O único policia envolvido na morte da afro-americana Breonna Taylor, baleada há dois anos no seu apartamento e que se tornou um ícone do movimento contra a violência racial nos EUA, foi absolvido, esta quinta-feira, por um júri.
O polícia branco Brett Hankison, de 45 anos, não estava acusado da morte daquela jovem, mas por ter “colocado em perigo” os vizinhos desta ao descarregar a sua arma através de uma divisória.
Após uma semana de julgamento e três horas de deliberações, o júri declarou “inocente” o agente, que recebeu a notícia em lágrimas, noticia a agência AFP.
Esta decisão deverá reacender a insatisfação da população em Louisville, a maior cidade do Estado do Kentucky, que se mobilizou em protestos em setembro de 2020, quando os procuradores desistiram de acusar os outros policias envolvidos na tragédia e mantiveram apenas uma acusação complementar contra Hankison.
Segundo o advogado do polícia, o veredicto “foi adequado” e “foi feita justiça”, considerando que o seu cliente estava “fazer o seu trabalho”.
Breonna Taylor, uma técnica de emergência médica de 26 anos e estudante de enfermagem, foi baleada múltiplas vezes em 13 de março de 2020, depois de ser acordada pela polícia à porta de sua casa, na execução de um mandado aprovado como parte de uma investigação na qual o seu ex-namorado era suspeito.
Não foram encontradas quaisquer drogas no interior da sua habitação, mas o namorado de Breonna Taylor no momento dos acontecimentos, Kenneth Walker, disparou uma vez depois de a polícia arrombar a porta, ao pensar que eram ladrões.
Ao responderem com disparos, os polícias atingiram Breonna Taylor com cerca de 20 balas. Os agentes tinham um mandado de “não bater”, o que os autorizava a arrombar a porta sem aviso prévio, mas estes afirmam terem-se anunciado, algo que Walker contestou.
A morte de Breonna Taylor não chamou muita atenção no início, mas esta tornou-se um dos ícones das grandes manifestações antirracismo e violência policial que abalaram os Estados Unidos após a morte de George Floyd, afro-americano que morreu no momento da detenção, em 25 de maio de 2020.
Para terminar com uma queixa civil, o autarca de Louisville concordou em pagar 12 milhões de dólares (cerca de 10,8 milhões de euros) à família de Breonna Taylor e iniciar reformas na sua polícia.
JN/MS
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