Aumento de preço nos fretes marítimos vai reflectir-se no consumidor final
Uma nova taxa sobre o combustível nos cargueiros que fazem os fretes marítimos está a deixar os empresários açorianos “muito preocupados” e apelam a uma revisão do modelo de transportes marítimos de carga na região. Por cada aumento do preço do metro cúbico, que poderá ter um impacto de 1% sobre o custo das mercadorias, o Presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo, Rodrigo Rodrigues, estima que se reflicta no consumidor final. O líder dos empresários, entrevistado pelo “Diário dos Açores”, deixa ainda no ar uma pergunta: “Qual é a estratégia do Governo Regional para o porto da Praia da Vitória?”.
O aumento dos fretes marítimos para os Açores vai refletir-se nos bolsos dos açorianos?
Vai, a menos que haja algum tipo de ajuda para compensar o aumento, que pode chegar a cerca de 16% no custo total de um contentor.
É impossível que as empresas absorvam esse aumento sozinhas, não é razoável nem competitivo.
Da mesma forma que os armadores, obrigados a utilizar um combustível mais caro, passaram esse aumento para os seus clientes, o normal é acontecer o mesmo até chegar ao consumidor final.
A Câmara do Comércio de Angra continua preocupada com o atual sistema de transportes marítimos? O que tem de mudar?
O modelo tem de ser alterado, por forma a termos melhor preço, mais frequência e rapidez.
Em muitas ilhas o circuito demora quase uma semana em cada sentido, e ainda sujeito a uma taxa de incumprimento nos horários muito elevada.
É perfeitamente possível encontrar- se um modelo mais equilibrado para todas as ilhas, pode é ter alguns custos, que devem ser assumidos pelo Estado, em forma de OSPs.
Para nós o que importa agora é uma decisão política de se alterar o modelo, depois tem de haver uma discussão técnica sobre o tema, com todos os intervenientes.
Nas acessibilidades aéreas, tem expectativas de que se verifiquem melhorias este ano para a Terceira? Como estão a viver as actividades ligadas ao turismo com a enorme quebra no sector?
Os números to turismo para a Terceira estagnaram nos últimos 2 anos, o que foi um revés muito grande nas expectativas do mercado, principalmente para quem decidiu investir no sector.
Este ano aguardamos algumas melhorias, desde logo com o início da operação de Toronto no Inverno.
Temos também um voo semanal de Londres com a Ryanair que se inicia a 1 de Abril, e ainda aguardamos pela definição do voo de Espanha, que poderá acontecer ainda em 2020, mas que tanto quanto sei, não está nada definido.
Ficou-se a saber que, afinal, o GNL na Praia da Vitória foi substituído pelo Governo da República por um investimento na ferrovia. Como reage a Câmara do Comércio?
Só temos uma questão neste momento, e achamos que os terceirenses têm direito a resposta: Qual é a estratégia do Governo Regional dos Açores para o porto da Praia da Vitória?
Diário dos Açores
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