Augusto BandeiraBlog

Estejam onde estiverem, lembrem-se: 25 de Abril é uma data que todo o português não pode esquecer!

25 de abril

 

Muitas vezes questiono a minha pessoa se realmente o 25 de Abril aconteceu. Eu era um garoto, mas lembro-me de muita coisa que se passava antes.

O 25 de Abril trouxe muita coisa para o bem de todos, coisas que hoje se fazem e que no outro tempo era impossível. Uma coisa é certa, hoje muitas vezes fazia falta outro 25 de Abril, mas não vou entrar nesse campo, num futuro a curto prazo o povo terá a oportunidade de se pronunciar e mostrar o descontentamento de algumas vergonhas de governação.

No entanto, no 25 de Abril nem tudo foi um mar de rosas. Para alguns políticos sim, julgam que podem fazer o que muito bem lhes apetece, mesmo a prejudicar o povo. Mas o povo prejudicado era antes da revolução e para isso ela foi feita. Passou a haver liberdade de imprensa e de expressão, o povo hoje pode opinar, no outro tempo, antes de qualquer jornal ser publicado, tinha de passar pelas mãos de alguém para cortar o que era incómodo para o regime, o povo não podia dizer livremente o que pensava, quem o fizesse, arriscava ser perseguido pela PIDE, que era a polícia política. Havia informadores em todo o lado para escutar conversas e informar o governo sobre comportamentos. Nem tão pouco eram permitidos grupos grandes a falar na rua. A rádio (quem a tinha) só podia estar ligada até uma determinada hora. Era expressamente proibido falar de políticos.

Hoje o povo tem direito à saúde, o Serviço Nacional de Saúde foi uma das grandes conquistas e uma das mudanças mais profundas na sociedade – antes do 25 de Abril a assistência médica não estava acessível para todos. Hoje o povo tem direito à greve, no outro tempo era proibido falar em greve, nem havia negociação de contratos. Hoje as crianças têm direito à educação, a taxa de analfabetismo no outro tempo era elevada, muito poucas eram as mulheres que estudavam e os alunos eram, na sua maioria, filhos de famílias abastadas, ricas. Em relação ao ensino superior nem se fala, no outro tempo as mulheres não chegavam lá, o 25 de Abril democratizou a educação e por isso hoje não se pode culpar ninguém, apesar de Portugal ainda ser dos países da União Europeia com maiores taxas de abandono escolar. Hoje o povo tem direito às férias, no outro tempo não se falava em férias. Hoje as mulheres têm autonomia. Tudo isto e muito mais foram conquistas da revolução do 25 de Abril, que comemora este ano 49 anos.

Foi a revolta militar, onde um jovem de 29 anos, chamado Salgueiro Maia, juntamente com Melo Antunes e Otelo Saraiva de Carvalho – este dos principais rostos do descontentamento em que Portugal estava fechado ao mundo, com o futuro sombrio para os jovens, uma geração condenada a participar na Guerra Colonial, que na altura esgotava recursos e matava o futuro do país – esses senhores fizeram cair a ditadura fascista da Europa, que se vivia em Portugal.

Está tudo muito bem, mas por outro lado, o populismo cresce a passos largos um pouco por todo o lado e Portugal não é exceção. Hoje um político já não é o que era e com as extremas a crescer pode vir um dia uma nova ditadura, seja de extrema-direita ou esquerda. A prova em Portugal é o aumento do número de votantes no Chega, partido de extrema-direita que em pouco tempo passou de um deputado para 12 e continua a crescer, e deve-se ao facto dos péssimos políticos que temos. A fraca qualidade faz com que estes cresçam, como tem acontecido, resultado do descontentamento do povo. Por isso mesmo eu penso que, por vezes, precisávamos de mais um 25 de Abril.

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