Açores

Filho de açorianos é celebridade na Saúde Pública no Quebec

É uma espécie de Tiago Lopes, mas na dimensão do Canadá. Horácio Arruda, um nome açoriano, filho de emigrantes da Relva, ilha de S. Miguel, é o Director Nacional de Saúde Pública e Vice-ministro Adjunto do Ministério da Saúde do Quebec.

Desconhecido do público em geral há alguns dias, Horácio Arruda tornou-se agora no ídolo dos quebequenses, em menos de uma semana, por causa do combate ao coronavírus naquela província. Presente em todas as reuniões de imprensa do Governo, tornou-se a voz da razão, o rosto tranquilizador, o capitão do navio, como descreve o Journal de Montreal.

Horacio Arruda, que queria seguir uma carreira no teatro, desempenha agora o maior papel de sua vida, aos 59 anos. “Ele é alguém muito compreensivo e muito bom comunicador”, ressalta Réjean Hébert, Ministro da Saúde do Canadá, de 2012 a 2014, “ele é natural e diz o que pensa”.

Este único filho de emigrantes micaelenses é o braço direito do Governo em saúde pública há 20 anos. Mas aos olhos de Horácio Arruda, os desafios que ele enfrenta em seu trabalho não são de forma alguma comparáveis às dificuldades que seus pais tiveram que enfrentar ao deixar os Açores para se estabelecer no Quebec. O pai, Bento Arruda, trabalhador rural, e a mãe, Maria José Botelho, doméstica, emigraram em 1960 e instalaram-se na província do Quebec, sem fazerem a mínima ideia do que os esperava.

“Na altura, não havia programas de apoio aos imigrantes. A minha mãe fazia-se entender por sinais…”, explica à jornalista e nossa colaboradora Humberta Araújo.

Aos 22 anos, e já como estudante de Medicina, Horácio Arruda visita pela primeira vez a Relva, S. Miguel: “Chorei ao entrar na igreja onde os meus pais se casaram”, admite.

“Foi muito emocionante, para mim, pensar em como terá sido difícil eles emigrarem sem conhecerem o país e sem saberem a língua”.

Filho único, o seu sonho era o teatro. Porém, e tendo consciência de que a opção por uma vida artística criaria ansiedade nos pais, decidiu-se pela sua outra paixão, a medicina, especificamente pela oftalmologia.

“Gostei muito, mas não estava na disposição de passar a vida toda a olhar para olhos!”, confessa.

A saúde pública foi a alternativa que encontrou. O que, em 2012, o leva a ser convidado para o Ministério da Saúde e dos Serviços Sociais do Quebeque, ocupando desde então os cargos de Director Nacional e Vice-ministro adjunto da direcção da Saúde Pública.

Depois da sua primeira visita aos Açores, Horácio Arruda nunca mais se desligou das ilhas. No trabalho e na relação com os filhos perpetua os valores que herdou dos pais e que assentam no respeito pelo outro e na ideia de que dar é melhor do que receber.

Com novo contrato por mais três anos e sem data de reforma no horizonte, aos 56 anos, Arruda afirma que tenciona prosseguir o seu trabalho de prevenção, nomeadamente das doenças que afectam as gerações mais idosas, escreve Humberta Araújo.

É o que está a fazer agora, mais intensivamente, no combate ao coronavírus. As suas comunicações, em conferência de imprensa, são seguidas por milhões de pessoas.

Diário dos Açores

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Diário dos Açores

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