Açores

CTT: atrasos na entrega de encomendas

A demora nas entregas de encomendas por parte dos serviços da empresa CTT – Correios de Portugal continuam motivar o descontentamento dos açorianos. Muitas são as encomendas que chegam do estrangeiro em pouco tempo, mas, uma vez na ilha de São Miguel, chegam a ficar meses sem serem despachadas para o destino final.

Os atrasos afectam todas as ilhas e os usuários açorianos dos CTT sentem-se prejudicados com a situação. José Goulart, da freguesia do Topo, na ilha de São Jorge, deu o seu testemunho ao Diário dos Açores, mostrando a sua indignação. “Em São Jorge, como nas outras ilhas, somos muito prejudicados. As encomendas chegam a São Miguel e levam meses até chegar a São Jorge”, afirma.

“Somos prejudicados porque, ao contrário do que acontece com quem está em São Miguel, que pode dirigir-se directamente aos serviços para pedir informações sobre as suas encomendas, aqui só nos remetem para o portal online dos CTT e dizem que lá estão todas as informações. Mas não estão”, lamenta José Goulart.

Recentemente, a empresa dos CTT anunciava, em nota enviada às redacções, que a criação do Portal Processo Aduaneiro permitia “o desalfandegamento de encomendas de forma rápida e eficaz”. Segundo referia a empresa no comunicado, “após recepção do objecto em Portugal, os CTT emitem um aviso de desalfandegamento em nome do destinatário, que informa qual a documentação a ser apresentada.

Para iniciar o processo, o destinatário só tem de aceder a www.ctt.pt e fazer login. De seguida, preenche os campos solicitados (com a informação relativa à natureza da transação, detalhes da compra e toda a restante informação legalmente exigida no processo), e anexa os documentos de suporte à compra.

A partir deste momento o destinatário poderá iniciar o desalfandegamento”. José Goulart garante, no entanto, que “é falso que [o portal] agilize os procedimentos”, apontando a “falta de feedback” dos serviços online, quando pede informações sobre as suas encomendas. Encomenda está há 50 dias em Ponta Delgada Segundo conta, a situação já se repetiu por diversas vezes.

Uma das mais recentes foi com uma encomenda vinda dos Estados Unidos da América: “A encomenda foi aceite nos Estados Unidos da América a 10 de Dezembro de 2018, às 16:19. Chegou a Lisboa a 28 de Dezembro e seguiu por via marítima para Ponta Delgada, onde está desde o dia 15 de Janeiro a aguardar por procedimentos administrativos”, relata.

“Depois, recebi um aviso a 21 de Janeiro, através do Portal dos CTT, para declarar os produtos que constam na encomenda, bem como o seu valor”, explica, salientando que desde então não obteve mais informações sobre a sua encomenda. Passaram-se, entretanto, 50 dias desde que a encomenda em causa chegou a Ponta Delgada e ainda não foi enviada para S. Jorge.

“Eu tento evitar ao máximo usar os serviços dos CTT por causa destes atrasos. Sempre que posso, recorro a transitários. Mas muitas vezes não temos outra alternativa e temos de nos sujeitar a estas situações”, lamenta José Goulart. O jorgense alerta ainda para o facto de haver também pessoas “sem muitos conhecimentos nas novas tecnologias” e que “não sabem como aceder ao portal”, salientando não haver um local onde estas pessoas se possam dirigir para pedir ajuda.

A situação de José Goulart é apenas um exemplo, havendo outros açorianos que já se manifestaram nas redes sociais a reclamar de constrangimentos semelhantes. Os problemas nos serviços dos CTT não são um problema recente, tendo já motivado intervenções de deputados de vários partidos, inclusive na Assembleia da República. Segundo o Portal da Queixa, a maioria das reclamações apresentadas no site por açorianos são sobre os CTT.

Em Janeiro deste ano, o Diário dos Açores noticiava que, em 2018, das 1138 queixas açorianas no Portal da Queixa, 159 eram reclamações contra a empresa dos CTT. O Diário dos Açores solicitou uma reacção da empresa CTT – Correios de Portugal sobre o assunto, mas até ao fecho desta edição não foi possível obtê-la.

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