânia, mas sem sucesso.

“Depois liguei para a Cruz Vermelha em Portugal que me deu o contacto do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Pedi ao meu padrasto, aí em Portugal, que fizesse esse contacto. Pediram-nos que enviássemos os passaportes. Mas ainda ninguém me respondeu ao e-mail”, conta. O JN contactou o Governo para saber se está a par deste caso.

Oleksandr deseja regressar a Portugal, mas mantém uma réstia de esperança de que as “boas notícias” vão chegar e chega a sugerir que os dois países, Rússia e Ucrânia, façam um “corredor verde” para quem deseja sair por vontade própria.

JN/MS

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