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À procura das nossas raízes

tree - milenio stadium - 2022-04-29

 

Durante os anos de escola é muito comum as crianças serem orientadas a desenharem a sua “árvore genealógica”. De maneira geral, costuma-se colocar no topo o nome do antepassado mais velho da família da qual se tenha registro e a partir daí os “galhos” e representações vão se ramificando e formando a tal árvore de onde viemos. Uma representação gráfica e simbólica do histórico das ligações familiares de um indivíduo a que somos apresentados ainda cedo na vida e que permite que tenhamos um primeiro contato com o passado de nossa família. Em alguns casos essa atividade de busca por informações pode abrir as portas para um diálogo sobre as tradições e costumes de antigamente, além de jogar luz sobre situações históricas que definiram e moldaram a atual conjuntura familiar.

Essas primeiras descobertas ao longo dos anos ganham diferente importância na vida de cada um. Para algumas pessoas, saber mais detalhes sobre os ancestrais não passa de mera curiosidade, e, portanto, não lhes desperta atenção, enquanto outras embarcam fundo nessa viagem de redescoberta do passado e de resposta à inquietante pergunta: de onde viemos?

Os motivos que levam um indivíduo a uma busca mais detalhada variam muito: vão desde a mera curiosidade, hobby, até questões mais profundas como busca pela família biológica em casos de adoção, obtenção de documentação estrangeira, histórico de doenças na família, etc.

Nesse processo de investigação, que pode ser complicado e intrincado, muitas pessoas estão recorrendo a ajuda profissional e nos últimos anos houve uma grande disseminação de empresas que oferecem os serviços de análise genealógica. Esse nicho de mercado se popularizou ainda mais com a introdução de empresas que comercializam testes de ADN que prometem ajudar a decifrar os ancestrais das pessoas, possíveis condições genéticas, entre outros detalhes. No Canadá, entre as mais populares podemos destacar: FamilyTreeDNA, Ancestry, 23andMe e LivingDNA. No ano de 2017, quando a popularidade desses testes atingiu um dos seus auges, a Ancestry, por exemplo, chegou a registrar vendas de 1,7 milhão de kits durante o fim de semana da Black Friday.

Depois desse “boom” de comercialização, algumas questões, inclusive de privacidade, começaram a vir à tona e a utilização do ADN para os testes foi questionada para alguns fins. O fato de o interessado disponibilizar, enviando pelo correio na maioria das vezes, a uma empresa privada o seu material genético, sem saber de fato o destino que esse terá, podendo vir a ser vendido ou compartilhado sem autorização prévia para terceiros, acendeu uma luz vermelha e especialistas na área começaram a alertar sobre os perigos dessa prática. As empresas por sua vez garantem seguir uma série de medidas para prevenir e proteger o material genético dos clientes.

Além do fator segurança, algumas reflexões acerca do tema apontaram o que parece óbvio: a cultura de um povo não vem de seu ADN e sim das tradições e maneiras de viver a que foi exposto, portanto quem procura uma resposta mais aprofundada sobre a sua origem e ancestrais pode obter com o teste de ADN uma direção a seguir, mas são os estudos genealógicos, baseados na documentação, arquivos familiares e históricos, entre outros, que de fato vão ser mais completos para determinados fins.

A busca por nossas raízes, a tentativa de entendermos um pouco como o passado coletivo da nossa família ou povo possa ter determinado quem somos, é de fato, um assunto que gera interesse para muitos que tentam obter respostas através desses testes ou pesquisas genealógicas. Esse assunto se torna ainda mais atual com a proximidade do mês em que se comemora a herança portuguesa aqui no Canadá, país que abriga uma das maiores diásporas portuguesas do mundo, com mais de meio milhão de descendentes, com variadas histórias e históricos. Nessa edição em que nos debruçamos sobre esse assunto, a genealogia e suas variantes, convidamos o leitor a descobrir um pouco mais sobre a importância de saber sobre seus antepassados, honrar suas conquistas e, porque não, aprender a partir de experiências negativas.

Lizandra Ongaratto/MS

 

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