O desporto também é economia
Num momento em que, em Portugal, se fala mais de futurologia com o horizonte político (2024) do primeiro-ministro António Costa, do que de programas e ideias orçamentais que conduzam o país numa correta direção e criem mais oportunidades para os portugueses (e, pasme-se, estas especulações são patrocinadas pelo detentor do mais alto cargo político em Portugal, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa), eu prefiro falar sobre as ideias para uma nova governação. Uma daquelas que destaco é a da valorização que o desporto tem.
Neste novo executivo governamental, a Secretaria de Estado do Desporto sai do Ministério da Educação e passa para o Ministério dos Assuntos Parlamentares, que ficará a cargo de Ana Catarina Mendes, a qual será igualmente ministra-adjunta do primeiro-ministro António Costa. Assim, o Desporto ficará mais próximo do próprio António Costa o que deverá merecer elogios e reconhecimento, ficando com um maior peso político e uma maior autonomia relativamente ao passado recente. Esta não é uma ideia pioneira pois o grande visionário político, José Sócrates, já o tinha feito no seu executivo.
Claro que temos que esperar pela análise ao Orçamento de Estado, porque não basta estar próximo, deve-se dotar esta Secretaria de Estado com a matéria orçamental necessária para se projetar como importante. O desporto não é só futebol, mas este tem uma importância no pulsar do dia a dia de portugueses e não só. Veja-se a importância que o apuramento de Canadá e Portugal, para a fase final do Campeonato do Mundo, teve. Curioso que Canadá e Portugal tencionam organizar esta mesma fase final em 2026 e 2030 respetivamente. Não são candidaturas isoladas – a de Portugal é com a Espanha e a do Canadá com Estados Unidos da América e México. Estas competições não trazem só prestígio, mas também elevam a economia. E tanto se precisa que isso aconteça nos tempos conturbados que vivemos.
O desporto cada vez mais, por maioria de razão, deve ser interpretado pelos políticos como um importante motor de inovação e de crescimento económico. Tendo assim uma importância crescente em vários setores da economia. Ao despertar paixões, os vários tipos de desporto atraem recursos financeiros de elevada monta dando um desenvolvimento local nas cidades que acolhem e potencializam o fenómeno desportivo.
O desporto representa 2% do PIB da União Europeia e 4% de emprego. Numa primeira vista pode não parecer muito, mas todos sabemos que o voluntariado tem uma grande importância neste setor. Encorajo seriamente os políticos a criar um programa ocupacional assumindo uma verdadeira política desportiva nas escolas, desde o primeiro ano.
Os municípios devem também, digo mesmo obrigatoriamente, criar modelos de fomento e promoção local ou regional criando e alicerçando capacidade de prática desportiva. Claro está que o desporto de alto rendimento e o espetáculo que este gera é um grande motor de desenvolvimento, mas não basta.
Tem de existir criatividade de governação e o desporto parece-me a solução que está ali ao lado, não só para criar riqueza, mas também para elevar os índices de saúde.
Numa altura em que a preocupação do mundo é a saúde e o dinheiro, aqui está algo onde se podem ganhar as duas coisas.
Por isso, cada vez mais admiro António Costa – pela sua governação astuta e inteligente que vai conduzir Portugal a grandes feitos.
O papel das políticas públicas tem que passar por entender a importância da saúde, educação, bem-estar e economia do desporto. É de capital significado termos o conhecimento e realizarmos que o desporto também é economia.
Em jeito de festejo pelo apuramento para os playoffs da NBA dos nossos Toronto Raptors (e a importância que tem para a economia da cidade) deixo uma frase de um ídolo que tive na adolescência – o basquetebolista Michael Jordan: “Com talento ganhamos partidas; com trabalho em equipa e inteligência ganhamos campeonatos”.
Redes Sociais - Comentários