Haja felicidade!

Ser feliz é um dos grandes objetivos de vida da maioria das pessoas – e ainda que para uns o caminho até à verdadeira felicidade pareça mais tumultuoso do que para outros, não podemos baixar os braços. À vontade tem que partir de dentro de nós: se não formos nós a batalhar por aquilo que queremos acham mesmo que alguém o fará por nós? Se acham que sim… bem podem tirar o “cavalinho da chuva”!

Por falar em chuva… Também são daqueles que acham que os dias mais cinzentos e chuvosos nos deixam mais tristes e com um pior humor? É certo que são inúmeras as variáveis que influenciam o nosso estado de espírito e, consequentemente, nos tornam mais ou menos felizes. E sem dúvida que o clima é um deles!

O Relatório da Felicidade Mundial – em inglês World Happiness Report -, uma publicação da Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável da ONU, é publicado desde 2012 e surgiu como um desafio aos países membros medirem a felicidade dos seus habitantes, para posteriormente utilizarem os dados recolhidos nas suas políticas públicas.

Este relatório anual conta com a descrição de medições de bem-estar feitas por especialistas de áreas tão variadas como a economia, psicologia, estatísticas nacionais, doenças mentais, importância da ética, implicações políticas, entre outros, para determinar não só o bem-estar subjetivo como também o Índice de Desenvolvimento Humano.

Na sua última edição, elaborada com dados de 2019 a 2021, o Relatório da Felicidade Mundial chegou à conclusão que, pela quinta vez consecutiva, a Finlândia é o país mais feliz do mundo, entre os mais de 150 países em estudo. De seguida surge a Dinamarca e em terceiro lugar a Islândia.

De realçar que todos os cinco países nórdicos se encontram nas primeiras oito posições e que a França (20.º) alcançou a sua classificação mais alta de sempre. Já o Canadá percorreu o caminho inverso, alcançando a pior classificação de sempre – está agora em 15.º lugar.

Apesar dos tempos negros causados pela pandemia da Covid-19, parece que o aumento aumento do apoio social e da benevolência vieram trazer uma nova esperança às pessoas.

Para chegar a estas conclusões, os profissionais basearam-se em seis variáveis principais: crescimento geral do PIB real per capita, esperança de vida saudável, confiança social, perceção de corrupção, generosidade e liberdade para fazer escolhas de vida. Neste último relatório registou-se um crescimento geral do PIB real per capita e da esperança de vida saudável, um decréscimo da perceção de corrupção e liberdade, um declínio da generosidade (até 2020), e níveis globais bastante constantes de confiança social. Já as desigualdades a nível de bem-estar têm, por norma, crescido desde 2011, especialmente na África Subsaariana, na zona MENA (regiões do Médio Oriente e Norte de África), América Latina e Ásia do Sul e Sudeste Asiático.

Um dado curioso é que, em termos globais, aumentaram (cerca de 25% em 2021 em comparação com os números de pré-pandemia) as três formas analisadas de generosidade – doações para caridade, voluntariado e a ajuda a desconhecidos.

E se se estão a perguntar por onde anda Portugal… Bem, está na segunda metade da classificação, em 56.º lugar! Em terras lusas a generosidade foi o fator que obteve menor pontuação, seguindo-se a perceção da corrupção.
Em relação, por exemplo, à Finlândia, Portugal obteve uma pior pontuação em todas as categorias em estudado, menos numa – a esperança de vida saudável.

Para terminar, a título de curiosidade, os países que hoje se encontram em guerra, Rússica e Ucrânia, encontram-se na 80.ª e 98.ª posição, respetivamente, embora os dados digam respeito a níveis pré-guerra.

Os 20 países mais felizes do mundo (2022)

1. Finlândia
2. Dinamarca
3. Islândia
4. Suíça
5. Holanda
6. Luxemburgo
7. Suécia
8. Noruega
9. Israel
10. Nova Zelândia
11. Áustria
12. Austrália
13. Irlanda
14. Alemanha
15. Canadá
16. Estados Unidos
17. Reino Unido
18. República Checa
19. Bélgica
20. França

Inês Barbosa/MS