Açores

Hotelaria: Custos com pessoal ultrapassam proveitos de aposento

Os custos com pessoal na hotelaria tradicional açoriana, nos primeiros dois meses deste ano, ultrapassam os proveitos que o sector obteve nos aposentos. Com efeito, em Janeiro e Fevereiro deste ano a hotelaria tradicional na região atingiu cerca de 4,7 milhões de euros nos custos com pessoal, enquanto os proveitos de aposento ficaram-se pelos 4,4 milhões de euros.

Ambos os valores são ligeiramente superiores dos atingidos em igual período do ano passado. Já os proveitos totais atingiram os 6,6 milhões de euros. Fonte ligada à hotelaria de S. Miguel explica ao nosso jornal que “com a diminuição da sazonalidade, os hotéis estão a aguentar os postos de trabalho por mais tempo, ao contrário do que acontecia anteriormente, em que os empregos eram mais precários”.

“O problema com que nos deparamos agora é outro, tem a ver com a dificuldade em encontrar pessoal para trabalhar e aquele que vai aparecendo é mal formado e não se adequa às exigências desta actividade”, acrescenta a mesma fonte.

Os proveitos estão a aumentar na hotelaria tradicional, “graças à procura, mas sentimos que a concorrência do Alojamento Local é forte e o número de hóspedes não tem subido tanto na hotelaria tradicional como naquela tipologia; não podemos aumentar muito mais os preços do quarto, senão perdemos então tudo para a concorrência”, adianta-nos a mesma fonte.

A média do Rev Par (preço por aposento) na hotelaria tradicional açoriana, nos primeiros dois meses deste ano, andou à volta dos 16 euros (15,7 no ano passado), quando nos meses de verão chegam a atingir os 74 (Julho) e 76 euros (Agosto).

“Esta é aprova de que ainda temos uma sazonalidade muito acentuada, pelo menos na procura da hotelaria tradicional, e o facto de mantermos empregos nesta altura do ano, com menos hóspedes e menos trabalho, traz-nos algumas complicações, mas depois compensamos com os meses de verão; quando chegamos ao fim do ano os proveitos ultrapassam os custos com pessoal”, explica a nossa fonte hoteleira, que manifesta ainda a sua “preocupação” pelo facto de grandes unidades hoteleiras irem abrir nos próximos tempos em S. Miguel, “apertando ainda mais a margem do negócio”.

E conclui: “se, por qualquer razão, os turistas deixarem de vir como até agora e perdermos mercado, vamos ter grandes complicações nesta ilha e mais não digo para não me chamarem alarmista”.

Em Fevereiro deste ano o número de pessoal ao serviço da hotelaria açoriana era de 2.108. Em Julho do ano passado atingiu os 2.374, em Agosto 2.379 e em Setembro 2.420, o valor mais alto de trabalhadores durante o ano.

Nos dois primeiros meses do ano a hotelaria tradicional registou 58.718 hóspedes, mais cerca de 5 mil do que em igual período do ano passado. Santa Maria, S. Miguel, Graciosa e Faial foram as únicas ilhas onde a hotelaria registou aumentos no número de hóspedes. A maior queda registou-se na ilha Terceira, com 10.668 hóspedes este ano, quando no ano passado atingiu os 12.779.

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Fonte
Diário dos Açores

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