Açores

Empresários das Flores reclamam outras soluções para o abastecimento à ilha

Um vasto grupo de empresários da ilha das Flores insurge-se contra as soluções que até agora foram apresentadas para o abastecimento da ilha, na sequência dos estragos do furacão Lorenzo.

Num comunicado enviado ao nosso jornal, os empresários florentinos dizem que “não se aceita nem se compreende a passividade com que este assunto continua a ser tratado. Não se aceita nem se compreende a insistência na utilização das embarcações TMG. Não se aceita nem se compreende quem nesta “altura do campeonato” acredita que os TMG são uma solução do interesse dos Florentinos. Será do interesse de alguém insistir numa solução estranguladora da economia da ilha das Flores? Certamente não é do interesse dos Florentinos”.

O comunicado, dirigido ao Governo e a várias entidades regionais, assinado por vários empresários, “reclama esclarecimentos e uma actuação rápida e diferente da actual, confiando que a ilha das Flores não incorra em (mais) prejuízos, dada a sua dimensão e número de habitantes”.

Depois de descreverem o processo que foi efectuado até agora, com vários encontros, visitas e reuniões, dizem que numa dessas reuniões “os Srs. Presidentes de Câmara testemunharam a uma só voz que a solução dos TMG não é suficiente para ilha das Flores, nem para o seu tecido empresarial, e se não emergir outra alternativa num curto espaço de tempo, as suas actividades estarão comprometidas e os postos de trabalho que empregam ficarão colocados em causa”.

Os empresários alertaram “que as vendas já estão em queda, para além da queda normal da época, contrariando o que se vinha a assistir nos últimos dois anos, comprometendo assim o crescimento económico da ilha das Flores que se tem verificado”.

Alertaram ainda “que entidades como Câmara Municipal e Serviços Florestais estão com abastecimento de gasóleo comprometido. Cada entidade solicitou 7.000 e 8.000 litros e foram abastecidas em 1.000 e 500 litros respectivamente. Não deixando de referir que é por intermédio da Câmara, no caso em concreto das Lajes das Flores, que se abastecem as viaturas das juntas de freguesia, entidades sem fins lucrativos, bombeiros, Santa Casa da Misericórdia e Casa do Povo das Lajes das Flores”.

E acrescentam: “Neste mesmo encontro foram apresentadas potenciais soluções. Uma primeira que passaria pela utilização de uma plataforma para fazer o transbordo para terra dos contentores, que poderiam chegar em embarcações semelhantes às que vinham até à passagem do furacão Lorenzo. Outra alternativa apresentada foi de comprar/fretar embarcações maiores que os TMG, com cerca de 75 metros, classe gelo e equipados com gruas. Estas embarcações seriam equivalentes às que abastecem as plataformas petrolíferas no mar do Norte. É a viabilidade destas soluções que queremos que seja considerada, analisada e implementada o mais breve possível”.

Referem, ainda, no comunicado, que a actual solução é insuficiente: “Não só se comprova que é insuficiente, também tem sido incumpridor, pois sempre que transportam combustível líquido, os contentores de frio terão de vir desligados durante a navegação. Esta situação já sucedeu, sendo que contentores de frio vieram desligados durante a viagem, que representa em média 26 horas seguramente, adicionado o tempo de descarga e transporte até ao seu destino”.

“É certo que uma solução rápida após uma catástrofe como a que a Flores está a enfrentar seria difícil, aliás, nos dias seguintes os comerciantes foram aconselhados a reencaminhar as suas mercadorias para a ilha do Faial, porque haveria um vislumbre que a solução passaria por enviar a mercadoria para esta ilha e a partir daí chegaria às Flores por outras embarcações. O facto é que a mercadoria ainda lá se encontra e tratando-se de produtos perecíveis, quando eventualmente descarregarem na ilha das Flores, certamente já não estarão em condições de consumo e com prazos de validade expirados, impossibilitando a sua venda, contudo, o pagamento ao fornecedor terá de ser efectuado ou até já o foi”, refere ainda a nota dos empresários.

Diário dos Açores

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Diário dos Açores

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