O Níger, o Burkina Faso e o Mali vão criar uma força conjunta contra terrorismo
O Ministro nigerino da Defesa, Salifou Mody, explicou que esta nova força vai dispor dos seus próprios meios aéreos, equipamentos bem como recursos de inteligência e que iria cobrir a totalidade do território dos três países que no ano passado assinaram um pacto de defesa mútuo ao formar a Aliança dos Estados do Sahel (AES).
Ao referir que “a força unificada da AES está quase pronta, com um efetivo de 5.000 pessoas”, o governante nigerino referiu que “é só uma questão de semanas até que esta força não seja visível no terreno”. De acordo com o Ministro nigerino da Defesa, algumas operações conjuntas contra grupos jihadistas já foram realizadas de forma pontual, nomeadamente na “zona das três fronteiras”, onde os ataques são particularmente numerosos.
Os três países da Aliança dos Estados do Sahel constituem um vasto território de 2,8 milhões de quilómetros quadrados que enfrenta constantes ataques de grupos jihadistas ligados à Al-Qaeda ou ao grupo Estado Islâmico há mais de uma década. Durante este período, a violência tem vindo a agravar-se depois dos golpes militares destes últimos anos no Mali, Burkina Faso e Níger. De acordo com a ONU, os ataques provocaram 2,6 milhões de deslocados na região.
Apesar de a França estar militarmente presente na região há décadas e apesar dos seus contingentes terem sido reforçados em 2013 no âmbito da operação Serval e em seguida Barkhane, os ataques dos jihadistas e de outros grupos criminosos não conseguiram ser impedidos.
Os golpes militares que a partir de 2021 ocorreram no Mali, Burkina Faso e Níger, marcaram uma mudança radical da sua estratégia, cada uma das juntas que tomaram o controlo desses países decidindo prescindir da presença militar francesa nos seus respetivos territórios, antes de oficializar a sua intenção de sair da CEDEAO em Janeiro do ano passado.
Com esta decisão, efetiva a partir do próximo dia 29 de Janeiro, os países da AES pretendem definitivamente virar costas à CEDEAO que acusam de estar ao serviço dos interesses da França, antiga potência colonial.
RFI/MS
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