
O secretário-geral da NATO e o primeiro-ministro britânico concordaram, esta quinta-feira, em Bruxelas, que a Europa enfrenta “um momento muito perigoso”, com a crise entre Rússia e Ucrânia, assumindo que “muito em breve” pode acontecer “algo verdadeiramente desastroso”.
Numa conferência conjunta no quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas, após um encontro de trabalho, o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, e o chefe de governo britânico, Boris Johnson, reiteraram que devem prosseguir todos os esforços com vista a uma saída diplomática para a atual crise, mas advertiram que a NATO está preparada “para o pior” cenário e alertaram uma vez mais Moscovo para o preço muito elevado que pagará no caso de nova agressão à Ucrânia.
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O secretário-geral da Aliança Atlântica reiterou, todavia, que a NATO não abre mão de “princípios fundamentais”, como “o direito de cada nação a escolher o seu próprio caminho e a capacidade da NATO de proteger e defender todos os Aliados”.
Adiantou que, numa reunião de ministros da Defesa na próxima semana, serão avaliadas “opções para reforçar ainda mais a segurança” da organização, “incluindo a possibilidade de grupos de combate adicionais na parte sudeste” da Aliança.
“Uma nova agressão russa conduzirá a uma maior presença da NATO, não menor”, alertou.
Perfeitamente alinhado com a intervenção de Stoltenberg, Boris Johnson defendeu as mesmas ideias e assumiu também o momento de perigo que a Europa enfrenta também à luz da atual crise a Leste.
“O risco atual é muito elevado e este é um momento muito perigoso. Estes próximos dias são provavelmente o momento mais perigoso naquela que é a maior crise de segurança que a Europa enfrenta em décadas”, disse.
Boris Johnson insistiu que será “um absoluto desastre” se a Rússia efetivamente atacar a Ucrânia, pois haveria “um grande derramamento de sangue em solo ucraniano”.
“Eu sei que as pessoas na Rússia devem estar também a pensar nisto, e sei que no Kremlin e por toda a Rússia devem estar a pensar se é realmente sensato sacrificar o sangue de soldados russos numa guerra que eu penso que seria catastrófica” e com elevados custos, de vária ordem, para a Rússia, afirmou.
O Ocidente acusa a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira da Ucrânia para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da NATO.
JN/MS
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