Açores

Zuraida Soares recordada como mulher de lutas

A antiga coordenadora e primeira deputada do Bloco de Esquerda nos Açores, Zuraida Soares, morreu no passado sábado aos 67 anos, vítima de doença prolongada.

Zuraida Soares foi coordenadora do BE/Açores entre 2004 e 2014, e membro da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda até à X Convenção Nacional, em 2016.

A bloquista foi eleita deputada regional, pela primeira vez, em 19 de Outubro de 2008, tendo sido reeleita em 14 de Outubro de 2012 e 16 de Outubro de 2016.

Zuraida Soares havia deixado o parlamento dos Açores em 20 de Setembro de 2018, tendo na ocasião sido aplaudida de pé pelas demais bancadas.

Nascida em 26 de Julho de 1952, Zuraida Soares era licenciada em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa, tendo-se formado posteriormente em Ciências da Educação. A bloquista tinha também uma pós-graduação em Filosofia Contemporânea e Filosofia Medieval.

Na página Esquerda.net, o Bloco lembra que Zuraida se destacou como defensora dos direitos sociais, dos direitos das mulheres, da autonomia dos Açores e era uma lutadora “por uma sociedade e por uma terra sem amos”.

Na despedida do parlamento açoriano, em 2018, afirmou: “Não há nada que dê mais colorido e força à vida do que lutar por uma sociedade mais digna, mais democrática, mais humana, mais tolerante, mais decente, e sobretudo, no fim, por uma sociedade e por uma terra sem amos”.

O Presidente do Governo dos Açores manifestou o seu “profundo pesar” pelo seu falecimento, destacando-a como “uma Mulher destemida, uma Política combativa e uma Parlamentar aguerrida”. Vasco Cordeiro disse ainda que “Zuraida Soares foi uma Açoriana de corpo inteiro, que amou esta terra, que tinha uma ideia muito clara do que queria para a nossa Região e que assumia, sem peias, a defesa desse ideal. E isso, sobreleva em muito a circunstância de um local de nascimento”.

“Nesta hora de luto, em meu nome e no nome do Governo dos Açores apresento à sua família, aos seus amigos e ao Bloco de Esquerda as mais sentidas condolências”, concluiu Vasco Cordeiro.

O PS/Açores manifestou igualmente “profunda consternação” pelo falecimento de Zuraida Soares. “O seu espírito combativo, a sua firme convicção democrática, o dedicado empenhamento cívico com que norteou a sua vida pública merecem o reconhecimento e a homenagem dos socialistas açorianos”, lê-se num comunicado emitido pelo partido.

Por seu turno, o presidente do PSD/ Açores, José Manuel Bolieiro, lamentou também o desaparecimento da antiga deputada do BE, destacando o “seu espírito combativo, a sua firme convicção democrática, o dedicado empenhamento cívico com que norteou a sua vida pública”.

Da parte do PPM, o deputado Paulo Estêvão enalteceu a “personalidade cativante” da bloquista, “desde sempre ligada às causas sociais e cívicas mais relevantes, progressistas e humanistas. Destacou-se pelo conjunto do seu percurso cívico e também como líder do Bloco de Esquerda e deputada regional (2008-2018)”, sublinhou.

A CDU manifestou igualmente “profundo pesar e consternação” com a notícia. “Com a morte de Zuraida Soares a Região Autónoma dos Açores perde uma personalidade que dedicou a sua vida à luta por uma sociedade melhor, mais justa. E como a própria disse no seu discurso de despedida no Parlamento Regional: ‘(…) e sobretudo, no fim, por uma sociedade e por uma terra sem amos’”, lê-se em comunicado do partido.

Por seu turno, o CDS expressou publicamente “admiração pela grande política e mulher que foi a Zuraida Soares”. “Muitas foram as suas atitudes implícitas e espontâneas que levaram a perceber que muitas das suas práticas políticas eram ‘não ideológicas’ e que visavam apenas e tão só servir os Açores e os Açorianos, como grande política que foi, para além de uma grande mulher”, destacou o CDS, em comunicado.

Numa nota enviada à redacção, a equipa da Pastoral da Cultura da Diocese dos Açores prestou também publicamente a sua homenagem a Zuraida Soares. “Fá- lo não apenas porque colaborou nas actividades deste sector da Pastoral com a sua vivência de mulher, professora e política, mas, acima de tudo, pelos valores que defendeu na causa da dignidade humana, especialmente das mulheres vítimas da violência e dos explorados pelo sistema económico vigente”, lê-se na nota.

Diário dos Açores

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Diário dos Açores

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