Passado todo este tempo desde 17 de abril de 1982, a história de Pinto da Costa confunde-se com a do F. C. Porto. São indissociáveis e sê-lo-ão para sempre, por muitos anos que corram desde o dia em que o presidente portista deixar de o ser, seja lá quando for. Quarenta anos depois de ter sido eleito pela primeira vez, o dirigente não mudou nada do essencial e continua à procura daquilo que sempre procurou: vitórias e títulos para o F. C. Porto.
Só no futebol, Pinto da Costa tem no palmarés 64 troféus, sete dos quais internacionais, e pode juntar-lhes mais três até ao final deste ano, assim a equipa de Sérgio Conceição se mantenha em rota ganhadora. Até 1982, os azuis e brancos tinham conquistado 16… Incluídas todas as modalidades que os portistas têm ou tiveram, bem como os escalões de formação, o dirigente acumula, segundo dados apurados pelo JN, uns inacreditáveis 1340 títulos.
As glórias do presidente do clube azul e branco manifestam-se sobretudo com os resultados desportivos, mas também não há como comparar aquilo que o F. C. Porto era em infraestruturas em 1982 e o que é hoje. Em 2022, os dragões têm um dos estádios mais bonitos e funcionais da Europa, um pavilhão multidesportivo, um centro de estágios, um canal de televisão e um dos museus de clube mais elogiados a nível mundial. Faltará apenas uma academia capaz de albergar todos os escalões jovens do futebol, projeto sonhado e prometido antes das eleições para o 14.º mandato, ganhas em junho de 2020, mas ainda encravado por questões burocráticas.
Voz de combate ao centralismo
Longe dos relvados, Pinto da Costa nunca se furtou a uma boa polémica. Seja com os grandes rivais de Lisboa ou com responsáveis políticos de todas as cores. A estratégia de denúncia e confronto ao centralismo da capital, delineada em conjunto com o falecido José Maria Pedroto, no início da década de 1980, nunca chegou a ser deixada para trás. O passar dos anos transformou o F. C. Porto num baluarte do Norte de Portugal, que o presidente do clube assume sem rodeios. E quando se viu envolvido em intrincados processos judiciais, passíveis de lhe pôr em causa a idoneidade, Pinto da Costa ganhou-os sempre em tribunal, sem fazer perigar o cargo que ocupa há quatro décadas.
Quanto ao futuro, o presidente portista, de 84 anos, luta agora, mais do que tudo, contra a inevitabilidade do tempo. Neste contexto, vale a pena lembrar a história contada há poucos dias pelo avançado Fernando Andrade: “Perguntei a Pinto da Costa, quando ele tinha 81 anos, se aceitava trocar os números e passar a ter 18, mesmo que isso implicasse perder todos os títulos que ganhou. Ele disse que sim. Que trocava já e ganhava tudo de novo”.
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