
Um voo humanitário chegou esta quinta-feira a Portugal com 260 ucranianos que fugiram da guerra. Mulheres, idosos, crianças e 18 bebés de colo aterraram em terra segura graças à determinação de dois empresários que, em oito dias, imaginaram e puseram em marcha este plano pautado de bravura. Para trás, ficou a destruição e quem luta pela sua terra. “Obrigado”, ouviu-se à chegada. Nos próximos dias será anunciado um novo voo humanitário.
A coragem destes dois empresários tornou possível trazer quase 300 ucranianos para Portugal. Através da associação que criaram, Ukrainian Refugees, e com a ajuda da EuroAtlantic, autarquias, instituições, empresas e do próprio Governo, foi possível concretizar o plano em duas fases.
O avião partiu de Lisboa na quarta-feira rumo a Lublin, na Polónia, transportando cerca de 30 toneladas de equipamento, medicamentos e outros bens essenciais. Uma vez descarregado, o avião humanitário trouxe ucranianos e até animais para terras lusas, onde aterrou pelas 13.30 horas desta quinta-feira.
Um dos empresários, ucraniano, chegou a Portugal em 2003. Hoje, foi a sua vez de ajudar o seu povo a construir uma vida nova. Um dia, disse, crescerá uma árvore desta semente de ajuda que Portugal plantou. “Hoje eu quero agradecer a todo o Portugal”, afirmou.
Das cerca de 300 pessoas que chegaram ao Aeroporto Figo Maduro, uma centena tem família em Portugal e será acolhida em casa de familiares. As restantes serão encaminhadas para diversos pontos do país, onde terão direito a cuidados médicos, alojamento e apoio dos serviços públicos. É um novo começo. Indesejado, porém necessário.

A Embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, agradeceu, em nome do povo ucraniano, a solidariedade de Portugal. “Vamos continuar a nossa cooperação com o governo português no acolhimento dos refugiados ucranianos”. “Sinto que o povo ucraniano e o povo português são irmãos, são amigos”.
Para o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve na receção aos ucranianos, este feito “é o retrato de Portugal naquilo que tem sido a sua presença ao lado da Ucrânia”. Marcelo fez saber que, nos próximos dias, será anunciado um voo humanitario semelhante. Mariana Vieira da Silva, ministra do Estado e da Presidência, que também esteve no aeroporto de Figo Maduro, acampanhou Marcelo. Este “dia muito feliz” foi um “exemplo da forma como a sociedade portuguesa se está a organizar para acolher refugiados ucranianos”, disse.
Além de Marcelo Rebelo de Sousa e de Mariana Vieira da Silva, esteve na receção aos ucranianos Francisca Van Dunem, ministra da Administração Interna, e Inna Ohnivets, embaixadora da Ucrânia em Portugal.
JN/MS
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