Açores

Denunciada utilização indevida de apoios no restauro de património baleeiro

A Comissão Consultiva do Património Baleeiro (CCPB) foi confrontada na última reunião realizada no início de Dezembro com a utilização, alegadamente indevida, de verbas afectas ao restauro do património baleeiro- revela o jornal picoense Ilha Maior na sua última edição.

Num documento entregue na Comissão, na sequência de uma pesquisa para um novo livro, o Comandante Lizuarte Machado coloca em causa a utilização dessas verbas, questionando se os dinheiros públicos foram correctamente utilizados, em que circunstâncias foram aplicados e que responsabilidades individuais e colectivas poderão implicar a sua utilização indevida, escreve o jornal.

Em causa, segundo apurou o Ilha Maior junto de um dos elementos da Comissão, poderá estar a utilização de verbas para restauro de canoas baleeiras que foram aplicadas indevidamente na construção de novos botes, que acabam por ser réplicas, não podendo ser classificados como património regional e que não podiam receber apoios públicos.

No mesmo documento, adianta a mesma fonte àquele jornal queestá apreensiva com as possíveisconsequências para o património baleeiro, o Comandante Lizuarte Machado questiona a razão que impediu o grupo executivo da CCPB de acompanhar os restauros ou a construção de novas construções e o que levou os construtores navais a não receberem instruções precisas e rigorosas sobre
as regras, que evitassem a construção massiva em detrimento dos restauros apesar dos exemplares estarem em boas condições.

O incumprimento das características físicas dos botes que foram abatidos no processo de construção de novos foi também colocado em causa, com o Comandante da Marinha Mercante a questionar o porquê de as novas construções, apesar de na maioria dos casos respeitarem as técnica tradicionais, não terem seguido as características físicas das abatidas, nomeadamente ao nível das dimensões de sinal, forma e cor da cinta.

A utilização por parte de alguns construtores, sem qualquer controlo ou acompanhamento por parte do grupo executivo da CCPB de materiais diversos dos tradicionais, nomeadamente aglomerados de madeira, foi outra das questões levantadas, além de questionar se as embarcações classificadas como património regional, cumprem todos os requisitos necessários e indispensáveis para integrarem a referida lista e se existe ou não necessidade de construção de novas canoas, tendo em conta que muitas das abatidas poderiam estar em condições de restauro.

Estas questões, segundo a fonte do Ilha Maior, provocaram algum incómodo entre os elementos da Comissão que ainda não respondeu às questões formuladas.

Perante a falta de respostas o Comandante Lizuarte Machado assume no documento entregue à CCPB recorrer às entidades competentes para esclarecer todas as dúvidas e se for necessário tomar as iniciativas que entender por convenientes, doa a quem doer.

Confrontado com este documento o presidente da CCPB, Manuel Francisco Costa, preferiu não fazer qualquer comentário remetendo para uma data posterior e para o local próprio a sua tomada de posição e os esclarecimentos necessários sobre as várias questões levantadas, conclui o jornal picoense.

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