Ministro ironiza com a revisão do Acordo das Lajes
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse na Assembleia da República, que o Governo português não vai tomar qualquer iniciativa para a revisão do Acordo Bilateral de Cooperação e Defesa de Portugal com os Estados Unidos.
Numa audição na Comissão Parlamentar dos Assuntos Europeus, realizada Quarta-feira, Santos Silva referiu que a prioridade do Governo português vai para a resolução das questões relacionadas com a redução dos efectivos militares norte-americanos e de trabalhadores portugueses na Base das Lajes.
“Estou a trabalhar com os Estados Unidos ainda na resolução de todas as questões que foram colocadas com a decisão da redução do contingente militar da Base das Lajes tomada pelos Estados Unidos”, afirmou.
O responsável pela diplomacia portuguesa adiantou que “o dossiê laboral está fechado, o das infraestruturas está praticamente fechado e o ambiental ainda está em aberto. É no quadro do acordo disponível e no interesse imediato que trabalho”.
No que se refere à revisão do Acordo das Lajes, remeteu a questão para outra altura.
“Deixarei para ministros dos Negócios Estrangeiros capazes de pensar mais longe que eu em questões dessa natureza”, ironizou.
Recorde-se que o Presidente do Governo do Governo Regional, Vasco Cordeiro, defendeu, no passado mês de Janeiro, a revisão do Acordo que está em vigor desde 1995.
Vasco Cordeiro considerou, no parlamento açoriano, que se trata de “uma relação profundamente desequilibrada em prejuízo de Portugal e por isso é que deve ser alterada”.
Entretanto, o deputado do PSD eleito pelos Açores, António Ventura, remeteu, uma pergunta escrita sobre o assunto ao Primeiro-ministro, António Costa.
O Presidente do Governo Regional dos Açores, falando ontem aos jornalistas, foi confrontado com as afirmações do Ministro dos Negócios Estrangeiros, tendo começado por dizer que, “utilizando uma expressão açoriana, o Sr. Ministro está cegando”.
Vasco Cordeiro quis relevar que Augusto Santos Silva declarou que o Acordo não vai ser revisto, mas também não contesta que é desequilibrado.
É isso que o Presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, valoriza.
“Esta não é apenas a posição do Presidente do Governo Regional dos Açores; relembro que estou acompanhado pelo embaixador Pedro Catarino (Representante da República), que foi negociador do Acordo, e que tem a mesma posição”, concluiu.
Diário dos Açores
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