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Ovar, Estarreja e Mealhada cancelam desfiles de Carnaval

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Ovar e Estarreja cancelaram ontem os principais desfiles de Carnaval que deveriam realizar-se a 27 de fevereiro (domingo) e 1 de março (terça-feira). Mealhada, sabe o JN, vai fazer o mesmo.

Pelo segundo ano consecutivo, a pandemia derruba os três principais cartazes da região Centro e Norte. Para além do “luto” das centenas de foliões, choram os empresários. Só em Ovar, segundo a Câmara, são cinco milhões de euros que deixam de entrar na economia local por via das dezenas de milhares de visitantes que voltam a não emoldurar a festa (reportagem ao lado). Outros foram pelo mesmo caminho destes três do distrito de Aveiro (ler ficha).

“O Carnaval é a grande festa de Ovar, mas a saúde pública está em primeiro lugar”, justifica ao JN Salvador Malheiro, presidente da autarquia, lembrando que “a atual vaga é muito contagiosa e o número de infetados no concelho tem sido elevadíssimo, com uma média diária entre 100 a 150 novos infetados, apesar de não haver ninguém em Cuidados Intensivos”. A decisão foi tomada após reuniões entre as 24 associações envolvidas, forças de segurança, autoridades de Saúde Pública e Proteção Civil. “A opinião de não realização dos desfiles foi unânime, atendendo às medidas em vigor, que requerem uma logística quase impossível de colocar em prática”, acrescenta.

O autarca pretende, mesmo assim, promover outras atividades que assinalem a data em causa, anunciando “a pintura de máscaras gigantes” e “uma programação cultural controlada”, ainda por definir, mas cuja realização se verificará nos equipamentos municipais, “cumprindo as regras”.

Estarreja pensa alternativas

Estarreja anunciou igualmente ontem o cancelamento. A vereadora da Cultura, Isabel Pinto, revelou que “a proteção civil e a autoridade local de saúde desaconselharam os desfiles” devido a “tudo o que o que implica, não só nos dias dos grandes corsos, mas também durante a preparação”. A festa envolve 1000 figurantes dos 11 grupos e deixa 1,5 milhões de euros nas empresas locais, segundo fonte do município.

Câmara e Associação do Carnaval de Estarreja (ACE) estão a preparar uma programação alternativa para os dias habitualmente mais fortes dos festejos. Pedro Silva, presidente da ACE, espera que em 2023 seja retomada a normalidade.

Talvez trapalhão na Mealhada

A organização do Carnaval da Mealhada ainda não anunciou o cancelamento dos desfiles, mas a decisão está tomada, confirmou o JN junto da Associação de Carnaval da Bairrada. Prova disso é a ausência de preparativos por parte das quatro escolas de samba. A única duvida reside na possibilidade da organização avançar com um “desfile trapalhão”, com parte dos habituais 500 figurantes a mascararem-se individualmente.

A Câmara não tem ideia do impacto do cancelamento do Carnaval na economia local, mas é “enorme”, diz a vice-presidente e vereadora do Turismo. Filomena Pinheiro dá o exemplo dos restaurantes de leitão, que nos dias de Carnaval, “não fecham entre o almoço e o jantar, tantos são os clientes”.

Loures
Os desfiles habituais não se vão realizar, mas a Associação do Carnaval diz que não vai deixar a população sem carnaval, mas os moldes em que o vai fazer só serão traçados em fevereiro.

Torres Vedras
A Câmara decide depois de amanhã se há ou não desfiles.

Figueira da Foz
A autarquia remete uma posição para o final desta semana.

Nazaré
Desfiles e bailes de rua não se irão realizar, anunciou a Câmara.

Sines
Desfile cancelado. Associação de Carnaval admite eventos pontuais.

Loulé
O município anunciou o cancelamento do desfile, mas pondera iniciativas.

Lazarim
Lazarim, em Lamego, vai ter um entrudo com menos gente, menos atividades e mais virado para a terra. Ao contrário do que aconteceu em 2021, este ano os caretos saem à rua, adianta fonte da Câmara.

Podence
A associação dos caretos de Podence, Macedo de Cavaleiros, ainda não tomou a decisão sobre a realização do Carnaval.

Madeira
O Governo da Madeira anulou as festividades de Carnaval.

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