Um jovem migrante morreu esta sexta-feira ao tentar cruzar o Canal da Mancha, entre França e Inglaterra, juntamente com cerca de trinta outros, que foram resgatados em Berck (norte da França), anunciaram as autoridades locais.
A vítima é um homem com cerca de 20 anos, com provável nacionalidade sudanesa, segundo a Procuradoria de Justiça de Boulogne-sur-Mer, que abriu uma investigação contra desconhecidos por homicídio involuntário.
Esta é a primeira morte de um migrante no Canal da Mancha registada este ano.
Segundo as autoridades locais, no ano passado morreram 30 pessoas e desapareceram quatro, o que inclui 27 migrantes que morreram a 24 de novembro, no naufrágio do barco onde seguiam ao largo de Calais, naquela que foi considerada a pior tragédia desta rota migratória.
Segundo a Procuradoria de Justiça, as 32 pessoas que estavam a tentar fazer a travessia do canal com a jovem vítima foram socorridas “sãs e salvas”, mas em estado de hipotermia.
De acordo com uma fonte ligada à investigação citada pela agência de notícias AFP, os migrantes estavam “num bote semirrígido” e poderão ter ficado presos na descida da maré, já que alguns foram encontrados em bancos de areia.
As travessias do canal, de França para Inglaterra, a bordo de pequenos barcos atingiram um número recorde em 2021, com mais de 28.000 pessoas a recorrerem a essa forma de alcançar o Reino Unido, segundo a agência de imprensa britânica PA.
De acordo com a mesma fonte, só no mês de novembro do ano passado, quase 6.900 pessoas chegaram à costa inglesa, incluindo um recorde de 1.185 num só dia.
O fenómeno, que tem crescido significativamente desde 2018, devido ao fecho do porto de Calais e do Eurotúnel — vias que os migrantes costumavam usar para atravessar a fronteira escondidos em veículos -, está a criar uma tensão crescente nas relações entre Londres e Paris.
As autoridades britânicas consideram insuficientes os esforços desenvolvidos pelo lado francês para impedir os migrantes de embarcar na travessia, apesar de o Governo inglês ter acordado numa ajuda financeira a França para aumentar os esforços.
JN/MS
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